Introdução.
A maior parte das rações produzidas para frangos de corte no Brasil são peletizadas. Como benefício deste processamento observa-se melhora na digestibilidade dos nutrientes, redução de contaminações por patógenos, bem como melhorias nas condições de transporte. Existem muitos aditivos umectantes que podem ser utilizados para melhorar o processo de peletização, contudo a glicerina além de ser um umectante eficiente (1) é um alimento energético que tem grande potencial de produção no país. Assim sendo, objetivou-se avaliar o desempenho de frangos de corte na fase final (22 a 42 dias) alimentados com rações peletizadas ou fareladas com a inclusão de níveis crescentes de glicerina bruta.
Material e Métodos.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos (peso) casualizados com 8 tratamentos e 8 repetições de 25 aves por unidade experimental, de acordo com um arranjo fatorial (2 processamentos: farelada e peletizada X 4 níveis de glicerina bruta: 0, 4, 8 e 12%). Todas as dietas foram formuladas para atender as mesmas exigências (2) e a glicerina bruta utilizada continha 80,0% de glicerol, 87,0% de MS, 4,0% de Cl, 2,4% de Na e 3228 Kcal/Kg de EMAn. Aos 42 dias as aves e os comedouros foram pesados individualmente para avaliar o consumo de ração, o ganho de peso, o coeficiente de variação do peso final das aves e a conversão alimentar. As analises estatísticas foram realizadas através do software Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG) (3), utilizando a análise de variância e análise de regressão (P<0,05).
Resultados e Discussão.
Os resultados estão apresentados na tabela 1. As aves alimentadas com ração peletizada apresentaram maior consumo de ração e maior ganho de peso (P<0,01), porém apresentaram conversão alimentar similar as aves alimentadas com ração farelada (P>0,05). Quanto ao uso de glicerina bruta na ração, houve resposta quadrática para o consumo de ração (consumo de ração = 3,16954 + 0,0335762X – 0,00428988X2 ; R2 = 0,99) e para ganho de peso (ganho de peso = 3,17756 + 0,0293714X – 0,00392979X2; R2 = 0,99) (P<0,01), mas não houve diferença para a conversão alimentar (P>0,05). A variável ganho de peso apresentou interação entre os fatores avaliados (P<0,01). Com o aumento dos níveis de glicerina bruta observou-se efeito (P><0,01) quadrático para a variável coeficiente de variação do peso final das aves (CV = 7,72636 – 0,362112X + 0,0438098X2 ; R2 = 0,88), o que pode ser explicado pela dificuldade de mistura das dietas com níveis elevados de glicerina bruta.> <0,01). Com o aumento dos níveis de glicerina bruta observou-se efeito (P<0,01) quadrático para a variável coeficiente de variação do peso final das aves (CV = 7,72636 – 0,362112X + 0,0438098X2 ; R2 = 0,88), o que pode ser explicado pela dificuldade de mistura das dietas com níveis elevados de glicerina bruta.
Tabela 1 - Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), coeficiente de variação de peso aos 42 dias (CV) e conversão alimentar (CA) de frangos de corte alimentados com ração farelada (FAR) ou peletizada (PEL) contendo níveis crescente de glicerina bruta.
AB Letras maiúsculas, na mesma coluna, diferem entre si pelo teste de SNK (P<0,05)
ab Letras minúsculas, na mesma linha, diferem entre si pelo teste de SNK (P<0,05)
1 Não Significativo
L Linear
Q Quadrático Conclusão.
Dietas peletizadas e o uso de glicerina bruta melhoram o ganho de peso de frangos de corte, contudo níveis elevados de glicerina bruta podem comprometer a uniformidade do lote.
Bibliografia.
1. Groesbeck CN, McKinney LJ, DeRouchey JM, Tokach MD, Goodband RD, Dritz SS, Nelssen JL, Duttlinger AW, Fahrenholz AC, Behnke KC. Journal of Animal Science. 2008; 86(9): 2228-36 86
2. Rostagno HS, Albino LFT, Donzele JL, Gomes PC, de Oliveira RF, Lopes DC, Ferreira AS, Barreto SLT, Euclides RF. UFV. 2011:252p.
3. Universidade Federal de Viçosa-UFV. SAEG-Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas. Viçosa, MG, 2000.
***O TRABALHO FOI ORIGINALMENTE PUBLICADO PELA EMBRAPA SUINOS E AVES - ANO DE PULBICAÇÂO 2014.