Os embarques de carne suína do país alcançaram 45.991 toneladas e renderam US$ 93,7 milhões em fevereiro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). O volume vendido aumentou 21,7% em relação a janeiro deste ano e 16,7% sobre fevereiro de 2007, enquanto os respectivos crescimentos da receita foram de 24,3% e 1,03%.
Diante da desaceleração econômica em diversos mercados importantes para o produto, sobretudo na Rússia, os resultados obtidos no mês passado surpreenderam a Abipecs. Os russos, principais importadores da carne suína nacional, absorveram 24.653 toneladas em fevereiro, 68,9% mais que no mesmo mês de 2008. Conforme a entidade, o salto, expressivo, refletiu um movimento de recomposição de estoques após quedas bruscas de encomendas no fim de 2008.
Apesar do incremento, Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs, voltou a reclamar dos preços praticados em fevereiro, que continuaram em baixo patamar, como já havia salientado o Ministério da Agricultura. Apesar do aumento de 2,2% em relação a janeiro, nessa frente houve baixa de 13,45% na comparação com fevereiro de 2008. "O lado negativo são os baixos preços do mercado externo e interno, que não têm remunerado o suinocultor e a indústria", diz Camargo Neto em nota divulgada na quinta-feira
Segundo ele, "a crise global continua afetando fortemente a oferta de crédito no Brasil. As empresas estão enfrentando dificuldades para contratar recursos, seja para o financiamento de operações de exportação ou para financiar a produção em toda a cadeia produtiva, que vai dos leitões, dos insumos, da ração e da industrialização até os estoques. As medidas anunciadas pelo governo não conseguiram, até agora, chegar ao campo e reverter o quadro", diz.
No primeiro bimestre, as exportações somaram 83.793 toneladas e renderam US$ 169,1 milhões - 22,5% e 5,7% mais que em igual intervalo do ano passado.