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Brasil - Kepler capta R$ 179,5 mi para pagamento de dívida

Publicado: 30 de janeiro de 2007
Fonte : Valor OnLine / Sérgio Bueno
A Kepler Weber, maior fabricante nacional de equipamentos para armazenagem de grãos, concluiu a captação de R$ 179,5 milhões com a primeira emissão pública de notas promissórias, iniciada em setembro do ano passado. O valor final ficou abaixo do teto previsto de R$ 200 milhões, mas servirá para abater parte das dívidas com bancos e fornecedores e também para reforçar o capital de giro da empresa. Com exceção do BB Banco de Investimentos, as demais instituições coordenadoras da operação (Itaú BBA, Itaú, Santander, Bradesco, Unibanco e Banco Votorantim) são os principais credores da Kepler e subscreveram 302 das 359 notas distribuídas. As demais foram tomadas pelos controladores da empresa, que incluem o próprio BB-BI e os fundos de pensão Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), Aerus e Serpros. O prazo dos papéis é de 120 dias a contar da subscrição, com pagamento do principal e dos juros na data do vencimento. A remuneração aos investidores corresponde ao CDI mais uma sobretaxa de 2,75% ao ano. A empresa não comentou o resultado da operação, encerrada no fim da semana passada, mas no aviso de distribuição das notas já informava que buscaria "outras fontes de recursos" para pagar dívidas e reforçar o caixa caso não fosse possível alcançar a captação de R$ 200 milhões. A Kepler recorreu ao lançamento das notas promissórias depois de enfrentar um longo período de queda das vendas no mercado interno em função da perda de renda dos produtores rurais e de maus resultados das exportações em decorrência da valorização do real ante o dólar. Em outubro do ano passado também houve substituição do diretor presidente da companhia, com a saída de Othon D'Eça Cals de Abreu e o ingresso de Anastácio Fernandes Filho. As dificuldades enfrentadas pela Kepler incluem a queda da receita líquida consolidada durante três trimestres consecutivos até 30 de setembro do ano passado, correspondente ao último resultado divulgado até agora pela empresa. No segundo e no terceiro trimestre de 2006, a receita líquida ficou abaixo dos custos dos produtos vendidos, o que ajudou a elevar o prejuízo acumulado nos nove meses para R$ 94,6 milhões, três vezes mais do que a perda de R$ 31,1 milhões apurada no mesmo período do exercício anterior. A companhia também acumula sete trimestres seguidos de prejuízos e chegou ao fim de setembro do ano passado com patrimônio líquido negativo de R$ 22,2 milhões. Os empréstimos e financiamentos totalizavam R$ 391,4 milhões, 14,1% a mais do que em 30 de junho, e as dívidas com fornecedores somavam R$ 43,5 milhões, ante R$ 34,4 milhões no trimestre anterior. Segundo a empresa, parte da expansão do endividamento explica-se pelo aporte realizado pelos acionistas com a aquisição das notas promissórias. Ao mesmo tempo, a receita líquida consolidada nos nove meses caiu 38,8% em comparação com o mesmo período de 2005, para R$ 143,9 milhões, com retração do desempenho em todos os segmentos de negócios: armazenagem, exportação, peças de reposição, instalações industriais, equipamentos em aço inoxidável e estruturas metálicas. A geração de caixa medida pelo conceito Ebitda caiu para R$ 53,8 milhões negativos nos nove meses, ante R$ 2,6 milhões também negativos de janeiro e setembro de 2005.
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Valor OnLine / Sérgio Bueno
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