A divisão de saúde animal da Pfizer faturou R$ 305 milhões em produtos veterinários no ano passado no Brasil, 20,5% mais que em 2007 e melhor resultado de vendas já obtido pelo laboratório de origem americana no país. Se incluídas as vendas em parceria com a Dow AgroSciences, que inclui a comercialização de herbicida para pastagens, o faturamento da divisão aumenta para R$ 340 milhões, alta de 21%. "Foi o 12º trimestre consecutivo de crescimento", destaca o diretor de operações da divisão, Jorge Espanha. "Tivemos um ano excepcional e a perspectiva é que tenhamos um 2009 bom."
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O desempenho, puxado pelo maior consumo em razão do crescimento da pecuária no país e pelo lançamento de novos medicamentos, representa quase o dobro do crescimento do mercado veterinário brasileiro. Dados preliminares indicam que as vendas do setor aumentaram 9,7% no ano passado.
De sua fábrica em Guarulhos (SP), especializada em medicamentos líquidos injetáveis, que abastece mais de 60 países no mundo, a Pfizer exportou 9% a mais em 2008, atingindo R$ 60 milhões em vendas para outras unidades da companhia.
A Pfizer prevê avanço nas áreas de aves e suínos, e confia em manter sua participação em tratamentos bovinos. O antiparasitário bovino Dectomax deve atingir neste ano a marca de 1 bilhão de unidades vendidas desde seu lançamento, em 1993. É o terceiro produto mais vendido pela Pfizer no Brasil, incluindo toda a linha de medicamentos da área de saúde humana. Só perde para a droga contra colesterol Lipitor (remédio mais vendido no mundo) e para o Viagra, a pílula contra impotência sexual.
A filial brasileira que produz medicamentos para animais de leite e corte bovinos, suínos e aves, além de animais de companhia, prevê um crescimento nas vendas em 2009 acima dos dois dígitos. Mas Espanha ressalta o risco de alta da inadimplência no campo com possível redução da demanda, o que reduziria as vendas da empresa.
Embora haja um crescimento maior nos últimos anos na venda de produtos veterinários, os dados indicam que o consumo per capita é muito aquém do que ocorre no exterior. Segundo o diretor, o gasto anual no Brasil é de R$ 8 por animal, ante US$ 38 nos EUA. "Dizem que o olho do dono engorda o boi, mas isso não é suficiente porque é preciso de investimentos em assistência técnica para aumentar a produtividade para mais de 16 a 17 arrobas".
A Pfizer, que comprou em janeiro mundialmente a farmacêutica Wyeth por US$ 68 bilhões, ainda não definiu o futuro da divisão de saúde animal Fort Dodge de sua nova controlada, uma das líderes no país. |