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Tamanho da partícula e forma física da ração sobre as características de carcaça in vivo de suínos

Publicado: 9 de maio de 2016
Por: Ana Paula Liboreiro Brustolini, Izadora De Assis Ribeiro Batista*, DÉBorah Karine EulÁLio, Dalton De Oliveira Fontes, Andressa Da Silva Formigoni. Departamento de Zootecnia da Escola de Veterinária da UFMG – Belo Horizonte/MG – BRazil
Sumário

Foi realizado um experimento com o objetivo de determinar o melhor tamanho de partícula e forma física da ração de leitões no período de 64 a 135 dias de idade. O experimento foi dividido em duas fases: fase 1 (crescimento – 64 a 104 dias) e fase 2 (terminação – 64 a 135 dias). Foram utilizados 48 suínos machos castrados oriundos do cruzamento entre as linhagens comerciais DanBred (fêmeas) e Topigs (machos), distribuídos em delineamento inteiramente ao acaso, com 4 tratamentos (ração farelada fina; ração farelada grossa; ração peletizada fina e ração peletizada grossa), com 6 repetições e 2 animais por unidade experimental. Foram avaliados no final de cada fase: espessura de toucinho (ET) no ponto P1 e no ponto P2, profundidade de lombo (PL) e porcentagem de carne magra (PCM) in vivo. Os dados obtidos foram analisados utilizando-se teste SNK ao nível de 10% de probabilidade através do pacote computacional SAEG. Observou-se diferenças significativas entre os tratamentos, onde os animais que consumiram ração peletizada grossa apresentaram maior ET no ponto 1, e os que consumiram ração farelada grossa apresentaram menor PL aos 104 dias. Não houve diferença significativa entre os parâmetros avaliados aos 135 dias.

 

Palavras-chave: nutrição, granulometria, peletização.

Introdução
O processamento das rações é uma importante ferramenta para otimizar o uso dos ingredientes, objetivando-se modificar as características físicas e nutricionais da ração afim de melhorar a sua eficiência de utilização pelos animais e suas características de transporte e armazenamento. Reduzindo-se o tamanho de partícula e mantendo a sua uniformidade, obtém-se a maior superfície de contato do ingrediente, o que facilita tanto a sua mistura na fábrica de ração, quanto à sua utilização pelo animal através da maior exposição dos alimentos às enzimas digestivas, proporcionando maior digestibilidade dos nutrientes (BIAGI, 1998). Porém, quanto menor o tamaño da partícula, maiores gastos de energia elétrica para a confecção de ração, o que aumenta os custos de produção da mesma (WONDRA et al., 1995). Adicionado a este fator, a redução no tamanho de partículas em dietas para suínos traz consigo problemas de ulcerações na região gástrica e esofágica, o que pode acarretar em perda de desempenho e morte, principalmente em suínos submetidos à estresse e de linhagens mais susceptíveis à estas doenças (ZANOTTO et al., 1999). A escolha do tamaño ideal de partícula da dieta deve ser tomada com base na avaliação dos prós e contras, de acordo com as modificações que ocorrem no sistema. Objetivou-se com este trabalho, determinar o tamanho da partícula e forma física da ração que proporcione melhores características de carcaça para suínos machos castrados em crescimento e em terminação.
 
Material e Métodos
Foram utilizados 48 suínos machos castrados oriundos do cruzamento entre as linhagens comerciais DanBred (fêmeas) e Topigs (machos), nas fases de crescimento e terminação. O experimento foi dividido em duas fases (crescimento – 64 a 104 dias e terminação – 64 a 135 dias). O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso com 4 tratamentos: T1= ração moída em peneira de 2,5mm, na forma farelada (farelada fina - FF); T2 = ração moída em peneira de 4,0mm, na forma farelada (farelada grossa - FG); T3 = ração moída em peneira de 2,5mm, na forma peletizada (peletizada fina - PF) e T4 = ração moída em peneira de 4,0mm, na forma peletizada (peletizada grossa - PG), com 6 repetições e 2 animais por unidade experimental. No final de cada fase foram feitas as avaliações da carcaça in vivo do lado esquerdo do animal com auxílio de um aparelho ultrassom (Piglog105®). As medidas foram mensuradas e estimadas como Ponto P1(mm): medido entre as terceira e quarta últimas vértebras lombares e a 7 cm da linha de dorso. Neste ponto obteve-se o valor da espessura de toucinho; Ponto P2(mm): medido no terceiro espaço intercostal a partir da última costela e a 7 cm da linha de dorso. Neste ponto obteve-se o valor da espessura de toucinho e da profundidade de lombo; Porcentagem de carne magra: calculado pelo aparelho utilizando os valores medidos de espessura de toucinho (nos pontos 1 e 2) e a profundidade de lombo. Os dados obtidos foram analisados utilizando-se teste SNK ao nível de 10% de probabilidade através do pacote computacional Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas, SAEG (2000).
 
Resultados e Discussão
Referente aos resultados encontrados aos 104 dias (Tabela 1), a ET no ponto P1 foi maior (P=0,060) para os animais que consumiram ração farelada comparado aos animais que consumiram a ração peletizada grossa, e semelhantes aos animais que consumiram ração peletizada fina. Não foi observada diferença (P> 0,10) para ET no ponto P2. Houve diferença (P=0,016) para a PL entre os tratamentos, onde os animais alimentados com a ração farelada grossa obtiveram maior (P=0,016) PL que os demais animais. Aos 135 não houve diferença estatística entre os parâmetros avaliados (Tabela 2). Espera-se que, quanto maior o peso final dos animais, maior será a ET, isto não foi observado neste experimento.
 
Conclusão
Os resultados encontrados neste trabalho permitem concluir que a ração peletizada grossa proporcionou piores valores de ET e a farelada grossa pior PL para suínos machos em crescimento (104 dias), enquanto que a granulometria e processamento da ração não interferiram nas características da carcaça avaliadas na fase de terminação.
 
Tabela 1. Espessura de toucinho (ET) no ponto P1 e no ponto P2, profundidade de lombo (PL) e porcentagem de carne magra (PCM) mensuradas in vivo de suínos alimentados com rações contendo diferentes formas físicas na fase de crescimento.
TAMANHO DA PARTÍCULA E FORMA FÍSICA DA RAÇÃO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA IN VIVO DE SUÍNOS. - Image 1*(p> 0,10); Médias seguidas por letras maiúsculas diferentes na mesma linha diferem entre si pelo teste SNK a 10% de Probabilidade
 
Tabela 2. Espessura de toucinho (ET) no ponto P1 e no ponto P2, profundidade de lombo (PL) e porcentagem de carne magra (PCM) mensuradas in vivo de suínos alimentados com rações contendo diferentes formas físicas na fase de terminação.
TAMANHO DA PARTÍCULA E FORMA FÍSICA DA RAÇÃO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA IN VIVO DE SUÍNOS. - Image 2*(p> 0,10); Médias seguidas por letras maiúsculas diferentes na mesma linha diferem entre si pelo teste SNK a 10% de Probabilidade
 
Referências Bibliográficas
1. BIAGI, J. D. Implicações da granulometria de ingredientes na qualidade de peletes e economia da produção de rações. In: Simpósio de granulometria de ingredientes e rações para suínos e aves, 1998,  Concordia-SC. Anais... Concórdia: [s.n.]1998. p.57-71.
2. WONDRA, K.J., J.D. HANCOCK, K.C. BEHNKE, R.H. et al. 1995. Effects of particle size and pelleting on growth performance, nutrient digestibility and stomach morphology in finishing pigs. Journal Animal Science, (73):757-763.
3. ZANOTTO, D. L., GUIDONI, A. L., PIENEZ, L.C. Granulometria do milho em rações para engorda de suínos. Embrapa aves e suínos- Instrução técnica para o suinocultor. Concordia, 1999.
 
***O TRABALHO FOI ORIGINALMENTE APRESENTADO DURANTE O XVII CONGRESSO ABRAVES 2015- SUINOCULTURA EM TRANSFORMAÇÂO, ENTRE OS DIAS 20 e 23 DE OUTUBRO, EM CAMPINAS, SP.
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O processamento das rações é uma importante ferramenta para otimizar o uso dos ingredientes, objetivando-se modificar as características físicas e nutricionais da ração afim de melhorar a sua eficiência de utilização pelos animais e suas características de transporte e armazenamento.
Adicionado a este fator, a redução no tamanho de partículas em dietas para suínos traz consigo problemas de ulcerações na região gástrica e esofágica, o que pode acarretar em perda de desempenho e morte, principalmente em suínos submetidos à estresse e de linhagens mais susceptíveis à estas doenças (ZANOTTO et al., 1999).
Autores:
Ana Paula Liboreiro Brustolini
Coosuiponte
Déborah Karine
Dalton de Oliveira Fontes
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
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