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Ovos Poedeiras Milho

Qualidade externa dos ovos de poedeiras alimentadas com milho moído durante fase de recuperação

Publicado: 1 de setembro de 2011
Por: Sara Lorandi; J Cardoso Girardon; J Carlos Maier - Universidade Federal de Pelotas
Sumário

A muda forçada é aplicada com o objetivo de assegurar e melhorar a qualidade dos ovos de poedeiras consideradas velhas, mas que podem manter a produção em um segundo ciclo. Para que a produção de segundo ciclo seja válida e supra as necessidades do mercado, o alimento fornecido na fase de recuperação é um fator limitante para o desempenho das aves. Assim, as aves foram submetidas a muda forçada convencional (jejum) durante sete e 14 dias recebendo somente milho após o jejum durante 4 e 8 dias respectivamente. Para que o efeito do milho como alimento de recuperação foi observado às variáveis de qualidade externa como: Peso do ovo, peso da casca, espessura da casca densidade específica. Os resultados obtidos demonstram que o período de consumo do milho não acarreta no inicio do segundo ciclo em melhorias consideráveis na casca dos ovos.
Palavras Chave: Casca, Milho, Qualidade.

Introdução
Como regra geral, os ovos produzidos no início do período de produção são menores, mas tem boa qualidade externa. Quando se tornam mais velhas, as poedeiras produzem ovos maiores, porém com mais problemas de qualidade de casca, isto porque as aves não aumentam a quantidade de cálcio depositada no ovo e sim redistribui esse cálcio em uma superfície maior, o que gera os problemas de casca.
Segundo Garcia (1994), o fornecimento de alimentos de baixa densidade durante a fase de repouso do pós muda, não afeta a produção nem a qualidade dos ovos de segundo ciclo.
A maioria dos ovos produzidos neste período apresenta algum tipo de problema o que inviabiliza o seu aproveitamento para a venda. O aumento do aproveitamento dos ovos produzidos durante o jejum forçado depende dos mesmos fatores que afetam normalmente a qualidade da casca, como linhagem, idade da poedeira, temperatura ambiente, doenças e concentrações dietéticas de cálcio, fósforo e vitamina D3, logo um programa de muda bem feito torna estes ovos equivalentes aos de uma galinha de 12 meses de idade de primeiro ciclo.
A operação permite melhorar a qualidade de casca, a qualidade interna de clara e a classificação geral dos ovos, em relação ao final do primeiro ciclo (Silva, 2002).
O objetivo do experimento foi verificar o uso de milho moído fornecido por dois períodos diferentes, durante a fase de recuperação das poedeiras submetidas a muda forçada avaliando assim seus efeitos sobre a qualidade externa dos ovos.
Materiais & Métodos
O estudo foi conduzido no Aviário Experimental do IFSul, campus Visconde da Graça. Utilizando-se 224 poedeiras da linhagem Hisex Brown, durante um ciclo produtivo, totalizando 28 dias experimentais. As aves foram alojadas em galpão dark house e distribuídas em 32 de gaiolas de postura, contendo sete aves⁄cada, o que representou a unidade experimental. O delineamento experimental foi casualizado. As aves foram divididas em dois tratamentos com 16 repetições por tratamento.
Os tratamentos consistiram no fornecimento de milho moído após muda forçada e foram designados como T1: 8 dias de milho moído e T2: 4 dias de milho moído, após 7 e 10 dias, respectivamente de muda forçada convencional (restrição alimentar).
As variáveis analisadas foram: peso do ovo (psO), peso da casca (PC), espessura da casca (EC) medida com uso de paquímetro, obtendo-se o resultado em micras, peso do ovo (PsO) e gravidade específica (GE) avaliada através da imersão dos ovos em soluções de cloreto de sódio com concentrações variando entre 1,062 e 1,102. Os dados foram submetidos à análise da variância e as médias comparadas pelo teste Tukey a 5%.
Resultados & Discussão
Tabela 1. Qualidade externa dos ovos de poedeiras alimentadas com milho moído
Tratamentos
PsO (g)
GE
PC (g)
EC (µm)
T1
62,69
1,088
6,3
40,51
T2
64,43
1,086
6,28
40,53
CV, %
6,07
0,74
11,63
10,73
Erro padrão
3,56
8,15
0,73
4,35
P
0,24
0,63
0,95
0,99
 
Conforme demonstra a tabela, não se verificou que o uso em proporções diferentes de milho para poedeiras tenha interferido nas variáveis estudas. Zamprônio & Moraes (1996) trabalhando com dois períodos de jejum para muda em poedeiras, não verificou alterações na espessura da casca. Garcia (1994) trabalhando com jejum e dieta de baixa densidade para muda forcada, também não encontrou diferença na espessura da casca de ovos no período pós-muda.
A gravidade especifica foi influenciada pelos tratamentos de muda onde os maiores (P<0,05) valores foram observados para os ovos do T1 e T2 conforme Biggs et al. (2004) que verificaram resultados semelhantes ao desse trabalho.
Para Oliveira (1992), sendo o milho um alimento de alto valor energético, este deveria colaborar na recuperação das aves após a fase de muda forçada, o que em consequência traria benefícios para a qualidade da casca dos ovos.
Já Berry (2003), dar a fisiologia da muda induzida, em seus experimentos determinou que o tempo de fornecimento de rações que possuam como ingrediente principal (mais de 80%) o milho, não interfere na qualidade da casca dos ovos e nem na distribuição do cálcio sobre a mesma, e sim no processo metabólico de recuperação e manutenção corporal no pós muda. O que para Silva (2002), pode sim causar efeitos benéficos na casca dos ovos no pico de postura de segundo ciclo.
Conclusões
Pode-se concluir que o tempo de fornecimento de milho moído na fase de recuperação após muda forçada, não interfere na qualidade externa dos ovos produzidos no inicio do segundo ciclo.
Bibliografia
Berry WD. 2003. The Physiology of Induced Molting. Poutry Science 82:971-980.
Biggs PE, Douglas MW, Koel Kebeck W. 2003. Evolution of none feed removal methods for molting programs. Poultry science 82:749-753.
Garcia EA. 1994. Avaliação dos parâmetros físicos e produtivos de poedeiras semi-pesadas submetidas a muda forçada e alimentadas com ração de baixa densidade por diferentes períodos. 59f. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista.
Oliveira BL. 1992. Pontos críticos do manejo de poedeiras. In: Conferência APINCO de Ciência e Tecnologia Avícola, FACTA Santos, Brasil. p. 137-142.
Silva VS. 2002. Efeitos da Muda forçada para poedeiras comerciais. Revista Avicultura Industrial. p.12.
Zambrônio EC & Moraes VMB. 1996. Efeitos da muda forçada sobre desempenho produtivo e qualidade dos ovos em codornas In: Conferência APINCO, de Ciência e Tecnologia Avícola, 1996; trabalhos de pesquisa; FACTA. Curitiba, Brasil. p 12.
 
 
Conteúdo do evento:
Autores:
Sara Lorandi
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