Explorar
Comunidades em Português
Anuncie na Engormix

Capins Substrato Cama Avicultura Alternativa

Preparo e utilização de capins e palhadas como substrato para cama na avicultura alternativa

Publicado: 5 de dezembro de 2011
Por: Paulo Sérgio Rosa, Jacir José Albino, Levino José Bassi, Márcio Gilberto Saatkamp
A produção de frangos de corte e poedeiras em piso requer utilização de substrato que sirva para diluir e incorporar as excretas (fezes e urina) e também diminuir o atrito das aves com o piso, promovendo maior bem estar e conforto. Dentre as características necessárias dos materiais utilizados como cama evidenciamse:
capacidade de absorção de água e ao mesmo tempo facilidade de secagem (perda de água para o ambiente) e isento de resíduos químicos. É importante também que o material seja o mais inerte possível (rico em fibras estruturais) e consequentemente pobre em princípios nutritivos (principalmente proteína e açúcares), o que diminui a possibilidade de crescimento de fungos e bactérias.
Existe uma grande variedade de materiais alternativos disponíveis na pequena propriedade, que podem ser utilizados como material de cama para aves, dentre eles podemos mencionar a palhada e sabugo de milho triturados, palhada de trigo triturada, casca de arroz, bagaço de cana seco e triturado e algumas variedades de gramíneas. A utilização de materiais alternativos está associada à disponibilidade na propriedade e ao custo de produção para posterior utilização.
A cama produzida a partir de espécies vegetais de gramíneas (capins), desde que preparada adequadamente, pode ser utilizada com vantagens, principalmente relacionadas ao custo de produção.
No entanto, um dos principais erros cometidos no uso de gramíneas é a utilização do material inteiro e úmido (Fig. 1).
Preparo e utilização de capins e palhadas como substrato para cama na avicultura alternativa - Image 1
Qual gramínea utilizar?
Normalmente, deve-se dar preferência à gramínea existente ou que possa ser cultivada na propriedade. As de colmos (talos) finos dão uma qualidade melhor pela facilidade de corte e secagem. Nessa categoria estão as braquiárias, colonião, pangola e estrela. Eventualmente, pode-se utilizar algumas espécies de gramíneas de colmos grossos, como por exemplo o capim elefante com suas principais varidades (ex. cameron, napier e mineiro), que produzem grande quantidade de massa verde por área cultivada, o que pode trazer vantagens pelo volume produzido.
Momento do corte
É importante salientar que plantas muito novas ou muito velhas reduzem a qualidade do produto. Normalmente para formação de material de cama, recomenda-se o corte das gramíneas em estado reprodutivo (floração). A altura de corte, para a maioria das gramíneas deve ser de 5 a 10 cm do solo. Para as variedades de capins de maior porte (ex. elefante e colonião) a altura de corte recomendada é de 10 a 20 cm, isso permite a rebrota e possibilidade de obtenção de novos cortes. É importante estar atento ao ponto certo de corte das gramíneas, maior quantidade de caule em relação a folhas possibilita melhor qualidade do material para formação de cama.
Preparo do material
No preparo do material deve-se considerar dois aspectos fundamentais para a produção de cama de qualidade: redução do tamanho do material (picagem) e secagem. O material escolhido para ser utilizado como cama deve ser cortado (colhido) e transportado para local onde será picado em tamanho adequado. Isso facilitará o processo de secagem e armazenamento. O capim deve ser picado em tamanho não superior a 5 cm, no caso de gramíneas rasteiras. Capins de colmos grossos, palhadas de milho e outras culturas deverão ser picados em partículas de 3 cm, no máximo. A redução do material em partículas de tamanho adequado facilita o preparo e manejo no aviário e como conseqüência, observa-se melhorias da qualidade da cama, tornando-a mais seca (Fig. 2).
Preparo e utilização de capins e palhadas como substrato para cama na avicultura alternativa - Image 2
Após a operação de picagem, o material é espalhado para secagem ao sol por período de 3 a 4 dias. A meta é reduzir a umidade para 15 a 20 %, pois materiais muito secos podem gerar excesso de poeira o que pode aumentar o risco de doenças respiratórias nas aves e capins com excesso de umidade podem aumentar os riscos de doenças, principalmente as provocadas por eimérias, fungos e bactérias. Recomenda-se fazer a viragem do material durante o dia, para homogenizar a secagem. O material deve ser enleirado e coberto com lona plástica durante a noite para evitar a reumidificação. Quando o material atingir o ponto almejado de secagem, deve ser imediatamente levado para o aviário ou armazenado em local protegido contra umidade para posterior utilização.
Utilização do material
O material preparado, devidamente picado e seco deve ser espalhado por toda área de criação das aves numa altura de 10 a 15 cm. Sempre que necessário revolver a cama para descompactar. Quando houver formação de cascões, removê-los e fazer reposição da cama, para manter cobertura uniforme do piso do aviário.
Embora a pesquisa tenha viabilizado a utilização de diversos materiais alternativos como substrato para formação de cama de aves, deve-se sempre avaliar o custo de obtenção destes materiais, bem como analisar o desempenho e qualidade da produção em lotes que utilizem materiais alternativos. Uma medida que pode ser vantajosa é a utilização de uma mistura de maravalha + capim triturado e seco em proporções iguais, na tentativa de redução do uso dos resíduos de madeira.
Na obtenção de gramíneas (capins) para cama de aviário, deve-se evitar materiais que tenham sido tratados com produtos químicos (ex. pesticidas) para controle de pragas.
Tópicos relacionados:
Autores:
Paulo Sérgio Rosa
Embrapa Suínos e Aves
Recomendar
Comentário
Compartilhar
Profile picture
Quer comentar sobre outro tema? Crie uma nova publicação para dialogar com especialistas da comunidade.
Junte-se à Engormix e faça parte da maior rede social agrícola do mundo.