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Viabilidade da produção de frangos de corte com promotores naturais de crescimento

Publicado: 27 de novembro de 2013
Por: Manoel Garcia Neto, MF Pinto e MJA Faria-Junior, Departamento de Apoio, Produção e Saúde Animal. Curso de Medicina Veterinária, Universidade Estadual Paulista -UNESP-, SP, e RM Costa, Êxito Rural, SP.
Introdução
Apesar das respostas favoráveis e conhecidas dos antibióticos como promotores de crescimento nos índices de desempenho (ganho de peso, conversão alimentar e mortalidade), há necessidade de substituição destes por produtos alternativos, em decorrência de seu banimento, porém, sem prejuízo da produtividade. Dentre as possibilidades, encontram-se os probióticos e prebióticos, a parede celular de levedura e o plasma sanguíneo, os quais são tidos como promotores naturais de crescimento por favorecerem a resistência imunológica e por beneficiar a palatabilidade (1, 2, 3).
Diante do exposto, na busca de alternativas para substituição dos antibióticos como promotores de crescimento, realizou-se o presente experimento com o objetivo de determinar o desempenho de frangos de corte arraçoados pela combinação do plasma sanguíneo e parede celular (Núcleo Tecnape) vs Núcleo Comercial, com ou sem probiótico e antibiótico.
 
Material e Métodos
O ensaio foi realizado em galpão climatizado no Setor Experimental de Zootecnia, na UNESP - Campus de Araçatuba, no período de 17/03 a 27/04 de 2009.
Trezentos pintainhos da linhagem Cobb, machos, com um dia de idade, foram aleatoriamente separados em grupos de 10 aves e alojados em 30 repartições com medidas de 1,4 x 3,0 m cada, constituindo as unidades experimentais. Os tratamentos foram estabelecidos pela combinação da suplementação de dois tipos de núcleos vitamínicosminerais (Tecnape vs Comercial/Controle), com ou sem inclusão de probióticos e antibióticos, distribuídos nas parcelas conforme um delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos e cinco repetições.
As rações experimentais, na forma farelada, foram formuladas à base de milho e farelo de soja atendendo às recomendações de Rostagno et al. (4), para as fases préinicial (1-7 dias), inicial (8-21 dias), crescimento (22-38 dias) e terminação (39-42 dias). Em todas as fases, com exceção da terminação, o agente anticoccidiano utilizado foi a monensina sódica.
Nas dietas experimentais formuladas com antibiótico (bacitracina de zinco), usado como promotor de crescimento para frangos de corte, foi utilizada concentração máxima permitida (50g t-1).
 
Resultados e Discussão
O uso da concentração máxima recomendada (50g t-1) de antibiótico não promoveu melhor desempenho das aves em relação aos tratamentos com probiótico (Tabelas 1 a 3). Porém, concentrações dessa ordem de grandeza são aquelas normalmente adotadas pelos produtores, visando compensar as condições precárias de higiene do galpão, de um possível comprometimento do estado sanitário das aves, de um manejo inadequado das aves e/ou rações mal formuladas. Entretanto, quando todos esses inconvenientes são eliminados ou controlados, o uso de antibióticos não se justifica, por não se mostrar efetivo, como constatado no presente trabalho.
Assim, apesar da seleção genética determinar menor imunidade às atuais linhagens de frango de corte (5), ao se proporcionar um melhor estado sanitário do lote, um adequado vazio sanitário, um bom manejo e uma nutrição satisfatória, o uso de antibiótico não irá favorecer o desempenho, ou mesmo poderá determinar uma piora dos resultados zootécnicos.
 
Tabela 1. Médias obse rvadas de consumo de ração (CR), pes o de ave (PF), ganho de pe so (GP) e conve rsão alime ntar (CA) de fra ngos de c orte de 1 a 7 dias de idade, de acordo c om os tra tamentos. Araça tuba (SP), 2009.
Viabilidade da produção de frangos de corte com promotores naturais de crescimento - Image 1
 
Conclusão
O uso de antibiótico como promotor de crescimento não se justifica para animais com estado sanitário, manejo, rações e instalações adequadas.
O núcleo Tecnape, suplementado ou não com probiótico, é uma alternativa viável para substituir os promotores de crescimento, sem causar perdas de desempenho.
 
Bibliografia
Faria-Filho DE. et al. Journal of Poultry Science 2006; 8(2):89-98.
Albino LFT. et al. Revista Brasileira de Zootecnia 2006; 35(3):742-749.
Campbell JM. et al. J. Appl. Poult. Res. 2006; 15:584-591.
Rostagno HS. et al. 2.ed. Viçosa: UFV, Departamento de Zootecnia, 2005. 186p.
Gaya LG. et al. Cienc. Rural 2006; 36(2).
***Trabalho originalmente publicado em Anais do Prêmio Lamas - 2010.
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Autores:
Manoel Garcia Neto
UNESP - Universidad Estatal Paulista
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