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Impactos da fase de criação na vida produtiva futura

Publicado: 4 de abril de 2011
Por: Flávia Fontes, Médica Veterinária e Editora Chefe da Revista Leite Integral.
Introdução
O melhoramento do rebanho somente é possível quando animais bem nutridos, saudáveis e geneticamente superiores entram em lactação, em um período de tempo adequado para suprir as necessidades de reposição ou crescimento do sistema de produção. As bezerras representam o futuro do rebanho leiteiro e requerem um investimento em longo prazo, pois os retornos financeiros dos gastos com alimentação, mão-de-obra, medicamentos, entre outros, somente aparecerão após o primeiro parto.
Apesar dos altos custos inerentes à cria e recria, as taxas de morbidade e mortalidade de bezerras são inaceitavelmente altas em grande parte das fazendas produtoras de leite. Em função disso, muitas pesquisas têm sido conduzidas no sentido de elucidar os fatores de manejo que estão associados à melhoria da saúde e desempenho, à redução da idade ao primeiro parto e à produção futura de leite das bezerras.
Trabalhos recentes têm mostrado que a idade e o peso corporal ao primeiro parto podem ser significativamente afetados por eventos que ocorrem próximos ao nascimento, assim como pela nutrição, manejo sanitário e condição ambiental impostos às bezerras durante os 4 primeiros meses de vida. 
O reconhecimento de que o manejo na fase inicial da vida da bezerra pode ter significativo impacto no seu desenvolvimento e produtividade futura é fundamental para o estabelecimento de adequadas práticas para o sistema de cria e recria.

Tipo de parto
O tipo de parto (normal ou distócico) e o escore de distocia (grau de dificuldade do parto) estão relacionados à ocorrência de doenças e mortalidade nos primeiros dias de vida das bezerras.

Estudos apontam que bezerras nascidas de partos distócicos têm um risco de morte 6 vezes maior que aquelas nascidas de parto normal. Para doenças respiratórias e digestivas, o risco aumenta em 1,6 e 1,3 vezes, respectivamente. 

Um trabalho desenvolvido pelo Dr. Jud Heinrichs (2005), outra referência na criação de bezerras, e colaboradores, mostrou que o aumento e 1 ponto no escore de distocia (aumento no grau de dificuldade do parto) aumentou a idade ao primeiro parto em 17,09 dias. 

A adequação dos programas de melhoramento e nutrição e treinamento da equipe envolvida com a maternidade são as ferramentas disponíveis para evitar as complicações nos partos. A intervenção só deve ser feita quando necessária e no momento adequado.
Colostragem 
O fornecimento de quantidades adequadas de colostro de alta qualidade é a recomendação mais antiga, e continua sendo a mais importante, para o sucesso da criação de bezerras.

Um conceito também bastante antigo diz respeito ao importante papel imunológico do colostro na transferência das imunoglobulinas (anticorpos), essenciais para a defesa do organismo contra infecções. Sabe-se também que o colostro é a primeira fonte de nutrientes para o bezerro recém-nascido, sendo essencial para a geração de calor e manutenção da temperatura corporal, uma vez que o animal possui poucas reservas corporais. Além disso, o colostro possui fatores de crescimento e hormônios que são responsáveis pelo direcionamento do desenvolvimento de vários tecidos e órgãos corporais. Entretanto, os principais avanços relacionados à colostragem dizem respeito à sua influência na vida produtiva futura da bezerra. 

Segundo Donovan et al. (1998) a transferência passiva de imunidade pela ingestão de colostro influencia, indiretamente, o ganho de peso e a altura das bezerras, por meio de um efeito positivo sobre a saúde.

Um trabalho desenvolvido pelo Dr. Drackley, professor do Departamento de Ciência Animal da University of illinois, e uma das maiores autoridades mundiais em criação de bezerras, mostrou que a quantidade de colostro fornecida no primeiro dia de vida tem um impacto positivo sobre a produção futura de leite das bezerras (segunda lactação), como pode ser observado na Tabela 1 
Tabela 1 - Efeito da quantidade de colostro fornecida às bezerras sobre a produção de leite na primeira e segunda lactações  
Impactos da fase de criação na vida produtiva futura - Image 1
 
Desafio ambiental
Bezerros recém nascidos estão constantemente expostos a patógenos ambientais, sendo altamente susceptíveis em função da imaturidade de seu sistema imunológico. Este constante desafio ambiental induz a produção de defesas (células, citocinas, sistema do complemento e anticorpos) pelo organismo, representando um gasto considerável de energia e proteína. Estima-se que a constante ativação do sistema imune seja responsável por um aumento de 20 a 40% nas exigências de mantença de um bezerro em aleitamento. 

Como as "exigências nutricionais do sistema imune" não são consideradas no cálculo dos requisitos nutricionais, a ocorrência de desafios ambientais e doenças reduzem as taxas de ganho de peso e podem comprometer a produção de leite na vida adulta.

Segundo dados obtidos em um experimento do Dr. Jud Heinrichs, a combinação de altas temperaturas e umidade foi responsável por atrasos na idade ao primeiro parto, provavelmente em função do aumento do estresse ou da incidência de doenças sub-clínicas por meio da ativação do sistema imune. Ainda nesse trabalho, temperatura, umidade e níveis de amônia no ambiente foram responsáveis por efeitos negativos sobre o peso vivo e escore corporal ao primeiro parto.
Doenças neonatais
A saúde das bezerras durante os 4 primeiros meses de vida tem impacto significativo sobre a idade ao primeiro parto e produção futura de leite.

Um estudo desenvolvido em 2009 pelo Dr. Roth e colaboradores, mostrou que os bezerros apresentaram febre durante 40% dos dias em aleitamento, sendo que 49% dos animais foram submetidos a algum tipo de tratamento durante esse período.

No estudo já citado do Dr. Jud Heinrichs, quanto maior o número de dias em tratamento com antibióticos para pneumonia e diarréia, mais tardia a idade ao primeiro parto.

Além da redução no consumo de alimentos e gasto de energia para produzir mediadores imunológicos, as doenças podem deixar seqüelas irreversíveis que, dependendo do órgão afetado, são responsáveis por grandes perdas de potencial produtivo. Exemplos clássicos são os abscessos hepáticos causados por infecções umbilicais, e as lesões pulmonares decorrentes de quadros de pneumonia. Em ambos os casos, dois órgãos-chave para a produção de leite - fígado e pulmão - têm suas funções fisiológicas e metabólicas comprometidas.

A detecção de animais doentes, o quanto antes, tem que ser um dos principais objetivos dos funcionários que cuidam do bezerreiro, pois a intervenção precoce reduz a duração e a severidade das doenças, além dos custos com tratamentos. O aumento do tempo gasto para ingerir a dieta líquida, e a redução no consumo de alimentos sólidos, em geral, indicam o início de quadros de doenças, e podem ser observações muito úteis para detectar precocemente os problemas de saúde.
Nutrição inicial

Experimentos têm mostrado que a nutrição na fase inicial da vida das bezerras pode ter efeitos diretos na vida adulta.

A recomendação tradicional de fornecimento restrito de dieta líquida, ou seja, 8 a 10% do peso vivo do animal, sem ajustes ao longo do período de aleitamento, fornece nutrientes apenas para a mantença e ganho de peso próximo a 200g/dia (Tabela 2), quando o recomendado seria em torno de 600g/dia (Tabela 3).

A exigência de energia metabolizável (EM) para mantença é de aproximadamente 1,75Mcal/dia para um bezerro com 45Kg de peso vivo. Assim, uma vez que o leite contém cerca de 5,37 Mcal/kg, o bezerro tem que consumir 325g de MS proveniente do leite, ou seja, 2,6 kg de leite somente para atender seus requisitos de mantença. Como os sucedâneos, em geral, apresentam menores teores de energia que o leite (aproximadamente 4,7 Mcal/kg), são necessárias 380g de sucedâneo, cerca de 3 litros, para atender as exigências de mantença de um bezerro de 45 kg. Vale lembrar que as exigências de mantença podem sofrer acréscimos consideráveis (em torno de 20 a 30%) em função do desafio imunológico e das condições ambientais (principalmente temperatura) às quais os bezerros estão submetidos.
Dessa forma, pode-se concluir que bezerros que recebem apenas 4 litros de leite ou sucedâneo, até os 30 dias de vida, apresentam desempenho inferior ao recomendado, ficando ainda mais predispostos a problemas de saúde. Para propiciar um ganho de peso próximo ao recomendado (600 g/dia) (Tabelas 2 e 3), deve-se fornecer, no mínimo, 6 litros de leite ou de sucedâneo de alta qualidade, diariamente, até os 30 dias. Após o primeiro mês de vida, os bezerros já apresentam um consumo considerável de concentrado. Assim, pode-se reduzir para 4 litros/dia o fornecimento de leite ou sucedâneo.

Ao contrário do que muitos acreditam, o consumo de maiores volumes de leite ou sucedâneo não provoca diarréias. Vale lembrar que bezerros criados com suas mães ingerem até 12 litros de leite/dia. A ocorrência de diarréias e outros problemas de saúde está relacionada à contaminação do ambiente no qual os bezerros são criados, à baixa qualidade nutricional de alguns sucedâneos do leite, e à falta de higiene no manejo de fornecimento da alimentação.
Tabela 2- Consumo recomendado de MS (Kg/dia) para diferentes ganhos de peso (Kg/dia) em bezerros em fase de aleitamento. 
Impactos da fase de criação na vida produtiva futura - Image 2
Tabela 3 - Ganho de peso recomendado para bezerras de raças grandes 
Impactos da fase de criação na vida produtiva futura - Image 1
Uma compilação de dados de produção de leite na primeira lactação mostram que bezerras que receberam 50% a mais de nutrientes que o recomendado durante o período de aleitamento apresentaram maior produção futura de leite (Tabela 4).
Tabela 4- Produção de leite de vacas com consumo de nutrientes 50% superior ao recomendado durante o período de aleitamento 
Impactos da fase de criação na vida produtiva futura - Image 4
Outro estudo mostra que novilhas com maior ganho de peso diário (1,1kg/dia), do nascimento às 8 semanas de idade, tendem a ser vacas mais produtivas que aquelas com ganhos de 600g/dia

Esse efeito parece estar relacionado ao maior desenvolvimento do tecido mamário durante a fase de crescimento isométrico (0 a 3 meses de idade), propiciando maior acúmulo de tecido secretor. Outra hipótese diz respeito ao desenvolvimento funcional, relacionado com o tamanho e capacidade absortiva, do intestino delgado que seria favorecido com a maior disponibilidade de nutrientes durante a fase de aleitamento.
Desaleitamento
O desaleitamento é considerado o primeiro "período de transição" na vida da bezerra. A retirada do leite provoca um grande estresse no animal, além de uma substancial alteração metabólica na utilização de nutrientes. Trata-se também de um momento crítico para ocorrência de doenças, principalmente as respiratórias e diarréias. Em geral, observa-se perda de peso, pois as bezerras ainda não conseguem ingerir as quantidades necessárias de concentrado.

Pesquisadores mostraram que, em comparação com o método tradicional (abrupto) de desaleitamento, o método concentrado-dependente, baseado no consumo individual de concentrado, reduziu a perda de peso e o hábito de uma bezerra mamar na outra. Nesse trabalho, os animais iniciaram o período de aleitamento recebendo 6 litros de leite/dia, e a redução, de 1,5 litros, no fornecimento de leite iniciou-se quando o consumo de concentrado atingiu 700g/dia por 4 dias consecutivos. Quando o consumo atingiu 1,5kg de concentrado, o fornecimento de leite passou a ser de 3 litros/dia. O desaleitamento ocorreu com um consumo de 2kg de concentrado/dia.

Em um recente estudo (Khan et al. 2007), comparou-se o desempenho pré e pós-desaleitamento de bezerros aleitados e desaleitados de forma convencional (10% do peso vivo até os 45 dias de vida) ou pelo método "stepdown" (20% do peso vivo até os 25 dias de vida, quando inicia-se uma redução gradual até atingir 10% do peso vivo), como pode ser observado no Gráfico 1. Os pesquisadores observaram maior consumo de alimentos (leite e concentrado), ganho de peso e eficiência alimentar no grupo manejado pelo método "stepdown" em relação ao convencional.
Em um segundo experimento, esse mesmo grupo de pesquisadores observou que o manejo "stepdown", em relação ao convencional, propiciou maior comprimento corporal, perímetro torácico, altura nos ísquios e na cernelha. Além disso, em função do maior consumo de alimentos sólidos, os bezerros do grupo "stepdown" apresentaram, ao desaleitamento, maior desenvolvimento físico e funcional do rúmen (Tabela 5).
Tabela 5 - Mensurações dos estômagos de bezerros manejados de forma convencional ou "stepdown" e abatidos aos 63 dias de idade
Impactos da fase de criação na vida produtiva futura - Image 5
Desenvolvimento da glândula mamária

Ao nascimento, a estrutura básica da glândula mamária está formada, consistindo dos tetos, seus canais e suas cisternas, das glândulas, vasos sanguíneos, e dos tecidos nervoso, conjuntivo e adiposo. Nessa fase, o tecido epitelial limita-se a pequenos ductos próximos à cisterna da glândula.
A primeira fase de crescimento pós-natal vai do nascimento aos 90 dias de idade, sendo denominada isométrica. Nessa fase, o tecido mamário desenvolve-se cerca de 1,5 vezes mais rápido que o corpo do animal. Observa-se uma expansão do tecido adiposo, permitindo o crescimento dos ductos e a proliferação das células secretoras de leite.

No terceiro mês de vida da bezerra inicia-se a segunda fase de desenvolvimento da glândula mamária, denominada alométrica. O crescimento alométrico, que se estende até a puberdade (9 a 11 meses de idade), caracteriza-se por um desenvolvimento do tecido mamário cerca de 3,5 vezes mais rápido que o do corpo do animal. Observa-se rápido crescimento da matriz adiposa e dos ductos, provavelmente, mediado por hormônios ovarianos como o estrógeno e a progesterona, além de outros como o hormônio do crescimento (GH).
Da puberdade ao início da gestação, o desenvolvimento da glândula é relativamente limitado (isométrico), caracterizado por pequeno crescimento e ramificação dos ductos. Nos terços médio e final da gestação, ocorre uma nova fase de crescimento alométrico, com extenso desenvolvimento alveolar, seguido de remodelação da matriz adiposa para permitir a expansão dos ductos, lóbulos, alvéolos, vasos e tecido conectivo. Nas lactações subseqüentes, os alvéolos aumentam de tamanho e número, ocupando maior parte da matriz adiposa.
Acredita-se que o excessivo ganho de peso durante as fases de crescimento alométrico afete negativamente o desenvolvimento da glândula mamária e, consequentemente, a produção futura de leite. 
A atividade do epitélio secretor (alvéolos), que se desenvolve durante a gestação, depende do desenvolvimento dos ductos, que ocorre nas fases iniciais da vida da bezerra. Um menor desenvolvimento do epitélio dos ductos leva a uma redução no desenvolvimento dos tecidos secretórios (alvéolos), ocasionando menor produção de leite. Como a puberdade em bovinos é determinada pelo peso, independente da idade, uma hipótese para explicar a redução do desenvolvimento mamário observada com altas taxas de ganho de peso pode ser a puberdade precoce, que reduziria o tempo disponível para a completa maturação da glândula mamária.

Entretanto, o impacto da nutrição nesse processo permanece controverso, o que se deve, pelo menos em parte, a uma interação de fatores. Por exemplo, se a comparação é feita com animais de peso vivo equivalente, aqueles manejados para altas taxas de ganho serão, conseqüentemente, mais jovens no momento da avaliação. Por outro lado, comparando-se animais de mesma idade, observa-se que o peso vivo será menor naqueles manejados para crescimento mais lento. Além disso, a composição da dieta pode ser um fator de impacto no desenvolvimento funcional da glândula mamária, quando comparam-se animais submetidos às mesmas taxas de ganho de peso.
Impactos da fase de criação na vida produtiva futura - Image 6
Figure 1. Representative image of heifer mammary tissue at 10× magnification stained with hematoxylin and eosin. Fonte: Daniels et al. (2009)

Um estudo, conduzido em 2009 pela Dra. Kristy Daniels e colaboradores, mostrou que ganhos de peso entre 650 e 950g/dia, em novilhas com 100 a 350kg de peso vivo, não afetaram a composição tecidual e o desenvolvimento funcional da glândula mamária. 

Outro grupo de pesquisadores avaliou o impacto do fornecimento de silagem de milho ou alfafa sobre a composição da glândula mamária. As novilhas foram alimentadas visando taxas de ganho de peso de 750g (baixa) ou 1kg/dia (alta). A alta taxa de ganho de peso reduziu a porcentagem de parênquima (tecido relacionado com a secreção de leite) apenas no grupo de novilhas alimentadas com silagem de milho. Esse grupo apresentou ainda, na avaliação histológica, redução na porcentagem da área de parênquima ocupada por epitélio e aumenta naquela ocupada por tecido adiposo (gordura). Esta observação indica a importância da composição da dieta, talvez independente das taxas de ganho de peso, sobre o desenvolvimento funcional da glândula mamária. Dietas que promovem excessiva deposição de gordura corporal e mamária podem inibir o desenvolvido do parênquima e alterar a arquitetura dos ductos, impactando negativamente a produção futura de leite. Por outro lado, dietas ricas em proteína, mesmo em situações de alto ganho de peso, não apresentariam influência negativa sobre o desenvolvimento mamário, pois promovem aumento da quantidade de DNA no parênquima, diferente de quando o alto ganho se deve ao excesso de energia.

A composição tecidual da glândula mamária, descrita em vários estudos é, em média, de 20% de epitélio, 50% de tecido conectivo e 30% de tecido adiposo. Em animais submetidos a dietas que causem excessiva deposição de gordura corporal, essas proporções são alteradas para aproximadamente 12% de epitélio, 37% de tecido conectivo e 51% de tecido adiposo.

Estudos mostram que o crescimento das células e
piteliais pode ser negativamente afetado pela presença de gordura, possivelmente pela secreção de inibidores parácrinos (locais). Por outro lado, alguns pesquisadores sugerem a existência de mecanismos endócrinos (hormonais) que regulariam o desenvolvimento mamário. 
A somatotropina, ou GH, parece ser o principal hormônio envolvido com esse processo, sendo positivamente correlacionado com o crescimento mamário. As concentrações de GH são reduzidas pelo alto consumo de energia, o que explica o menor desenvolvimento do parênquima mamário em novilhas superalimentadas. 

Novas evidências têm sugerido que esse efeito seja indireto, mediado pelo fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-1), produzido no fígado. Novilhas com alto consumo de energia apresentam níveis plasmáticos de insulina e somatostatina mais altos. Esses hormônios são responsáveis por regularem negativamente a secreção de GH, com menor estímulo hepático para liberação de IGF-1 que, por sua vez, reduz a proliferação de tecido mamário funcional.

Com relação à idade, um estudo mostrou que o maior consumo de energia e proteína, entre 2 e 8 semanas de idade, aumentou o desenvolvimento do parênquima (massa e quantidades de DNA e RNA) da glândula mamária. A extensão do desenvolvimento do parênquima é extremamente importante, pois o número de células mamárias é o principal fator que limita a produção de leite. A quantidade de DNA é um indicador do número de células secretoras, enquanto o RNA está relacionado com a atividade metabólica. O aumento do DNA sugere que as bezerras que receberam dietas mais concentradas irão produzir mais leite quando se tornarem vacas.


Por outro lado, o aumento da densidade nutricional da dieta, entre 8 e 14 semanas de idade, não afetou o desenvolvimento do tecido mamário, mas promoveu uma maior deposição de gordura no parênquima.
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Flávia Fontes
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Andre Oliveira
Provimi
18 de mayo de 2011
Pessoalmente considero enorme o nº de factores que afectam a performance de uma Novilha à 1ª barriga. De uma maneira mais prática aconselho como objectivo mínimo para qualquer novilha produzir no pico mais que a média do efectivo(Kg Leite).
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