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Futuro Suinocultura Brasileira

O futuro da suinocultura brasileira

Publicado: 16 de julho de 2012
Por: Flauri Migliavacca.
Numa noite destas assistindo o programa do Jô Soares, o entrevistado foi um ator famoso. O JÔ perguntou oque ele fazia nas horas de folga:.
O ator respondeu que criava galinha caipira e assim proporcionava aos consumidores carne sem hormônios, diferentemente do que se compra no mercado, que só prejudicam a saúde.
Sabedores que somos do custo que são os hormônios, onde qualquer miligrama significa mais que o valor do frango, não podemos aceitar que pessoas supostamente esclarecidas, denigram as nossas carnes, que seguramente, são as mais saudáveis do mundo.
Por estas informações sem nenhum teor científico é que todas as comodities sofrem pressões externas e nossas exportações tem tido cada vez mais barreiras protecionistas.
É claro já que a C.E. determinará o standart da produção de carne no mundo onde cada vez mais, nós produtores teremos que produzir oque o consumidor quer comer, baseado no modelo Europeu.
A grande cadeia de supermercados TESCO do Reino Unido já definiu alguns itens que se algum país quiser vender carne de suínos, terá que se adaptar as normas desta organização, que domina as cadeias de carne.
Os itens que interessam aos leitores são estes:
O rastreamento, que significa dispor na embalagem do produto exposto no supermercado, todas as informações referentes ao suíno que originou este corte, ou seja, seu proprietário, se foi criado com bem estar, qual o sexo, com quantos dias foi para o abate, se o sacrifício no abatedouro foi sem sofrimento, se ficou doente em vida, se a mãe passou a gestação solta ou presa numa gaiola. Os leitões não podem ser castrados, os dentes ao nascerem não podem ser cortados, o corte da cauda deve ser evitado, o cuidado com o umbigo é uma exigência e substituir o uso de antibióticos como promotores, por não antibióticos. Rações sem a farinha de carne, enfim vejam a que margem de segurança o consumidor está chegando e nós somos obrigados a oferecer estas condições, senão não teremos mercado, nosso produto ficará na prateleira.
Nós da ACSURS continuamos referendando as palavras do Ministro da Agricultura Pratini de Morais, que o país em 2.005 será o maior exportador de carne do mundo. As grandes barreiras sanitárias já caíram, como Aftosa e Peste Suína, eram intransponíveis até bem pouco tempo, hoje o país todo tem um programa sério e isto foi demonstrado na ocorrência da Aftosa no Rio Grande do Sul, não se deixando nada a desejar, inclusive até para os americanos que visitaram a região de Jóia, jamais imaginaram que até psicólogos estavam auxiliando a superar a emoção de pequenos produtores que perderam tudo, inclusive a herança havida como dote.
Isto é uma nova vitrine para o estado e para o país, com as indenizações não só dos sacrifícios dos animais, mas também dos lucros cessantes.
Com isto a credibilidade do país aumenta e evidente que somos obrigados a nos adaptarmos as novas normas, mas não esqueçam que o gigante adormecido chamado Brasil, está levantando do berço esplêndido e o mundo inteiro tem medo da nossa abertura, das nossas privatizações, da nossa grande vontade de crescimento e estes países que continuam embutindo mentiras em nosso cotidiano, como as carnes com resíduos hormonais, carne não saudável, isto é somente receio da grande potência produtora que será este país.
Muito em breve estaremos assistindo o fim da suinocultura no Japão, na Coréia, Cingapura e toda a Comunidade Européia densamente povoada. Hoje estes consumidores só produzem, junto com os Estados Unidos e Canadá, porque os governos subsidiam seus produtos. Estes paises gastaram em 1999/362,2 bilhões de dólares no setor primário, em detrimento do consumidor, que está muito irritado com seus governantes que mais protegem o produtor que o restante da população. Prova disto é a proteção que os governos estão fazendo em não sacrificar os animais como a vaca louca, dioxina e tóxico infecções.
O nosso produtor jamais recebeu um centavo de subsídio, tanto no leite, no frango como no suíno e até agora conseguimos sobreviver. De agora em diante é a nossa vez, pois os subsídios dos desenvolvidos irão desaparecer em poucos anos.
As oportunidades para a suinocultura brasileira já estão traçadas. O Rio Grande do Sul que possui um minifúndio produtivo, não pode esmorecer na criação de suínos, pois o verdadeiro sinônimo de pequeno produtor chama-se eficiência familiar. A suinocultura ainda vai continuar precisando de pessoas que não fazem distinção se é domingo, dia de natal ou 1º do ano, isto só ocorre se a mão de obra for familiar.
A média do nosso produtor eficiente é produzir 2.400 kg de carne por fêmea/ano. O nosso produtor deve saber que hoje o mundo possui 950.000.000 de cabeças de suínos e para o ano de 2.030 este número está previsto para chegar a 3 bilhões de cabeças e seguramente nós brasileiros teremos que assumir grande parte disto.
 
*o artigo foi originalmente publicado na data:. 20/04/2002.  
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Flauri Migliavacca
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Diomar Barro
Novartis Animal Health
20 de julio de 2012

Dr Flauri!
O conhecimento que adquiriste ao longo do tempo faz com que o artigo publicado seja referência para as decisões de futuro...se assim entenderem também os que estão à frente das ações de mercado...infelizmente nem sempre é o que vemos...a maioria se submetendo às exigências descabidas e sem amparo científico...No Brasil vale mais um "artista da globo" emitindo opiniões "técnicas" do que Profissionais reconhecidamente respeitáveis, tais como você!
Continue, que a batalha é longa, mas a causa é nobre!
Abraço,
Diomar Roberto Barro
MÉDICO VETERINÁRIO - CRMV RS 02618

Will Oliveira
17 de julio de 2012

Hoje, mais do que nunca, com a atual situação dos produtores de suínos frente ao cenário do mercado de grãos, cabe a nós profissionais da área encontrar meios para sustentar tamanho otimismo. Um grande desafio! Mas nada impossível, se analisarmos a qualidade das nossas instituições de ensino superior e dos profissionais da área.
Trabalhemos.

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