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Do campo à mesa do consumidor: produção sustentável com o uso de ESG na nutrição animal

Publicado: 17 de setembro de 2021
Por: Ab Vista, Bruno Pecorino
A fome é um dos maiores problemas da história da humanidade, e a demanda por comida segue com forte tendência de crescimento – Até 2050, serão dois bilhões a mais de pessoas que precisarão comer na Terra – No entanto, a grande questão é se é possível que os nossos alimentos sejam gerados, sem ultrapassar os limites do planeta. Tal preocupação é constante no nosso sistema de produção de proteína animal, e não deveria ser subestimada.
A agricultura está entre as atividades que mais contribuem para os efeitos do aquecimento global e consequentemente tem seu impacto nas mudanças climáticas. A pecuária, também é responsável pelo maior uso de recursos hídricos, além de seu crescimento poder acelerar a perda de biodiversidade do planeta.
Diversas entidades mundiais se preocupam com este cenário alarmante, e constantemente buscam alternativas para que se possa entregar alimentos ao consumidor sem extrapolar os limites dos recursos da natureza, que são cada vez mais escassos, e sem dúvida, finitos. No Brasil, o MAPA tem executado o plano setorial de adaptação às mudanças climáticas, para contribuir com uma economia de baixa emissão de carbono na agricultura – Plano ABC – Que busca em sua primeira fase, recuperar pastagens degradadas, fomentando um sistema de plantio mais adequado e reflorestar áreas devastadas, além da fixação biológica do nitrogênio e o tratamento de dejetos de animais, em linha com o Acordo de Paris, cujo principal objetivo é reduzir o aquecimento global.
“De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a cada 1 real investido pelo Plano ABC, os produtores rurais investiram outros 7 reais em recursos próprios, comprovando a importância de uma produção voltada a aproveitar recursos naturais, através da inserção de tecnologias.”
Plano ABC+ – Com o encerramento do antigo programa, foi lançado em abril deste ano o Plano ABC+ 2020-2030 com o objetivo de renovar as metas para os próximos anos. Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o ABC+ promove a abordagem integrada da paisagem como marco conceitual, estimulando a gestão integrada das propriedades rurais e o uso eficiente dos recursos naturais.
“O novo plano também é importante para a promoção do crescimento econômico, pois os produtores rurais aderem às práticas de baixa emissão de carbono por trazerem eficiência e renda, conciliando conservação e produtividade”, disse a ministra na cerimônia de lançamento do novo plano.
Além das organizações governamentais, o consumidor cada vez mais demanda produtos de qualidade à sua mesa, mais saudáveis e com transparência na maneira que eles foram produzidos, sem contar com a exigência de que haja rastreabilidade, muito embora existam deficiências ainda na maneira de se quantificar a emissão de carbono, e falta de legislação do setor, no entanto, em alguns países, sobretudo na União Europeia,  fez-se necessário adotar selos de produção sustentável, de maneira semelhante ao que se faz com a produção de alimentos orgânicos mundialmente – Esta, sem dúvida é uma tendência incessante, que tange não somente o mercado de produção animal, mas se tornou um comportamento, um hábito para essa e as futuras gerações.
Na nutrição animal, faz-se necessária a adoção de medidas ESG, e a implementação de novas estratégias, para maximizar a economia dos custos da alimentação, e mitigar a excreção de fósforo com consequente redução das emissões de carbono. Segundo Gustavo Cordero, gerente global de serviços técnicos da AB Vista, “a contaminação ambiental da produção de suínos e aves é uma questão que preocupa muito a sociedade, e pode ser reduzida através do uso de enzimas”
“O uso de altas doses de fitase, não só agrega valor em termos de desempenho ou economia de custos, mas também pode ser usado para reduzir a excreção de fósforo e, portanto, a poluição ambiental, o que é uma preocupação crescente globalmente. Por exemplo, ao redor do mundo, a população de suínos consome sete milhões de toneladas de fosfato inorgânico (bicálcico) anualmente e 64% do fósforo total consumido na dieta é excretado nas fezes e na urina.  Analisando os dados em mais detalhes, o uso de fitase para substituir 1,0-2,0 g/kg de P (fósforo) inorgânico fornecido na dieta implica que poderia reduzir a suplementação de fosfato inorgânico em 38-76%”, explica Gustavo.
Um recente estudo sobre suínos para engorda nos EUA (Figura 1), demonstra os benefícios sobre uma dieta de controle, contendo níveis padrão de fitase em comparação com a superdosagem de fitase adicionada "a mais" na dieta de controle, para dar 2.000 FTU/kg ou MMN com o mesmo desempenho, mas a um custo mais barato, aplicando valores de matriz nutricional mais alta. Os resultados mostram que a sobredosagem com fitase, melhora significativamente o desempenho produtivo dos animais, enquanto o uso de MMN oferece o mesmo desempenho, mas com menor custo de alimentação (5 euros/t).
Figura 1. Índice de conversão (IC) de suínos comparando as estratégias de Superdosagem (SD) e Matriz Nutricional Máxima (MMN) com uma dieta controle (CON).
Do campo à mesa do consumidor: produção sustentável com o uso de ESG na nutrição animal - Image 1
No mesmo estudo descrito acima, a pegada de carbono de cada tratamento experimental foi determinada, e observa-se que as emissões de CO2 são reduzidas pela aplicação da estratégia de superdosagem (numericamente) ou da estratégia de matriz nutricional máxima (P < 0,05) na dieta controle (Figura 2). Com base no ganho adicional alcançado neste teste, a sobredosagem reduz 1,61 kg CO2/porco e MMN reduz 6,19 kg CO2 /porco.
O uso de enzimas favorece maior sustentabilidade ambiental na medida em que as emissões de CO2e, nitrogênio e fósforo são reduzidos, devido à maior eficiência no uso de matérias-primas. Neste contexto e com respeito ao compromisso com o meio ambiente, a AB Vista oferece estratégias flexíveis, como a Máxima Matriz Nutricional, que ajudam a obter melhores resultados econômicos graças ao avanço do conhecimento do modo de ação das fitases, do nível de substrato nas matérias-primas e a resposta que se pode esperar, proporcionando maior rentabilidade na produção animal. 
Figura 2. Pegada de carbono comparando diferentes tratamentos: Controle (CON), Superdose (SD) e Máxima Matriz Nutricional (MMN).
Do campo à mesa do consumidor: produção sustentável com o uso de ESG na nutrição animal - Image 2
A migração das companhias para a economia de baixo carbono, por exemplo, é um dos passos essenciais para que o mundo consiga cumprir as metas previstas no Acordo de Paris, e felizmente essa é uma tendência mundial, de forma que já é possível observar um movimento crescente pela redução de GEE, ampliação da produção e consumo de energia limpa, além do uso racional de recursos naturais em constante busca de alternativas verdes, que, sem dúvida, garantem a competitividade e viabilidade dos negócios a longo prazo.
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Autores:
Bruno Ferreira Pecorino
AB Vista
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