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morfoestrutural borregos resíduo cervejaria

Avaliação morfoestrutural de borregos alimentados com resíduo de cervejaria em substituição ao farelo de soja.

Publicado: 17 de fevereiro de 2012
Por: LORENO E. TAFFAREL, PATRÍCIA B. COSTA, CRISTIANI CAVILHÃO, CAROLINA A. MECABÔ, NIVALDO K. JUNIOR, JAQUELINE R. WOBETO
Sumário

Objetivou-se, neste estudo, avaliar o efeito do resíduo de cervejaria úmido sobre o crescimento morfológico de borregos da raça Santa Inês. As medidas, feitas com fita métrica e hipômetro graduado, foram realizadas semanalmente, quando os animais atingiram peso vivo médio de 20 kg. Foram medidos: altura da cernelha, altura de garupa, largura de garupa, comprimento corporal, perímetro e a circunferência da perna. Não houve efeito dos tratamentos sobre as medidas e os índices estudados. As medidas biométricas estão correlacionadas ao peso dos animais, pois o esqueleto ósseo deve proporcionar sustentação da massa muscular em crescimento. O resíduo de cervejaria úmido pode ser utilizado na dieta de ovinos, após o desmame, com o objetivo de substituição do grão de soja até o nível de 75%. 

Palavras-chave: biometria, desenvolvimento ponderal, medidas morfométricas

Introdução:
Uma das formas de melhor viabilizar a ovinocultura, é propiciar condições para que os animais componentes de determinada raça, exteriorizem o máximo desempenho de suas potencialidades para os quais foram selecionados, mediante o fornecimento de dietas que proporcionem atingir o desenvolvimento da carcaça e peso de forma que o abate ocorra mais precocemente. Para mensurar o resultado das dietas, é preciso caracterizar aspectos fenotípicos relacionados a morfometria e ao ambiente ou sistema de produção em que os animais estão inseridos. Segundo Gusmão Filho et al. (2009), as medidas biométricas estão correlacionadas ao peso dos animais, isto porque é preciso que o esqueleto ósseo proporcione sustentação da massa muscular em crescimento. Neste contexto, objetivou-se avaliar a utilização do resíduo de cervejaria na alimentação de borregos em terminação através de medidas morfoestruturais, o que pode ser de grande importância para a determinação dos atributos corporais de animais destinados à reprodução e recria. 
Materiais e métodos:
O experimento foi realizado no setor de Ovinocultura da Estação Experimental Prof. Dr. Antonio Carlos dos Santos Pessoa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Foram avaliados 32 borregos da Raça Santa Inês, sendo 16 fêmeas e 16 machos não castrados, alojados em baias individuais de 1,50 m2, distribuídos em blocos casualizados de acordo com peso inicial e sexo e, em quatro tratamentos e oito repetições. Os tratamentos consistiram da substituição de 0; 25; 50 e 75% do farelo de soja por resíduo de cervejaria, peletizados junto com milho moído e mistura mineral para melhor homogeinização e redução da seleção pelos animais e acrescido de feno de Capim Tifton 85. Esta dieta foi fornecida as 6h30 e 18h30, e foi baseada em 4% do peso vivo e sobras de 10%, objetivando ganhos de peso diário de 200 g/dia (NRC,1985). O cálculo de nutrientes digestíveis totais para formulação das rações foi feito de acordo com Valadares Filho et al. (2006). O período experimental foi de 110 dias, incluindo 10 dias de adaptação. Medidas morfoestruturais, avaliadas com auxílio de fita métrica e de hipômetro, foram tomadas a cada 7 dias, às 7 h, após jejum de alimentos por 12 horas. As medidas corporais, obtidas  segundo a metodologia descrita por Osório (1998), foram às seguintes: altura de cernelha (AC), altura de garupa (AG), comprimento corporal (CC), largura de garupa (LG), perímetro da perna ou canela (PC) e perímetro torácico (PT). Os seguintes índices zootécnicos foram calculados a partir das relações das medidas mensuradas: indice corporal (ICo): CC / PT * 100; índice corporal relativo (ICR): CC / AC * 100; índice de relação perímetro torácico (IRPT): PT / AC * 100; índice metacarpo - torácico (IMT): PC / PT * 100; e índice pélvico - transverso (IPT): LG / AC * 100. Para a análise estatística além da análise de variância, foi realizada análise de regressão das variáveis e o teste de Tukey, nos níveis de 5% de probabilidade.
Resultados e Discussão:
Na Tabela 1, pode-se observar que não houve efeito dos tratamentos sobre a altura da cernelha, altura de garupa, largura de garupa, comprimento corporal, perímetro da perna e perímetro torácico, nem sobre os índices corporal, corporal relativo, relação perímetro torácico, metacarpo-torácico e pélvico-transverso. O crescimento de um organismo é um fenômeno biológico complexo, o qual, embora bastante estudado, ainda não está completamente elucidado. A ação de hormônios e de fatores externos, principalmente a nutrição , permite que indivíduos manifestem, em magnitude variável, a sua herança genética de crescimento (ALVES, 2003). Estudar o crescimento animal com a utilização de medidas repetidas no tempo, em que se considera a variação aleatória entre os indivíduos, possibilita estimar fatores como capacidade digestiva e respiratória, bem como características produtivas como o rendimento de carcaça. 
Conclusões:
O resíduo de cervejaria úmido pode ser utilizado na dieta de ovinos, após o desmame, com o objetivo de substituição do grão de soja até o nível de 75%.
Referências Bibliográficas
ALVES, D.D. Crescimento compensatório em bovinos de corte. Revista Portuguesa de Ciências Veterinária, v.98, n.546, p.61-67, 2003. 
NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requeriments of sheep. 6.ed. Washington, D.C.: National Academy Press, 1985. 99p. 
OSÓRIO, J.C.S. OSÓRIO, M.T.M. JARDIM, P.O. et al. Métodos para avaliação da produção de carne ovina: "IN VIVO" e na carcaça. Pelotas: Editora Universitária/UFPEL, 1998. 107p. 
VALADARES FILHO, S.C.; MAGALHÃES, K.A.; ROCHA JR., V.R. et. al. Tabelas brasileiras de composição de alimentos para bovinos. CQBAL 2.0. 2.ed. Viçosa, MG: Suprema Gráfica Ltda, 2006. 329p. 
GUSMÃO FILHO, J.D., TEODORO, S.M., CHAVES, M.A. et. al. Análise fatorial de medidas morfométricas em ovinos tipo Santa Inês. Archivos de Zootecnia, v.58, n.222 Córdoba jun 2009 p. 292. 
Autores:
Loreno E. Taffarel
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
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