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Emissões de gases do efeito estufa no Brasil: A nova imagem para os sistemas de produção de leite

Publicado: 10 de janeiro de 2013
Por: Heloisa Carneiro, pesquisadora da Embrapa Gado de Leite.
A Cadeia Produtiva do Leite, em abrangência nacional, vem desempenhando um relevante papel no suprimento de alimentos, na geração de empregos e de renda para a população e se configura como uma das mais importantes do agronegócio brasileiro. No entanto, a pecuária tem sido apontada como uma das atividades que mais prejudicam o meio ambiente. Os impactos ambientais negativos causados pela bovinocultura estão relacionados principalmente com a forma de produção adotada no Brasil: o sistema extensivo de criação. Além disso, a pecuária passou a gerar grande preocupação entre os ambientalistas, devido às emissões globais de metano geradas a partir dos processos entéricos dos ruminantes.
A agricultura e a pecuária são os grandes contribuintes para as emissões antrópicas por metano (CH4) à atmosfera. A ação do homem vem alterando as concentrações dos gases de efeito estufa na atmosfera, provocando assim o aquecimento da superfície terrestre. A interação entre os fatores de produção animal e o impacto ambiental causado pelas diversas atividades tem sido cada vez mais o objeto de pesquisa relacionado com as mudanças climáticas mundiais.
O novo relatório da FAO (Food and Agriculture Organization) divulgado em maio deste ano, sinalizou baixos resultados da emissão de metano pelos bovinos. Neste relatório revisaram-se os mecanismos de síntese de metano entérico pelos bovinos e assinalaram um valor significativamente menor aqueles citados anteriormente, baixando de 16% para 2,7% a emissão dos gases, mostrando um decréscimo de quase 80%.
O grupo signatário consiste de sete organizações internacionais que promete relatar regularmente seus progressos e contribuições para a mudança do clima e fornecerão ações positivas que deverão ser tomadas pela cadeia produtiva do leite a nível global, relata Brian Lindsay, presidente do comitê de direção do grupo.
O relatório de FAO permitirá que o grupo signatário identifique algumas ações nas áreas com potencial de diminuir ou acoplar ações positivas no sentido da melhorar das boas práticas na cadeia produtiva do leite principalmente aquelas diretamente relacionadas com as mudança climáticas e essa aliança global tem como alvo o meio ambiente.
O relatório destaca especialmente a necessidade de centrar-se sobre fontes sustentáveis para potencialmente reduzir os níveis de gases de efeito estufa com transferência de tecnologias às regiões onde os baixos rendimentos e a baixa produção da digestibilidade da forragem elevem os gases de efeito estufa na pecuária. Novas informações estão sendo geradas através de 270 projetos apoiados pela FAO, visando à redução das emissões na cadeia do leite.
As organizações internacionais que compõem o grupo signatário são: Associação Africana Oriental e do Sul da leiteira (ESADA); Associação Européia do Leite (EDA); Federação Pan-Americana da Leite (FEPALE); Plataforma Global do Leite (GDP); Federação Internacional do Leite (IDF); Federação Internacional dos Produtores da Agricultura (IFAP); Plataforma da Agricultura Sustentável (Plataforma de SAI).

**O artigo foi originalmente publicado pelo Centro de Inteligência do Leite (CILEite), coordenado pela Embrapa Gado de Leite.
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Autores:
Heloisa Carneiro
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