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Umidade ração

Otimização da umidade mantendo ao mesmo tempo a qualidade da ração

Publicado: 24 de maio de 2012
Por: Maarten van der Heijden e D de Haan, Selko, Holanda. (Traduzido por Selko Brasil.)
Otimização da umidade mantendo ao mesmo tempo a qualidade da ração - Image 1
Otimizar o teor de umidade na ração é fator principal sob um ponto de vista econômico e de qualidade da ração. Entretanto, a água livre favorece um rápido desenvolvimento fúngico. Uma combinação de propionatos ativados com surfactantes selecionados pode otimizar o teor de umidade sem prejudicar a qualidade da ração.
A maioria dos produtores de ração reconhece a importância do controle da umidade nas rações dos animais. Otimizar os níveis de umidade da ração é ponto crucial sob um ponto de vista econômico tanto quanto de qualidade. Por razões comerciais é importante controlar o teor de umidade de modo a compensar as perdas que ocorrem durante os processos de moagem e refrigeração. Além disso, um nível suficiente de umidade é importante, pois reduz o uso de energia durante o processo de peletização, e reduz o risco de bloqueios. Isso é importante para evitar as perdas de nutriente resultantes da produção excessiva de calor. Além disso, garante boa qualidade grão, pois se sabe que um nível ideal de umidade afeta positivamente a dureza do grão. Contudo, a desvantagem do aumento de umidade é que a água livre apresenta uma ameaça significativa à qualidade da ração, pois são criadas condições ideais para o rápido crescimento de fungos e o desenvolvimento de micotoxinas.
Moagem e refrigeração
Moagem e refrigeração são os principais processos que provocam perdas de umidade, que são difíceis de recuperar. Injetar vapor por pressão na ração antes da peletização é um método bem aceito para melhorar a eficiência do processo de peletização. Entretanto, esta umidade adicionada, geralmente desaparece novamente através da evaporação durante o processo de refrigeração. Isto geralmente resulta em perdas de umidade entre 0,5 e 1% na ração final, comparado às matérias primas. Um modo interessante para compensar estas perdas é adicionar água durante o processo da mistura. A experiência prática revela que a adição somente de água apresenta um potencial limitado: após a refrigeração, os níveis de umidade na ração final são, na melhor das hipóteses, iguais ao nível de umidade injetada por pressão na ração, mesmo com elevadas adições de água. A adição de água também aumenta significativamente o risco e a rapidez do crescimento fúngico. Ainda assim, os produtores de ração estão buscando meios para obter os benefícios otimização de umidade na eficiência e na qualidade da produção da sua ração final. O principal desafio é garantir que a água adicionada seja retida, sem colocar em risco o tempo de prateleira da ração final.
Otimização da umidade mantendo ao mesmo tempo a qualidade da ração - Image 2
Otimização da umidade mantendo ao mesmo tempo a qualidade da ração - Image 3
Emulsificantes e surfactantes.
Pesquisas indicam que o uso de surfactantes e emulsificantes em combinação com a adição de água é um método eficiente para melhorar a porcentagem de retenção desta água adicionada. Sabe-se que surfactantes e emulsificantes reduzem a tensão superficial da água, permitindo uma melhor penetração e distribuição da água nas partículas da ração. Os emulsificantes disponíveis comercialmente provaram a sua eficácia ao melhorar a eficiência na produção de ração e nos níveis de umidade da ração quando combinados com a adição de água durante o processo da mistura.
Contudo, o risco de aumentar o crescimento de fungos é elevado e muitas vezes o prazo de validade da ração é afetado negativamente.
Nova Tecnologia.
Os inibidores fúngicos líquidos geralmente são usados para controlar fungos em matérias-primas e rações. Combinar controle de umidade com um produto inibidor de fungo possibilita um programa de otimização de umidade sem o risco do desenvolvimento do fungo devido à "água livre". A Selko Feed Additives lançou recentemente uma nova tecnologia para inibição de fungo na qual propionatos ativados são combinados com surfactantes selecionados. As propriedades dos propionatos ativados aumentam a porosidade da camada mais externa do fungo que, em combinação com os surfactantes incrementam significativamente a inibição fúngica.
A aplicação deste conceito de combinar propionatos ativados com surfactantes para o controle de umidade foi testada na fábrica experimental de ração da Nutreco R&D. Foi cogitada a hipótese de que as propriedades de ligação da água dos propionatos ativados em combinação com os benefícios dos surfactantes seriam proveitosas para a retenção da água adicionada enquanto mantém ou até mesmo melhora o prazo de validade. Foi realizado um ensaio comparando os efeitos de: (1) não adicionar água; (2) adicionar água (1,5%) mais um emulsificante disponível comercialmente na proporção de 300 g por tonelada; (3) adicionar água (1,5%) mais uma mistura de propionatos ativados com surfactantes (Fylax® Forte) na proporção de 300 g por tonelada e; (4) adicionar água (1,5%) mais uma mistura de propionatos ativados com surfactantes (Fylax® Forte) na proporção de 750 g por tonelada. Os 300 g por tonelada de ração foram escolhidos uma vez que é uma taxa de inclusão comum para emulsificantes usada para otimização de umidade. A dosagem recomendada para inibição de fungo é de 750 g por tonelada. Uma ração para suínos com umidade relativamente alta foi utilizada para o teste. Os produtos foram dissolvidos em água e pulverizados dentro do misturador usando um sistema de dosagem líquida. Todos os testes foram realizados em duplicata e em condições controladas. A pressão e o vapor da peletização eram fixos em todos os grupos.
Os níveis de umidade inicial e final (após a refrigeração) foram determinados (uma hora a 100°C) e os grãos foram analisados para qualidade (firmeza). O tempo de pressão e o consumo de energia (kW por hora) foram usados como indicadores da eficiência de produção. O tempo de prateleira foi determinado através da realização de um teste de tensão com 95% de umidade e á 35°C.
Porcentagem de umidade do grão
A Figura 1 compara o efeito de tratamentos diferentes na porcentagem de umidade do grão após a refrigeração. Como a adição de emulsificantes pode ser considerada como o padrão industrial, o nível de umidade deste tratamento foi estabelecido como índice100.
Na proporção de 300 g por tonelada, as propriedades de ligação da água dos propionatos ativados e o efeito sinérgico com o surfactante foram similares quando comparado ao emulsificante puro.
A adição de uma inclusão mais elevada de propionatos ativados com surfactante resultou numa porcentagem de umidade claramente maior com uma porcentagem de retenção maior que 130%. Este efeito pode ser explicado pela força de ligação da água e as propriedades do surfactante que nesta inclusão maior não apenas manteve a água adicionada, mas também capturou parte do vapor que foi injetado durante o processo de granulação.
Como esperado, os níveis de umidade aumentados reduziram o consumo de energia do processo de peletização, em kW por hora (Figura 2) assim como em kW por tonelada métrica de ração produzida. Novamente a redução foi similar para os emulsificantes, e na combinação de propionatos ativados e surfactantes, ambos reduziram o consumo de energia em 7%. A maior taxa de inclusão de propionatos ativados e surfactante resultou na redução do consumo de energia em 12%. Este resultado confirma que os níveis mais elevados de umidade têm efeitos positivos na redução do custo de energia na produção de ração. Como benefício adicional, a produção flui sem problemas, o que reduz os riscos de bloqueios durante o processo de peletização. Em todos os grupos, os grãos permaneceram bem dentro dos padrões de qualidade industrial.
Otimização da umidade mantendo ao mesmo tempo a qualidade da ração - Image 4
Mantendo o Tempo de prateleira. 
A combinação de propionatos ativados e surfactantes na proporção de 750 g por tonelada de ração resultou num aumento substancial do prazo de validade de grão e ração. A fim de determinar a viabilidade econômica do controle de umidade para os produtores de ração, o retorno do investimento foi calculado usando o custo-benefício. Os custos e benefícios por tonelada de ração foram calculados usando preços comerciais para os produtos testados, ração de suínos e eletricidade.
Uma vez que o prazo de prateleira é difícil para quantificar em custo ou lucro, é concedida uma qualificação. Uma combinação de ácidos orgânicos com propionatos ativados e surfactantes selecionados juntamente com a adição de água é um método eficiente para otimizar os níveis de umidade da ração, melhorar a eficiência no produção e para garantir a qualidade do grão. As propriedades de inibição de fungo desta tecnologia eliminam o efeito negativo sobre o prazo de validade que é comum para as estratégias de adicionar apenas água, ou adicionar água e emulsificantes. As taxas de inclusão relativamente baixas permitem benefícios econômicos significativos para o produtor de ração, ao mesmo tempo em que mantém o prazo de validade da ração. Isso o torna uma abordagem interessante por países e produtos de ração para a qual a otimização econômica é muito importante. Quando dosado em níveis que são comuns para os inibidores de fungo, ainda mais benefícios podem ser realizados, como as taxas de retenção são muito maiores e o prazo de vencimento pode ser aumentado significativamente. Isso o torna especialmente interessante para os fabricantes de rações especializadas e alimentos para animais de estimação, que tipicamente estão procurando buscar por um longo tempo de prateleira, mais que ainda desejam obter os benefícios de um processo de produção aprimorado e confiável.
Os dados sobre o ensaio estão disponíveis a pedido
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Marcelo de Souza Lima
30 de mayo de 2012

Olá Patrícia Rossi,
obrigado pela resposta.
Agora gostaria de saber como faço para adquirir esse produto e as dosagens que se poderia utilizar. Outra curiosidade é que o uso desse produto independe da umidade do milho?

Marcelo de Souza Lima
24 de mayo de 2012

Pelo que li, deu a entender que o processo é fabrico de ração peletizada.
Pergunto se o raciocínio vale para ração farelada, tendo em vista que aqui no Brasil essa opção é muito utilizada.

mariana mello
14 de agosto de 2015
Gostaria de saber mais sobre o produto fylax email marianamello0702@hotmail.com
Patricia Rossi
Nutreco
31 de mayo de 2012

Prezado Victor,

Esse produto FYLAX nos permite adicionar água 1-2% em rações fareladas e/ou peletizadas sem que ocorra desenvolvimento fúngico.
Seu raciocínio está correto quanto a quantidade de água a ser adicionada em 1 tonelada de ração (se quiser adicionar 2% de água, deve-se colocar 20L em 1000 kg de ração). A umidade final da ração vai depender da dose de Fylax utilizado. Mas certamente, podemos adicionar 2% de água e e ter uma umidade final de 12%, por exemplo.
Recomeda-se fazer uma pré-mistura do Fylax+água e colocar no misturador.
Certamente a qualidade da água é importante sim, uma vez que esta pode estar contaminada com enterobactérias, fungos e leveduras. Devemos sempre nos preocupar com a qualidade da água, não só neste caso específico, sempre usar uma água de boa qualidade.

Espero que tenha esclarecido suas dúvidas. Mais uma vez obrigada pela sua participação.

Atenciosamente,
Patricia Rossi
Coordenadora Técnica Selko

Patricia Rossi
Nutreco
31 de mayo de 2012

Prezado Marcelo,

Você pode me passar seu contato? Pois entraremos em contato.

Mais uma vez agradeço sua participação no nosso Fórum.

Atenciosamente,
Patricia Rossi
Coordenadora Técnica Selko

Vitor Santos
30 de mayo de 2012

Patrícia queria agradecer desde já a sua resposta.
E aproveito para lhe perguntar, o que entende por optimização da humidade e se adicionar 2% de água (20 litros / 1000 kg) na ração quanto representa isso em acréscimo de humidade?
E como e onde aplica a água na ração? E a qualidade da água que adiciona também importa controlar?
Obrigado

Patricia Rossi
Nutreco
30 de mayo de 2012

O uso do Fylax na ração permite de aumentar a umidade da ração sem afetar muito a atividade de água (fixador de água que não deixam a água livre). O controle da atividade da água, além do poder antifúngico, torna o Fylax muito eficaz para controlar fungos e bactérias.

Patricia Rossi
Nutreco
30 de mayo de 2012

Prezado Marcelo, boa tarde!

Obrigada por sua participação no nosso Fórum.
Em relação a sua pergunta, você pode adicionar Fylax + água em ração farelada, essa técnica não é exclusiva para rações peletizadas ou extrusadas. A única diferença é que você não terá aumento na capacidade de produção, somente aumeto no peso (1-2% de otimização de umidade) e melhora no tempo de prateleira, pois Fylax possui efeito antifúngico.

Atenciosamente,
Patricia Rossi
Coordenadora Técnica Selko

Patricia Rossi
Nutreco
30 de mayo de 2012

Prezado Vitor, bom dia!

Muito obrigada pela sua participação/contribuição no nosso Forum.
Realmente a adição de água sem nenhum aditivo/antifungico prejudica a qualidade da ração.
Nossa experiência é que utilizando Fylax + água na dose recomendada você pode incrementar a quantidade de água (1-2%) na ração sem afetar a qualidade da mesma. Pois como o Fylax possui surfactantes, estas substâncias ajudam a manter o nível de umidade e Aw da ração (0,6-0,8). Além disso, a mistura de ácidos orgânicos tamponados presentes no Fylax atuam sobre os fungos eliminando/impedindo que eles se desenvolvam nestas condições e aumentam o tempo de prateleira mesmo com a adição de água.

Atenciosamente,
Patricia Rossi
Coordenadora Técnica Selko

Vitor Santos
29 de mayo de 2012

Adicionar água a ração é um risco sempre adicional, independentemente se coloca ou não anti- fungicos, uma vez que toda a água que coloca fica disponível.
Ao aumentar a água disponível (Aw), Índice de disponibilidade da água para utilização em reacções químicas e crescimento de microrganismos, aumenta exponencialmente a possibilidade do crescimento microbiano e reacções indesejáveis.
A adição de água na ração só tem interesse sob o ponto de vista do fabricante nunca do produtor. É bastante atractivo colocar agua a um preço insignificante e vender depois ao preço da ração.
Mas isto é só a minha opinião pessoal.

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