O fornecimento de Ecobiol® (B. amyloliquefaciens CECT 5940) reduz a microflora patogênica intestinal e melhora o desempenho de frangos de corte.

Em condições comerciais, frangos de corte estão continuamente expostos a condições estressantes que podem aumentar sua suscetibilidade a distúrbios intestinais, resultando em pior desempenho, imunossupressão e aumento da mortalidade. Os antibióticos são amplamente utilizados para melhorar o desempenho em condições de desafio (Dibner e Richards, 2005). No entanto, nos últimos anos, as autoridades veterinárias têm atuado para reduzir o uso de antibióticos na produção animal e para impedir a transferência destes produtos para a cadeia alimentar humana. Como respostas a estas demandas, os produtores estão buscando alternativas para substituir os efeitos/benefícios dos antibióticos. Há uma ampla gama de possíveis alternativas. Um dos grupos mais promissores é o de probióticos. Foi demonstrado que os probióticos promovem o desenvolvimento e a estabilidade do microbioma intestinal em aves, reduzindo assim as doenças entéricas e melhorando o desempenho das aves (Ducatelle et al., 2015). Também podem melhorar a conversão alimentar, diminuir a mortalidade, modular a resposta imune e proteger contra patógenos entéricos (Siragusa, 2012). As pesquisas em nutrição e fisiologia humanas respaldam os benefícios dos probióticos na nutrição animal ao demonstrar que a conexão entre a microflora intestinal e o estado de saúde não se limita ao trato intestinal (Corthesy, 2007).

O Ecobiol® é um probiótico projetado para o manejo da microbiota intestinal, que pode ser usado para melhorar o desempenho. Contém uma cepa de crescimento rápido e que ocorre naturalmente: o Bacillus amyloliquefaciens CECT 5940, que tem capacidade inerente de produzir ácido láctico e de influenciar interações entre diferentes populações bacterianas. Esta cepa é tolerante às secreções gástricas e biliares.

Considerando o potencial dos probióticos de promover o equilíbrio microbiano intestinal, foi levantada a hipótese que a adição de Bacillus amyloliquefaciens CECT 5940 na ração
poderia melhorar o desempenho de frangos de corte. Portanto, este experimento foi realizado com o objetivo de determinar o efeito do fornecimento de B. amyloliquefaciens CECT 5940 (Ecobiol®) no desempenho de frangos de corte sob condições de alimentação na Europa.

O estudo foi realizado nas instalações de pesquisa da Universidade de Estudos Agrícolas e Medicina Veterinária da Banat em Timisoara, Romênia. Trezentos frangos Ross 308 machos foram aleatoriamente divididos em dois tratamentos com 25 repetições (boxes) de 6 aves cada. O peso corporal inicial médio (PC) foi 42g/ave (+/- 3g). As dietas foram baseadas em milho, trigo e farelo de soja, sem uso de enzimas em nenhuma das dietas (Tabela 1). A ração-teste continha Ecobiol® (B. amyloliquefaciens CECT 5940) a 1,0 x 106 UFC/g de ração. As dietas foram formuladas de acordo com as recomendações da Evonik (Evonik, 2012). A análise das rações confirmou os valores calculados. As rações foram fornecidas à vontade na forma farelada, de acordo com um programa de alimentação de três fases: inicial: 0-10 dias; crescimento: 11-20 dias e retirada: 21-35 dias. As rações não continham coccidiostáticos e as aves não foram vacinadas.

O consumo de ração e o ganho de peso foram registrados no final de cada fase. A mortalidade foi monitorada diariamente. Além disso, 25 frangos de cada tratamento foram abatidos no dia 35. Os cecos foram coletados, acondicionados em uma caixa refrigerada e enviados a um laboratório de microbiologia para análises bacterianas  (E. coli e coliformes). O íleo de 15 aves foi usado para determinar a contagem de lactobacilos (6 diluições em 2 placas cada). A análise estatística dos dados foi realizada usando os procedimentos do teste t do pacote estatístico R.

Resultados e discussão
O ganho de peso em todas as fases foi semelhante entre os tratamentos, mas foi numericamente maior (1,4%) no grupo Ecobiol® (Tabela 2). Esse desempenho foi inferior ao valor recomendado (2,283 g) para frangos Ross (Aviagen 2014), o que pode ser atribuído à forma farelada da ração neste estudo. A mortalidade foi zero devido às excelentes condições de alojamento e de manejo.

O consumo de ração também foi semelhante entre dois tratamentos, mas ainda assim inferior à recomendação (3,510 g) para frangos Ross. Este resultado também era esperado, porque as rações foram fornecidas na forma farelada e não foram suplementadas com enzimas.

A conversão alimentar foi estatisticamente diferente entre 10 e 20 dias e durante todo o período experimental. Em particular, nos primeiros 20 dias, quando os frangos enfrentam mais desafios intestinais, o efeito positivo do Ecobiol® no trato intestinal e na saúde intestinal foi evidente. Os resultados finais da conversão alimentar estão de acordo com a recomendação de 1,537 g/g para frangos Ross.

Quando todas as exigências nutricionais são satisfeitas e os animais não são expostos a estresse fisiológico devido ao manejo inadequado ou à exposição a patógenos, a influência favorável dos probióticos pode não ser significativa (Otutumi et al., 2012), o que explicaria a diferença apenas numérica do peso corporal entre os tratamentos. No entanto, apesar das boas condições de manejo, o fornecimento de Ecobiol® melhorou significativamente a conversão alimentar.