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Alphitobius diaperinus cama frangos

Controle do Alphitobius diaperinus em cama de frangos para grelhados com o produto Eco-Guard®

Publicado: 20 de outubro de 2011
Por: IC Bernigaud1*, D Medus1, CI Gallinger1, A Cano2 - Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, 1EEA Concepción del Uruguay CC 6 Entre Ríos - Argentina. 2 EEA Balcarce CC, Buenos Aires - Argentina
Sumário

O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito do produto Eco-Guard® sobre o controle da população de alphitobius diaperinus. Também foi avaliado o efeito deste produto sobre a umidade e temperatura da cama. Para o ensaio, foram utilizados dois galpões (Tratado e Controle) de uma granja comercial. A amostragem e coleta de dados foram efetuadas uma vez por semana, durante seis semanas. Ao finalizá-la, foram detectadas diferenças estatísticas significativas (P=0,06) entre os grupos Tratados e Controle na contagem de alphitobius diaperinus. Por outro lado, não houve diferenças significativas na umidade dos galpões e a temperatura de cama só foi diferente na quarta semana, em que o tratado teve menor temperatura que o controle. O alto coeficiente de variação em alguns dos parâmetros medidos indica que se teria de aumentar o número de repetições por galpão para melhorar a sensibilidade da metodologia utilizada.
Palavras-Chave: Alphitobius diaperinus, Cama de frangos.

Introdução
O Alphitobius diaperinus (Panzer), conhecido popularmente como "cascudinho" (Rohde et al., 2006), pertence ao Filo Artrópode, Classe Inseto, Ordem Coleóptera e Família Tenebrionidae (Paiva, 2000). É uma praga dos grãos armazenados que se adaptou aos galpões de aves (Vaughan et al., 1984; Arends, 1987; Mac Allister et al., 1995). Afeta as instalações avícolas, produzindo danos físicos, e as aves através da transmissão de diversas doenças, Salmonella typhimurium (Rezende, et al 2009), Escherichia coli, Gumboro e Newcastle (Eidson et al., 1966; De Las Casas et al., 1973). As aves comem os coleópteros com diminuição do consumo de ração, perda de peso e diminuição da produção (Matías, 1995).
Materiais & Métodos
O Ensaio foi realizado em dois galpões de uma granja com um alto grau de contaminação com o Alphitobius diaperinus em sua cama. A cama consistia em casca de arroz, usada em uma criação anterior.
Num dos galpões a cama foi tratada com o produto Eco-Guard®, (200 g /m2), enquanto que o outro, sem o produto, foi considerado como tratamento Controle.
A amostragem foi feita semanalmente, coletando dados de temperatura da cama e amostras da mesma cama para a análise no laboratório de matéria seca, expressa como umidade, e contagem de alphitobius diaperinus expresso com a quantidade de insetos por 100 g de cama.
A amostragem foi realizada tomando amostras de cama, dos dois galpões, em zonas determinadas como: lateral esquerda, lateral direita. De cada lateral, por sua vez, houve amostragem de tipo lateral abaixo dos bebedouros e abaixo dos comedouros. O material obtido em cada ponto (em total 15 pontos de amostragem) era colocado dentro de um recipiente e, no final do galpão, foi homogeneizado. Dali se tomava uma subamostra (2-3 kg) em uma sacola de polietileno para a posterior recontagem do Alphitobius no laboratório. No final de cada etapa, foram coletadas duas amostras por galpão. Para a extração da amostra, utilizou-se um cilindro metálico colocado em posição vertical como uma sonda. Para a contagem do  Alphitobius, foi feita a separação, classificação e recontagem dos insetos. Os adultos foram contabilizados em forma direta. As larvas foram classificadas em: maiores de 1 cm de longitude; entre 0,5 e 1 cm de longitude e menores de 0,5 cm de longitude, correspondendo com dois estados de desenvolvimento do inseto  (adultos e larvas). (Cecco et al., 2005).
Os dados de temperatura e umidade, além da quantidade do alphitobius diaperinus foram analisados mediante Análise de Variância. Para o número total de indivíduos, foi feita uma regressão através dos tempo, com a comparação de pendentes entre os dois tratamentos.
Resultados & Discussão
Umidade e temperatura da cama
Não foram observadas diferenças estatísticas significativas na umidade da cama entre o galpão Controle e o galpão Tratado (tabela 1).  Deve-se destacar que este foi o resultado da média dos diferentes pontos de amostragem das temperaturas da cama, através das seis semanas do estudo, em que se observou uma alta variabilidade nos dados individuais.
Tabela 1. Conteúdo de umidade da cama, expressos em %.
Tratamento
Umidade %
Controle
34ª
Tratado
32ª
Médias com a mesma letra não são significativamente diferentes.
Nos valores de temperatura da cama (tabela 2), também não foram observadas diferenças nas diversas semanas, exceto para a quarta, em que o Controle teve maior temperatura do que o Tratado. Na umidade, os dados de temperatura apresentaram alta variabilidade nos diferentes pontos de amostragem.
Tabela 2. Médias de temperaturas tomadas na cama dos galpões (em º C)
 
1ºsemana
2ºsemana
3ºsemana
4º semana
5ºsemana
6ºsemana
Controle
28ª
31ª
25ª
27ª
27ª
24ª
Tratado
27ª
32ª
26ª
25b
27ª
24ª
CV (%)
6.9
8.9
18.5
12.7
14.0
20.6
Médias com a mesma letra dentro de uma mesma coluna não são significativamente diferentes (P>0.05).
Contagem de Alphitobius diaperinus
Na Figura 1, aparecem as regressões dos grupos Tratado e Controle. As pendentes são significativamente diferentes (P=0.06). Isso demonstra que o produto é efetivo para diminuir o número de Alphitobius diaperinus.Alves et al (2006) encontraram o mesmo comportamento com um produto de similares características. Contudo, considera-se que não se deveria ter misturado as amostras tomadas de cada ponto do galpão, e sim que cada uma deveria ter sido considerada em forma individual. Isto teria aumentado a quantidade de dados por amostragem, baixado a alta variabilidade e, inclusive, nos permitiria comparar o comportamento do produto sobre o Alphitobius diaperinus em lugares com distintas características, como abaixo dos comedouros, abaixo dos bebedouros e laterais do galpão.
Figura 1. Número Total de alphitobius diaperinus (número de indivíduos por 100 g de cama) em Galpão Controle vs. Galpão Tratado.
Controle do Alphitobius diaperinus em cama de frangos para grelhados com o produto Eco-Guard® - Image 1
Figura 2. Comparação da quantidade de alphitobius diaperinus em diferentes estágios de desenvolvimento, por separado (número de indivíduos por 100 g de cama)
Controle do Alphitobius diaperinus em cama de frangos para grelhados com o produto Eco-Guard® - Image 2
Tabela 3. Número de indivíduos por 100g de cama.
Estágio
Controle
Tratado
EE
LA
29ª
27ª
4,95
LG
21ª
14ª
2,52
LM
37ª
19b
5,52
LC
38ª
30ª
5,94
EE= Erro padrão; LA= Adulto; LG= Larva Grande maior a 1 cm; LM= Larva média entre 0,5 a 1 cm; LC= Larva menor a 0,5 cm.
Na figura 2 e na tabela 3, se pode observar o efeito do produto sobre os diferentes estágios de desenvolvimento do inseto. O número de larvas entre 0.5 e 1 cm de longitude foi diferente, estatisticamente, entre o tratamento e o controle (P<0.06).
Conclusões
O produto Eco-Guard® produziu uma diminuição significativa (P=0.06) sobre o número de indivíduos ao longo do período avaliado.
O alto coeficiente de variação em alguns dos parâmetros medidos indica que se teria de aumentar o número de repetições por galpão para melhorar a sensibilidade da metodologia utilizada. Devido à alta variabilidade dos dados, se sugere modificar o plano de amostragem. Deveria ser aumentado o número de amostras e realizar a contagem de Alphitobius diaperinus, considerando individualmente os lugares de amostragem (abaixo dos comedouros, abaixo dos bebedouros e laterais do galpão), porque existem diferenças nas condições ambientais (umidade por vazamento dos bebedouros, perda de ração dos comedouros e diferentes temperaturas, de acordo com a localização das campanas).
Bibliografia
Alves LFA, Buzarrello GD, Oliveira DGP, Alves SB. 2006. Acao da terra de diatomeácea contra adultos do cascudinho Alphitobius diaperinus (Panzer, 1797) (coleoptera:Tenebrionidae). Arq. Inst. Biol. 73(1):115-118.
Arends JJ. 1987. Control Management of the litter beetle. Poultry Digest. :172-176.
Cecco l, González H, Deluchi P, Barrios H, De Franceschi M. 2005. Determinación de los estados de desarrollo de Alphitobius diaperinus en granjas avícolas. Rev. Arg. Prod. Animal 25:93-99.
De Las Casas E, Harein PKD, Eshmuck DR, Pomeroy BS. 1973. The relationship between the lesser mealworm and avian viruses. I. Reovirus 24. Environ. Entomol. 2:1043-1047.
Eidson CS, Schmittles SC, Goode RB, Lal JB.1966. Introduction of leucosis tumors with the beetle Alphitobius diaperinus. American Journal Veterinary Research 27:1053-1057.
Matias RS.1995. Cascudinho; portador de vários patógenos, e Cascudinho têm apresentadoum serio problemaas aves. SaoPaulo. Zeneca. Saúde Publica 2p (Cicular Técnica).
McAllister JC, Steelman CD, Newberry LA, Skeeles JK. 1995. Isolation of infectious bursal disease virus from the lesser mealworm, Alphitobius diaperinus (Panzer). Poultry Sci. 74:45-49.
Paiva DP. 2000. Controle de moscas e cascudinhos. Desafios na Produção Agrícola. pp 21-26. In: I Simpósio sobre resíduos da produção avícola. Embrapa Suínos e Aves (Concórdia, Brasil).
Rezende SRF, Curvello FA, Fraga ME, Reis RCS, Castillo AMC, Agostino TSP. 2009. Control of the Alphitobius diaperinus (Panzer) (Coleoptera: Tenebrionidae) with entomopathogenic fungi. Rev. Bras. Cienc. Avic. 11(2)
Rohde C, Alves LFA, Neves PMOJ, Alves SB, Da Silva ERL, De Almeida JEM. 2006. Seleção de Isolados de Beauveria bassiana(Bals.) Vuill. E Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorok. Contra o Cascudinho Alphitobius diaperinus (Panzer) (Coleóptera: Tenebrionidae). Neotropical Entomology 35:231-240.
Vaughan JA, Turner Junior EC, Ruszler Pl. 1984. Infestation and damage of poultry house insulation by the lesser mealworm, Alphitobius diaperinus, (Panzer). Poultry Sci. 63:1094-1100.
 
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