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Agua na agricultura

Peço Água

Publicado: 3 de novembro de 2010
Por: Osler Desouzart (OD Consulting)
O maior sintoma de que os anos passam é quando se usa uma gíria e ninguém entende o significado. Estou certo de que o público, cada vez mais jovem, dos seminários, conferências e encontros dos quais tenho participado, não conhece a expressão "pedir água". Na minha juventude, sem celular, sem internet e sem "ficar", expressava desistência ou impossibilidade de continuar uma situação. Visitem o Houaiss ou o Aurélio e procurem por "arrego".Pois bem, peço água, não porque vivo em um país dominado por políticos que agem em causa própria e cujo grande debate atual é sobre quem inventou a corrupção e a gradação sobre qual das administrações, a atual ou a anterior, era a mais corrupta. Peço água no sentido literal do termo, antes que o planeta peça água no sentido figurado do termo. Não há vida sem água e não há substitutivo para a água.
É um bem vital e finito. As reservas mundiais de água doce não se expandem e, pelo contrário, deterioram-se por ação do homem. Ao mesmo tempo, a demanda por água cresce permanentemente. Essa equação agravará a falta de água que já assola uma parcela considerável da humanidade, a menos que providências sejam tomadas.Eu poderia me tornar um sonhador quixotesco e esperar que os homens públicos priorizassem esse tema e construíssem políticas de preservação de águas, recuperação de água, incentivos fiscais ao reuso de água e ao desenvolvimento de tecnologias de economia de água, educação desde a escola primária sobre o valor da água e outras medidas que preservassem esse recurso crítico e revertessem sua degradação.
Entretanto, estou velho demais para brincar no mundo de Alice e acreditar no Eldorado. Tentarei pelo menos sensibilizar um ou outro leitor e seguirei pregando em todas as oportunidades que surgirem sobre a importância de usarmos água racionalmente. Água é um bem econômico muito mais valioso do que petróleo, para o qual há alternativas, e os bio-combustíveis, que dependem de água para sua produção, estão aí para prová-lo.Qual é a situação de água no mundo? 

Qual é a situação de água no mundo ? 
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Da água de uso doméstico (cidades), cerca de 90% retornam aos rios e aquíferos pelo sistema de esgotos. As indústrias consomem em média 5% da água que captam e 95% voltam via sistema de esgotos. Idealmente, as águas servidas de uso doméstico e industrial deveriam ser tratadas e despoluídas para reuso. Da água usada em agricultura, cerca de 50% se perdem em transpiração das plantas e em evaporação e o restante é absorvido pelos rios ou penetra na terra e se deposita em aquíferos.

Nos próximos 30 anos teremos que expandir a produção mundial de alimentos em 60%2 para fazer face à demanda originária da expansão demográfica, que se concentrará, sobretudo na Ásia e na África. Ao crescimento populacional, devemos adicionar uma expansão do consumo de alimentos, graças à melhoria das rendas das populações desses dois continentes e da América Latina.As terras irrigadas respondem hoje por 40% da produção mundial de alimentos e 60% da produção de cereais, e deverão se expandir em 14%² para que se logre produzir as necessidades mundiais de alimentos na década de 2030.O gráfico abaixo demonstra a maior produtividade da agricultura irrigada quando comparada com a agricultura de água de chuva.

Evidencia, também, o inconveniente do grande consumo de água da agricultura irrigada. A tendência da irrigação, de expandir-se exponencialmente nas regiões onde ainda é pouco usada, aumenta a preocupação com a sustentabilidade da agricultura em muitas regiões do mundo. Já hoje há um super-bombeamento de águas subterrâneas e de superfície para a irrigação, e parcela dessas águas é devolvida aos aqüíferos e rios, poluída por agro-químicos. Há a urgente necessidade de priorizar atenção e conscientização sobre a importância da água e de assegurar sua disponibilidade futura. 
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É evidente que a expansão da irrigação será acompanhada por desenvolvimento de tecnologias que a tornem mais aquo-eficiente (perdoem-me o neologismo) e que permitam maior acessibilidade a sistemas mais eficientes, como o de gotejamento e suas variáveis, hoje ainda muito caros para o pequeno produtor. O uso de águas servidas urbanas já é hoje difundido em vários países do mundo para a produção agrícola, requerendo naturalmente tratamento prévio mínimo.Somente uma consciência formada e ativamente exercida sobre a importância da água para a vida, saúde, alimentação e melhoria das condições sociais de todas as populações, fará com que sejam priorizados os investimentos públicos necessários à sua preservação e ao tratamento de esgotos, duas atividades que habitualmente não atraem a classe política pela falta de visibilidade eleitoral.
São ótimas para o povo, mas não necessariamente para a reeleição dos ungidos ou a eleição de seus sucessores, e muitas vezes perdem prioridade para os viadutos, túneis, avenidas, praças, estádios e congêneres. Excreta não é bom tema para ser tratado em tempos de eleição, até porque poderia induzir a correlações.Voltando ao sério, sem dele ter saído. O Professor J.A.Allan, no início da década de 90, definiu o conceito de água virtual como a água contida nos diferentes produtos.
A produção de bens e serviços requer água. A água usada para produzir um produto industrial ou agrícola é chamada de "água virtual" desse produto.3Vou apropriar-me do conceito para dizer que "Água é alimento virtual". Enquanto usamos <3 litros de água/dia para beber e gastamos, em média, 120 litros/capita/dia a nível doméstico, necessitamos de aproximadamente 1.000 m³/ano para produzir a ração diária de alimentos que proporcione 2.800 kcal/capita/ano.Considerando a população mundial de 6,4 bilhões de pessoas, as necessidades atuais de alimentação da humanidade mobilizam 6.400 km³. Agrava-se o problema quando verificamos que a disponibilidade de água não é proporcional à distribuição da população mundial, situação particularmente grave na Ásia e na África, continentes que deverão concentrar o maior crescimento demográfico nas próximas décadas.
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Além dessa disparidade de disponibilidade de água e distribuição da população mundial, a desproporção agrava-se quando consideramos a eficiência do uso de água na produção de alimentos. A produção de 1 kg de cereal pode exigir de um a dois m3 se plantado em áreas com abundância de chuvas e condições climáticas favoráveis. Se esse mesmo quilograma de cereal for produzido em áreas de clima desfavorável, com altas temperaturas e alto índice de evapotranspiração4, exigirá entre três e quatro m3 de água.A título ilustrativo: - para cultivar um hectare de milho no Brasil ou na Argentina necessita-se utilizar 50% da água que se usaria para cultivar o mesmo hectare de milho em Burkina Fasso ou Bahrein. Adende-se a isso que, graças a um melhor regime pluviométrico do Cone Sul, usaríamos para essa produção um grande percentual de água de chuva.
Outro aspecto a ser considerado é que as culturas exigem diferentes quantidades de água. Arroz, por exemplo, usa o dobro de água para ser produzido do que o trigo. Tais racionalidades fariam com que o pão e as massas substituíssem o arroz na Ásia, se vivêssemos no admirável mundo novo de Aldous Huxley. Como este pesadelo futurista felizmente não se confirmou, fica este registro para que consideremos que, mesmo respeitando preferências culturais e hábitos históricos, há espaço para melhorias.
O pão, praticamente ausente da matriz nutricional japonesa até a ocupação norte-americana no pós-guerra, incorporou-se à dieta japonesa de uma forma que hoje, em muitos restaurantes de empresas no Japão, oferece-se a opção de arroz ou pão para acompanhar o prato principal.Esse rol de desequilíbrios é compensado pelas exportações de água virtual na forma de alimentos, já que a importação de água em si é quase que economicamente inviável.O mapa abaixo5 explicita o balanço comercial de água virtual no período de 1995-1999. Os países em verde são exportadores de água virtual e os de cor vermelha são importadores. As setas brancas mostram os maiores fluxos entre regiões (>100 Gm³).
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O Brasil está se tornando uma potência agrícola global graças aos fatores fotossíntese, terra arável disponível, desenvolvimento de tecnologia adequada a seus ambientes de produção e climas, mas principalmente porque somos privilegiados em termos de disponibilidades de água doce.
Sei que a nossa mania nacional de "maior do mundo" tornou-se fonte de inspiração para anedotas em vários países do Continente. Entretanto, sou obrigado a usar o "maior do mundo", não num exercício de ufanismo estulto, mas numa apreciação estatística no quadro abaixo6. 
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O Brasil possui o maior nível de precipitação média anual e a maior quantidade de recursos de água de todo o planeta. Os dois países que o seguem, Rússia e Canadá, não possuem as mesmas condições de fotossíntese e de clima que o Brasil. 
Esse mesmo quadro nos permite constatar a carência de água da China e Índia (cf. disponibilidade per capita de recursos água - última coluna à direita e que demonstra a situação no ano 2000), que devem constituir a espinha dorsal da demanda futura do planeta. Na medida em que a expansão demográfica, de urbanização e de rendas desses dois países, sem contar a de inúmeros outros asiáticos e africanos, fica evidente que somente através da importação de alimentos, "água virtual", poderão eles satisfazer suas necessidades.É nítido quem fará o que na equação futura do comércio internacional de "Água Virtual".
E é aí que o leitor, que teve a paciência de chegar até este ponto, entende o que isso tudo tem a ver com avicultura e com o Brasil.Somos produtores avícolas eficientes, qualitativamente diferenciados e competitivos a nível internacional? Acho que até os que odeiam dados e fatos aceitam que sim. Entretanto, há um ponto em que a avicultura brasileira pode progredir exponencialmente, pois ainda está numa fase dadaísta: eficiência na gestão de água.Comecemos essa avaliação por uma verificação da "água virtual" de 1 kg de carne de aves que, segundo a FAO, equivale a 6 m3 de água. 
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Poderemos argumentar discordância dos números da FAO, mas se os aceitarmos, concluiremos que países onde a água é escassa deverão progressivamente reduzir suas produções avícolas a níveis sustentáveis e importar o delta necessário a alimentar suas populações sob a forma de "água virtual carne de aves". 
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O Brasil é privilegiado em águas, assim como a outra potência avícola mundial, os Estados Unidos. Essa riqueza talvez explique o porquê de produção avícola "aquo-eficiente" não se inserir entre as preocupações ou prioridades das indústrias avícolas desses dois países.Sempre que pergunto a qualquer empresa avícola brasileira seu índice de conversão, obtenho respostas na ponta da língua a uma precisão de nanogramas. Idem para os demais índices - postura, eclosão, mortalidade, rendimento vivo/abatido, etc. Entretanto, quando pergunto quantos litros de água usam por kg de frango, obtenho as respostas mais díspares. Tal denota que consumo de água não constitui item de controle para a grande maioria do setor avícola brasileiro.Há um princípio sagrado em negócios: só se administra o que se controla.
Se não há controle não há administração, e consequentemente não há nem eficiência, nem a busca de melhorias constantes.Não conheço, evidentemente, todas as empresas avícolas brasileiras. Naquelas que visito, seja em nível de campo como de abatedouros, há sempre novidades em termos de tecnologia e de atualização de equipamentos. Entretanto, em nenhuma delas jamais me foram apresentados equipamentos para reuso de águas ou planos de investimentos para esse fim.Nunca soube de qualquer empresa avícola que tenha contratado uma consultoria para fazer seu diagnóstico de uso de água e propor medidas de redução, embora tais empresas estejam disponíveis no mercado. As empresas avícolas têm consultores para tudo (felizmente, diga-se de passagem) e não me canso de admirar quando as vejo empenhadas em entender até a linguagem do frango para melhorar seu desempenho no campo. Mas em termos de água, há muito pouco sendo feito.Tenho notícias de uma honrosa exceção. Trata-se do Abatedouro São Salvador Ltda, de Itaberaí, Goiás, que abate 120.000 aves dias. Nesse processo captam 130 m³ de água/dia para sua produção, tratam a água usada no nível de abatedouro e a devolvem ao rio limpa e tratada. A qualidade desse tratamento é tão elevada que a empresa devolve a água à montante de onde a capta. Não conheço melhor item de controle do que esse, benchemark a meu juízo.
Tratam tão bem a água servida que se dão à tranqüilidade técnica de devolvê-la acima do ponto de captação.É minha intenção visitar a Abatedouro São Salvador Ltda para conhecer em detalhes esse processo para que sua divulgação possa ensejar emulações.E vocês? Quantos de vocês podem me dizer quantos litros de água usam em nível de campo e de abatedouro? Quantos de vocês possuem uma política de gestão de recursos hídricos em suas empresas? Quantos de vocês possuem diagnosticado o uso de água e possuem metas de redução? Não são perguntas meramente retóricas. Qualquer um de vocês que puder me informar, não hesite em fazê-lo. Será de grande ajuda e garanto total confidencialidade para a informação fornecida.Somos ricos em água e isso nos assegura um fator diferenciador único para o futuro de nossa avicultura e de seu papel no suprimento das necessidades mundiais por carnes de aves. Temos que passar a zelar por esse recurso natural único, finito, não-substituível e escasso. 
Durante a AVE EXPO 2005 lançamos o desafio. Que a avicultura brasileira seja capaz de, nos próximos 20 anos, liderar a tecnologia para reduzir o índice de conversão de 1,8 kg de ração/kg de ave viva para 1,4 kg e reduzir em 50% o consumo de água no nível de toda a cadeia.Confio cegamente que essa meta para 2035 não é um objetivo delirante. Constato, desde o enunciado dessa meta, que há esforços no sentido de melhoria da conversão por empresas de genética aviária, por cientistas e técnicos de nutrição e por muitos especialistas em manejo. Vários foram os comentários e dados que recebi a esse respeito, embora deva também registrar que, até a presente data, ainda não me foi transmitido um dado sobre gestão de redução de água.Reduzir o consumo de ração não economiza água? É claro que sim, um monte. Dois colegas de nutrição forneceram-me uma estimativa de que o Brasil consome atualmente algo em torno de 50.000 milhões de toneladas de ração avícola por ano, composta por ± 58% de milho e ± 32% de farelo de soja.
Se consideramos que a CONAB estima a produtividade média de milho por hectare de 2.962 kg e a de soja em 2.193, e se considerarmos que o estudo de Hoekstra e Hung (nota nr.5) estima, com base no CropWat model da FAO, que no Brasil se consome 3.480 litros por hectare de milho e 5.330 litros por hectare de soja, cada quilograma de milho economizado em ração representará uma economia de 1,175 litro de água e de 2,43 litros de água para cada quilograma de soja.
Se conseguirmos, adicionalmente, que as empresas brasileiras do setor avícola incorporem monitoramento do uso de água em todas as etapas do processo, seqüenciado por políticas de redução e reuso de água, a meta de redução do consumo de água na avicultura em 50% até 2035 será alcançada.Não pretendo dizer-lhes o que fazer, mas simplesmente que pode ser feito. Estimulo-os a:
a. Buscarem uma maior sustentabilidade de água na avicultura através da adoção de políticas corporativas que melhorem o uso de água no âmbito do setor avícola;
b. Sejam criativos e revolucionários e mudem radicalmente o uso de água objetivando sua economia e reuso;
c. Mobilizem as organizações de classe do setor para agir junto às autoridades públicas no sentido da obtenção de incentivos a investimentos que objetivem redução e reuso de água;
d. Exerçam a pressão política lícita para que haja financiamentos diferenciados a projetos de redução, reuso de água e até de captação e armazenamento de águas pluviais;
e. Estimulem o desenvolvimento de tecnologia de gestão sustentável de água e capacitação;
f. Adotem governança de água no âmbito de suas empresas.
Uma gestão mais sustentável de água pela avicultura brasileira contribuirá a reduzir custos, aumentar nossa competitividade e assegurar, no futuro, um papel preponderante na equação de abastecimento de água virtual ao mundo. Há potencial de ganho para todos - setor, empresas, país e mundo. 
E não deixem de me convidar para a inauguração do primeiro programa de gestão de água ou de equipamentos para reuso de água em sua empresa. Comparecerei com prazer e prometo-lhes que honrarei esse evento como ele merece, inclusive economizando água, que será a única coisa que não beberei para comemorar.
 
1 Crops and Drops - Making the Best Use of Water in Agriculture - FAO, Roma, 20022 Water For Life Decade - 2005-2015 - UN-Water - www.un.org/waterforlifedecade - March 20053 http://www.wateryear2003.org/en/ev.php-RL_ID=5868&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html4 O conceito de evapotranspiração foi introduzido pela FAO e é calculado com base na equação FAO Penman-Monteith (Smith et al., 1992; Allen et al., 1994ª, 1994b; Allen et al., 1998). O método está descrito no excelente trabalho indicado na nota nr.5)5 Virtual Water Trade - A Quantification of Virtual Water Flows Between Nations in Relation to International Crop Trade, Hoekstra et Hung, Set 2002.6 Elaborado a partir de dados do Aquastat-FAO http://www.fao.org/landandwater/aglw/aquastat/water_res/waterres_tab.htm 
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Osler Desouzart
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Marcelo de Souza Lima
29 de octubre de 2011
Prezado Osler Desouzart, como sempre, seus artigos são um show de conhecimento e de direções a serem, no mínimo, refletidas com carinho. Curiosamente, iniciei a leitura do artigo sobre água, imaginando que poderia incluir um comentário sobre a minha experiência com água, vivida em uma empresa avícola em Itaberaí-GO. Qual foi a minha surpresa ao ler o seu comentário sobre a única empresa avícola que conheces a realizar um tratamento decente e honesto, em relação a água. Afinal, isso só foi possível, por que o empresário José Carlos de Sousa é um visionário, tem muito do mérito de tudo aquilo lá. Durante 9 anos coordenei o processo de controle da ETA e da ETE, por estarem relacionadas e, ainda coordenava o processo de aprovação e desenvolvimento de produtos químicos utilizados nos processos de limpeza da planta. Não se espante, por que, através de um acordo de cooperação com a prefeitura municipal com o MAPA, eu exercia a função de Inspetor do SIF 3404, então, ficava fácil orientar para fiscalizar. Tenho muito orgulho de ter participado do início das lagoas, desde a sua escavação, até o seu enchimento e início de atuação. Aprendi muito com essa experiência, pois, essas lagoas são sensíveis como uma pessoa geniosa, por isso que muitas não funcionam. Não bata tê-las, temos que entende-las. Hoje já me encontro fora da empresa e não sei como anda o processo de capitação e tratamento, mas posso afirmar que seus comentários são preocupantes, não do ponto de vista da explanação, mas do ponto de vista das precauções, por que, antes de sair da empresa São Salvador Ltda, registrei as baixas seguidas do nível das águas do Rio das Pedras, rio que serve de capitação, onde a cada período de seca, o nível estava mais baixo. Mas faça um esforço para conhecer a empresa, é muito bonita e bem idealizada. O Zé Garrote (apelido do José Carlos de Souza), reflorestou toda margem do lado da empres, com espécies nativas da região, recompondo osesmatamento da margem que existia, antes da aquisição pela empresa, dentre outras medidas que colaboram com a sua exposição. Pois bem Osler, muito me alegra que a minha dedicação durante anos fosse motivo de sitação em uma de suas explanações, fruto de um aprendizado repassado pelo Zé Garrote, faça bem feito da primeira vez. Adicionei a isso um recheio, amor. Faça o que goste, para que fique bem feito e ainda produza prazer, como o que estou sentindo agora ao ler o seu comentário. Faça o que lhe disse, vá visitar o Abatedouro São Salvador Ltda, você não vai se arrepender, além de ótimo anfitrião, o Zé Garrote gosta de mostrar a sua bela empresa. Um grande abraço.
Osler Desouzart
12 de mayo de 2011
Prezado Fernandes, Lamento que somente agora possa te contestar, mas os meses de abril e maio tem sido felizmente muito ocupados. A estimativa de 16.000 litros foi feita por Hoekstra com base em gado estabulado. A tendência é de melhoria pois está havendo uma maior consciência sobre a importância da água e aí começam a haver iniciativas no sentido de melhorar. Estou pregando aos produtores de todas as espécies que adotem o conceito de "produtividade de água". Abraços. Osler
Osler Desouzart
12 de enero de 2011
Prezado Fernandes, Agradecido pelo teu comentário elogioso. Cada kg de frango exportado representa para o país importador uma economia de 2.828 litros de água. Nesse total está contida á água necessária a produzir os grãos que alimentam o frango, a água consumida diretamente pelo animal e aquela consumida por seus país para gerá-lo, assim como a água necessária ao processo de abate e industrialização do animal. Como o frango é a mais amigável das carnes em termos de consumo de água e hoje estou projetando melhorias para o futuro (alcançaremos 1,4 kg de índice de conversão ração/kg vivo em 2022 e deveremos estar em 1,25/1,3 kg em 2030), a tendência será que a produção avícola seja a mais difundida no mundo. Entretanto, carne bovina que exige 16.000 litros por kg produzido pronto para consumo será uma carne cuja produção se concentrará nuns poucos países que detém recursos naturais. Será um artigo de luxo e os países que carecem de água, mas dispõem de poder aquisitivo suficiente, satisfarão suas necessidades através de importações, o que aliás já está ocorrendo. É o primeiro grande fluxo de comércio de água virtual. Aceite minhas excusas pelo tempo em responder. As razões já foram expostas em comentário anterior. Abraços, Osler
Osler Desouzart
12 de enero de 2011
Prezado Sr.Duarte Santos, Grato por seus comentários. Não há nenhum pejo em oferecer conhecimento, pois é isso que faz com que a humanidade avance, apesar dos políticos, das políticas e das ideologias, fontes de sorrisos para poucos e de lágrimas para a grande maioria. Bebi água do Rio Bengo em finais dos anos 70, quando funcionário da área internacional do Grupo Pão de Açúcar ajudei na missão de suprir alimentos para Angola. Aceite meus cumprimentos. Em outros comentários que postei já justifiquei o imperdoável atraso em responder ao seu comentário. Osler
Osler Desouzart
12 de enero de 2011
Prezado Nunes, Desde que participei em 2003 do Congresso do World Agricultural Forum que tenho feito de conscientizar o setor agrícola sobre a importância de água tanto uma bandeira como uma missão. Creio já ter feito mais de 60 conferências no Brasil, Argentina, Chile, Peru, Equador, Panamá, Nicarágua, Rep.Dominicana, México, USA, Portugal, Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Holanda, Itália, Bulgária, Turquia, Marrocos, Tailândia, Indonésia, Filipinas e China, sempre chamando atenção para o tema de água, os mais escasso dos recursos naturais. Faço conferências probono em universidades brasileiras e um dos objetivos é transmitir a vocês jovens, a quem cumpre levar a missão de expandir de forma sustentável a produção de alimentos no futuro, a consciência da carência de recursos naturais, principalmente água. Seguirei com esse trabalho que um amigo dileto qualificou de missionário, convencendo e convertendo um de cada vez. Posso dizer-te que já coleciono algumas vitórias na medida em que clientes estão adotando critérios de produtividade de água. Abraços, Osler
Osler Desouzart
12 de enero de 2011
Prezado Sr.Miraldo, Agradeço-lhe o elogio que me calou fundo, visto que prezo muito nosso idioma e busco cultivá-lo. Estive em fins de novembro na minha mui adorada Lisboa, onde dei aulas na Universidade Católica de Lisboa, no âmbito do PAGE PEC - Programa Avançados de Gestão de Empresas Pecuárias, organizado e patrocinado pelo meu cliente Intervet Schering-Plough, e fiz uma conferência intitulada “Internacionalização das Empresas de Carnes” por ocasião do Congresso da APIC. Cumprida esta parte, deleitei-me com Cartuxa e outros e com a deliciosa cozinha tradicional portuguesa, que quanto mais tradicional melhor. Grato mais uma vez pelo atencioso comentário, Osler
Osler Desouzart
12 de enero de 2011
Prezado Ceccantini, Perdoe-me o tempo em responder sua pergunta, mas viajei sem parar até o dia 18.12.2010 e tive que sofrer uma intervenção cirúrgica a 22.12. Somente agora estou de volta à ativa. Definitivamente eu acredito que teremos indices de produtividade de água. Tenho pregado essa idéia desde 2003 e hoje já tenho clientes que adotam monitoramente de consumo de água, instalando hidrômetros em cada galpão. Não precisa muito tempo para que constatem a falta de uniformidade do consumo de um galpão para outro, o que faz com que adotem medidas para verificar e sanar os problemas que levam a um maior consumo de água/capita/animal de um galpão em relação a outros. Às vezes medidas simples de controle tem um impacto relevante, pois somente administramos aquilo que controlamos, como dizem sabiamente Ishikawa e Vicente Falconi. Além disso, tenho clientes que já monitoram o consumo de água por animal criado e por animal abatido, fixando metas de melhoria contínua para a redução do consumo de água. E outros que já estão investindo para tratar e re-aproveitar água. Produtividade de água será tão importante quanto qualquer outro índice agropecuário. Abraços, Osler
Osler Desouzart
12 de enero de 2011
Prezado Senhor Zualdo Gradela Junior, Fico-lhe grato pelo comentário ao artigo. Acredito que as próprias nações desenvolvidade, hoje centralizadoras do protecionismo e dos obstáculos não tarifários ao livre comércio de produtos agrícolas, estão plenamente conscientes que o mundo carece dos elementos essenciais para agricultura: fotossíntese, terra arável e água. Eu diria que o livre comércio será mais facilitado pela carência de água no mundo do que por decisões ou vontades políticas. O fato da água estar concentrada em poucos países fará com que no futuro se acentue o comércio de água virtual. Abraços, Osler
Marcio Ceccantini
Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA)
3 de noviembre de 2010
Parabens pelo artigo, e pelo tema levantado. Quero dizer que em algumas empresas na área de Feed Additives, a preocupação com o uso e reuso da água ja passou da fase das idéias para a fase das ações, com a implantação de controles, comparando constantemente a atividade industrial com o consumo de agua, objetivando assim, a diminuição de consumo deste recurso. Assim, gostaria de dexar uma pergunta: crê que chegaremos ao ponto de medir a nossa atividade agropecuária também pela conversão de água? Algo como Kg de agua consumida/Kg de carne produzida? Mais uma vez parabéns pelo artigo.
Luiz Antonio Fernandes
IFMS - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
4 de abril de 2011
Sr Osler. Agradeço as informações. Sobre o novo Código Florestal Brasileiro, quais os impactos direto na manutenção dos pastos atuais, considerando que com a demanda crescente de criação animal extensiva? Em termos de confinamento por exemplo dos bovinos, a relação kilo/litro permanece ou tende a cair. Esse valor de 16.000 considera a recuperção e o tratamento e efetivamente é o se perdeu na converção? At..; Fernandes
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