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Expansão do mercado de nutrição animal gera oportunidades para tecnologias como as enzimas

Publicado: 22 de novembro de 2017
Fonte : AbVista
Alexandre Barbosa de Brito, doutor em Ciência Animal, aponta as principais transformações na área de alimentação animal, assim como as oportunidades para o Brasil no cenário internacional e as tecnologias hoje disponíveis pela empresa para o produtor de aves e suínos.
O mercado de nutrição animal deve apresentar um aumento importante em sua produção de rações nesse ano, crescendo 3,3% em relação a 2016. O País deve fechar com um total de 69,4 milhões de toneladas de rações produzidas em 2017, um resultado expressivo, principalmente se considerarmos as dificuldades vividas pela economia brasileira.
Esse desenvolvimento abre espaço para a incorporação de tecnologias de ponta às formulações de rações, responsáveis por agregar maior produtividade aos sistemas de produção animal. “Estamos vivenciando um incremento de uso de enzimas (sejam carboidrases ou fitases) em uma oportunidade cada vez maior de redução de custos de formulação, deixando as dietas com custos cada vez mais eficientes, ou devido a sua ação no combate aos fatores antinutricionais (fitato e/ou polissacarídeos não amiláceos PNAs).
Esta é uma grande oportunidade a ser explorada no futuro devido às restrições crescentes de uso de promotores de crescimento nas dietas animais”, aponta o médico veterinário, Alexandre Barbosa de Brito. As oportunidades não estão apenas no mercado brasileiro, mas também em outras regiões do mundo, que passarão a demandar por proteína animal e recursos relacionados à produção. Um bom exemplo é o continente africano, que irá ampliar em 98% a sua população até 2050. Juntamente com a Ásia, ele irá se tornar o principal demandante por recursos alimentares do planeta. “Além disso, o mercado latino-americano (LAM) experimentará o terceiro maior crescimento mundial”, complementa Barbosa de Brito. O próprio setor de nutrição animal deve passar por importantes transformações ao longo dos próximos dez anos. Segundo o gerente, uma das principais tendências é a alteração da profissão dos nutricionistas, que devem passar a ser vistos como “nutrólogos”.
“Cada vez mais teremos uma ação importante na manutenção da saúde intestinal de aves e suínos, pois estamos vivendo um momento cada vez mais restritivo para os patologistas, pois estão sendo retiradas algumas ferramentas destes profissionais, como o banimento dos promotores de crescimento das dietas animais”, explica Barbosa de Brito. “Desta forma, seremos no futuro algo como “nutrólogos”, com uma atenção cada vez maior aos fatores antinutricionais das dietas; bem como entender como o combate a estes pode interferir no desenvolvimento de uma flora bacteriana mais saudável para os animais”, complementa. Nesta entrevista, o especialista fala sobre as principais tendências do mercado de nutrição animal, ressaltando ainda as tecnologias em enzimas desenvolvidas e os lançamentos previstos para o próximo ano. Confira.
Avicultura Industrial Como o senhor avalia o mercado de nutrição animal no Brasil? Ele tem crescido nos últimos anos? Alexandre Barbosa de Brito. O Brasil prevê volume e consumo recordes de ração animal em 2017. A produção total do ano civil está projetada em 69,4 milhões de toneladas de ração, com acréscimo de 3,3% sobre as 67,2 milhões de toneladas de 2016. Vejo como positivo este crescimento no momento crítico que vive a economia brasileira.
A América do Sul tem apresentado forte crescimento na produção de proteínas animais, principalmente avicultura. Quais os principais mercados em expansão? Barbosa de Brito Embora tenhamos atingido os requerimentos médios de consumo de energia no planeta (hoje nosso consumo médio de energia mundial encontra-se 2.884 kcal/per capita/ dia - ver Gráfico 01) esta média só foi atingida por uma grande concentração em regiões específicas, como Europa e EUA. Ainda temos um déficit de consumo de nutrientes enorme em outras regiões. Para se ter uma ideia, apenas o continente africano irá elevar em 98% o volume de sua população até 2050 (Gráfico 02). Este continente, junto com a Ásia, irá demandar um demasiado consumo de recursos nos próximos anos.
Como o senhor vislumbra o mercado da América do Sul? Barbosa de Brito. Como observamos no Gráfico 02, o mercado latino-americano (LAM) experimentará o terceiro maior crescimento mundial. Esta demanda vegetativa é importante e iremos explorar este potencial. Porém, temos ainda muito a contribuir! Estamos vivenciando um incremento de uso de enzimas (sejam carboidrases ou fitases) em uma oportunidade cada vez maior de redução de custos de formulação, deixando as dietas com custos cada vez mais eficientes, ou devido a sua ação no combate aos fatores antinutricionais (fitato e/ ou polissacarídeos não amiláceos PNAs). É uma grande oportunidade a ser explorada no futuro devido às restrições crescentes de uso de promotores de crescimento nas dietas animais.
O Brasil é uma plataforma de exportação dos produtos de nutrição animal para os países sul-americanos? Barbosa de Brito. Sim, nossa base de operações para o mercado LAM é São Paulo, onde fica nosso escritório regional, sendo esta base responsável pela gerência de todos os nossos processos de importação e exportação da região LAM.
Qual tem sido a estratégia do setor de nutrição para abrir novos mercados para as tecnologias disponibilizadas? Barbosa de Brito. Estamos investindo recursos e esfor- ços no desenvolvimento de estratégias de modulação de população intestinal, reduzindo fatores antinutricionais das dietas de aves e suínos. Acreditamos que o uso de Quantum Blue (nossa fitase de última geração) e da Econase XT (nossa endo-xilanase) continuarão a proporcionar uma ação sem igual no conteúdo de IP6 (ácido fítico) e na quebra correta dos PNAs (gerando frações corretas de AXOS). Estas duas ações proporcionarão um ambiente positivo para o desenvolvimento de cepas bacterianas que melhoram a saúde intestinal destes animais.
No mercado interno, como a empresa tem trabalhado seus canais de distribuição para colocar os seus produtos em todo o país? Barbosa de Brito. ABVista tem como critério sempre trabalhar com parceiros de distribuição, para atingirmos a capilaridade necessária de nossos produtos. Temos no Brasil três parceiros distribuidores que possibilitam uma abrangência total no território brasileiro. O mesmo modelo é praticado em todo o mercado LAM.
As enzimas estão entre os produtos carrochefe da empresa. Como o senhor avalia o mercado de enzimas no Brasil? Ele tem crescido? Barbosa de Brito. Sim, devemos nos próximos cinco anos, experimentar um grande crescimento neste mercado. Este incremento acompanha o próprio crescimento produtivo da produção de rações, com um plus para o uso de estratégias extranutricionais, como os de modulação de flora já descritas.
Quais são os fatores que tem levado a uma ampliação do uso de enzimas dentro das formulações de rações? Barbosa de Brito. O uso de enzimas digestivas deve ser realizado mediante a disponibilidade de seus substratos, ou seja, a quantidade de IP6 (ácido fítico ou fitato) para o Quantum Blue ou o teor de Arabinoxilanos para a Econase XT. As enzimas são substrato dependentes! Entender esta quantidade de substrato disponível na dieta possibilita retirarmos toda a vantagem de uso das enzimas. O uso deste conceito possibilita ao cliente usar doses mais elevadas com grande segurança, reduzindo ao máximo os impactos negativos destes fatores antinutricionais e reduzindo os custos produtivos. Estes dois itens irão melhorar o desempenho animal em uma última visão.
Como a ABVista vislumbra o mercado brasileiro de nutrição ao longo dos próximos dez anos? Barbosa de Brito. Hoje o mercado é grande (69,4 milhões de toneladas do produto de rações produzidas em 2017, como já mencionado), e se tornará cada vez mais importante. Somos um país produtor de proteína. Não apenas para nosso país, mas também para o mundo. Isso será algo cada vez mais importante, resultando em nossa vocação mais importante; “alimentarmos o planeta”. Vejo também uma tendência de alteração da profissão dos nutricionistas para o futuro. Não falaremos mais apenas de níveis nutricionais. Isso, claro, é nossa função básica e a mais importante de nossas funções. Mas, cada vez mais, teremos uma ação importante na manutenção da saúde intestinal de aves e suínos, pois estamos vivendo um momento cada vez mais restritivo para os patologistas, pois estão sendo retiradas algumas ferramentas destes profissionais, como o banimento dos promotores de crescimento das dietas animais. Desta forma, seremos no futuro algo como “nutrólogos”, com uma atenção cada vez maior aos fatores antinutricionais das dietas; bem como entender como o combate a estes pode interferir no desenvolvimento de uma flora bacteriana mais saudável para os animais.
A ABVista prepara o lançamento de alguma nova tecnologia para o mercado brasileiro e/ou sul-americano? Barbosa de Brito. Desenvolver tecnologia nutricional sempre estará no DNA da ABVista, seja quanto ao desenvolvimento de novos pacotes de serviços para o atendimento técnico aos nossos clientes ou lançamento de produtos realmente inovadores. Por exemplo, estamos trazendo para o mercado LAM o nosso novo equipamento NIR4, que é um NIR portátil para uso em aves, suínos ou bovinos. Isso é apenas uma das novidades que traremos para o biênio 2017/2018.
“Hoje o mercado é grande (69,4 milhões de toneladas de rações produzidas em 2017), e se tornará cada vez mais importante. Somos um país produtor de proteína. Não apenas para nosso País, mas também para o mundo. Isso será algo cada vez mais importante, resultando em nossa vocação mais importante: alimentarmos o planeta”
Cortesia da revista Avicultura Industrial Brazil - Gessulli
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