Biovet - Vacina foi utilizada em pesquisa premiada internacionalmente

Em 2001, o melhor trabalho científico apresentado na América Latina sobre o controle da raiva foi assinado pela pesquisadora Fernanda Bernardi e equipe, da Universidade de São Paulo (USP). É o que prova o Prêmio latino-americano de pesquisa outorgado ao Estudo biológico e imunológico de cinco amostras do vírus da raiva. O trabalho é um resumo da tese de doutorado da pesquisadora, que será defendida este ano. A entrega do prêmio ocorreu em novembro, durante o XII Encontro internacional sobre os avanços na pesquisa e no controle da raiva nas Américas, realizado em Ontário (Canadá). "A pesquisa, que levou quatro anos para ser produzida, verificou a ação de duas vacinas frente a cinco diferentes amostras do vírus da raiva (canino, bovino, eqüino e de morcego insetívoro e hematófago) encontrados a campo no Brasil", explica Fernanda. Produzidas a partir de amostras adaptadas em laboratório, as vacinas comerciais ofereceram boa proteção ao serem administradas nos camundongos desafiados com os vírus de campo. Os resultados do estudo são válidos tanto para o setor pet como pecuário. As conclusões finais só poderão ser publicadas após a defesa da tese. Por acaso, a pesquisadora utilizou no trabalho uma vacina nacional e outra importada. O produto brasileiro foi cedido pelo Biovet. O objetivo do estudo não era contrapor os resultados das vacinas nacionais frente às importadas. "Mesmo assim, não há como negar que ele acabou servindo para ratificar, de uma vez por todas, que não há diferença de qualidade entre vacinas brasileiras e importadas de boa procedência", atesta Fernanda. Embora infundado, esse tipo de preconceito sempre existiu. "Para surpresa de quem não acreditava na vacina nacional, posso dizer que ela teve resposta tão boa quanto ao da importada, e em alguns casos até superior", revela a médica veterinária, que já possui título de mestrado em epidemiologia experimental aplicada em zoonoses. No caso da raiva, falhas de vacinação podem ocorrer em função do tipo de acometimento viral, do armazenamento incorreto da vacina, ou mesmo devido à deficiência na forma de aplicação do produto. "Antes de criticar este ou aquele fabricante é preciso levar em consideração estes pontos", diz Fernanda. A pesquisadora também alerta que muitas vezes os proprietários de animais só os vacinam quando há surto da doença. "É um erro. Independente da vacina utilizada, a vacinação deve ser uma rotina. Só assim poderemos eliminar de vez essa zoonose, que ainda provoca óbitos no Brasil", conclui.