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Entrevista: Nutrigenômica, fala Felipe Fagundes, Gerente de Avicultura para América Latina

Publicado: 6 de maio de 2010
Fonte : Engormix.com
O Gerente de Avicultura para América Latina, da empresa Alltech do Brasil, Felipe Fagundes, concedeu entrevista ao Engormix.com e comentou sobre a nutrigenômica, os principais desafios para os profissionais da área, as pesquisas que a Alltech tem desenvolvido nessa área, além de comentar os avanços que o setor da produção animal pode obter com o uso da tecnologia.
Boa Leitura!
1) Qual os resultados mais significativos que a Alltech obtém com a utilização dos chips genéticos (microarrays) ?

O resultado mais importante é a redução de etapas e o aumento da precisão em relação à pesquisa tradicional. Na utilização dos chips genéticos podemos estimar com muita precisão uma resposta de um gene que codifica para proteínas específicas, por exemplo, já sabendo que determinadas proteínas são responsáveis por reações no metabolismo, que irão a sua vez regular os processos biológicos que estamos buscando melhorar. A diferença maior é que na pesquisa tradicional partimos de uma hipótese e fazemos várias tentativas de comprovar esta hipótese, enquanto no uso dos "micorarrays" de uma só vez testamos a resposta de milhares de genes a um tratamento, chegando a um resultado com muito mais rapidez e precisão.

Centro de Nutrigenômica - Alltech
 2) Quais seriam os principais avanços que o segmento da nutrição animal alcançou com o uso da tecnologia?

Esta tecnologia é muito recente na área animal. A Alltech é uma das pioneiras desta aplicação na nutrição animal, através da tecnologia dos microarranjos e comportamento dos genes de transcrição de dados (mRNA) para a ativação biológica de proteínas que estão ligadas a distintos parâmetros de interesse à indústria. Assim, por exemplo, usando esta tecnologia, conseguimos saber quais os genes que codificam para fatores de fertilidade e redução de danos celulares que foram significativamente influenciados pelo Selênio Orgânico (Sel-Plex).  Também pudemos desenvolver uma nova tecnologia (EconomasE) que possui uma altíssima correlação com a ação da vitamina E no metabolismo antioxidante, sendo esta vitamina um dos ingredientes mais caros na nutrição animal atualmente.  Ainda com o uso da nutrigenômica, pudemos desenvolver uma molécula mais concentrada e mais efetiva à base de manano-oligossacarídeos (Actigen), potenciando seus efeitos de aglutinação às bactérias patogênicas e modulação do sistema imune.
3) Na sua opinião, a nutrigenômica, no Brasil, tem avançado ? A interação entre a academia, órgãos governamentais e indústria tem acontecido da maneira desejável? 

Temos centralizado este processo no nosso Centro de Nutrigenômica nos Estados Unidos, em colaboração com Universidades locais, como a Aliança Alltech-Universidade de Kentucky para Pesquisa em Nutrição. A limitante que existe para o desenvolvimento em outros países como o Brasil é o alto investimento envolvido. Todavia a tendência é que com o tempo estas tecnologias estejam mais disponíveis, e as Universidades de ponta no Brasil e na América Latina devem buscar cada vez mais este tipo de alternativas.
4)A Alltech mantém contato com intitituições de pesquisa para avanço no campo da nutrigenômica ?

Sim, em especial pelas nossas alianças de pesquisa com as Universidades, buscamos desenvolver cada vez mais este tipo de tecnologia. Um exemplo disto são alunos de doutorado que estão fazendo as teses de suas Universidades dentro de nosso Centro de Nutrigenômica, desenvolvendo linhas de pesquisa que serão aproveitadas para trazer novas soluções de uma forma mais rápida e precisa aos problemas da indústria. Para se ter uma idéia, nos últimos anos patrocinamos 80 programas de mestrado e doutorado em diversas áreas de desenvolvimento da empresa.
5) A Genômica nutricional exige interação e colaboração com especialistas de vários campos de pesquisa, assim, na sua opinião, qual são os principais desafios enfrentados por aqueles que trabalham direta ou indiretamente nessa área ?

O maior desafio será sairmos do paradigma da "tentativa e erro" no campo experimental,  já que a nutrigenômica promete uma verdadeira "revolução" na metodologia tradicional de pesquisa. Também será desafiador juntarmos diferentes especialistas como, por exemplo, biólogos moleculares e fisiologistas, que terão que interagir para gerar modelos de análise ou até softwares que permitam aos nutricionistas e veterinários interpretar resultados da expressão de milhares de genes e estimar de uma forma confiável as respostas a diferentes tratamentos na produção e saúde animal.
 
Fonte
Engormix.com
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