Recuperação de preços no mercado externo puxa crescimento da atividade avícola do Paraná em 2010

A recuperação nos preços do frango no cenário internacional aliada a exportações de produtos de frango de corte com maior valor agregado estão trazendo um crescimento recorde com as vendas internacionais do produto paranaense em 2010. Levantamento realizado pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) com base nas estatísticas divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo (Secex/MICT) aponta que em faturamento com as exportações os ganhos das indústrias paranaenses no acumulado janeiro-julho de 2010 cresceram 13,61% em relação a igual período do ano passado. Esse desempenho é resultado das negociações com produtos industrializados, que têm maior valor agregado, o que resulta em ganhos para o segmento. Além disso, outro fator que tem contribuído para o crescimento dos ganhos é a renegociação do preço da tonelada do produto, em ascensão no mercado internacional.

Segundo o levantamento, no acumulado de janeiro a julho deste ano as indústrias avícolas paranaenses tiveram um faturamento recorde para o período de 946.075.276 dólares, desempenho quase 14% superior ao mesmo período de 2009, quando os ganhos foram de 832.716.531 dólares. Em volume, houve um pequeno crescimento, de 1,08%, com 572.155.120 quilos de frango comercializados no mercado externo este ano, contra 566.013.277 quilos em 2009. Esse desempenho coloca o Paraná como responsável por 26,3% das exportações brasileiras de frango de corte. No acumulado do ano, o país já comercializou com o mercado internacional 2.169.840.911 quilos de frango.

De acordo com o presidente do Sindiavipar e da Câmara de Mercado Interno na União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Domingos Martins, a recuperação nos preços do frango no mercado externo é uma tendência atual. Ele estima que até o final deste ano os preços alcancem 16% de aumento em relação ao ano passado, com a tonelada atingindo o valor de 1.650 dólares contra 1470 dólares no ano passado.

Outra estratégia adotada pelas indústrias paranaenses para alcançar maior representatividade no mercado internacional é a produção de cortes específicos, de acordo com costumes regionais de diferentes países do mundo. "Produtos especificados têm maior margem de venda, pois são feitos para atender um mercado específico. Na China, por exemplo, o pé do frango é vendido a 1.500 dólares a tonelada, valor superior ao preço do frango inteiro vendido no mercado brasileiro", compara Domingos Martins. Com essa estratégia, as indústrias paranaenses de frango de corte atingiram todos os cantos do mundo, comercializando sua produção a 120 países de todo o planeta.

 

Outro destaque apontado pelo presidente do Sindiavipar é o crescimento no abate de frango de corte no Estado. Desde o ano 2000 o Paraná assumiu o posto de maior produtor nacional de frango de corte. No acumulado janeiro-julho de 2010, o abate atingiu a marca de 768.271.836 cabeças, número 7,64% superior ao mesmo período de 2009, quando o abate havia sido de 713.726.707 cabeças.

Segundo o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, além da quantidade é preciso destacar também a qualidade do frango de corte paranaense. Ele salienta os diversos investimentos das indústrias em aspectos de ambiência, bem-estar e abate, para obter uma carne macia e com qualidade, dentro dos padrões e normas sanitárias internacionais. "As indústrias paranaenses vem investindo em técnicas para garantir o bem-estar animal, além de ambiência nos aviários e controle de ambientes em relação à temperatura e alimentação dos animais. Isso demonstra preocupação com a qualidade do produto. Criar com qualidade é um dos pontos fortes do setor no estado", destaca Domingos Martins.

Segundo ele, o Paraná é um estado privilegiado para criação de frangos, por vários motivos como a topografia, localização geográfica e logística para o transporte e venda do produto, que auxiliam no escoamento da produção. "Hoje o Paraná tem 390 mil propriedades rurais, dessas 350 mil são pequenas propriedades, um berço natural da avicultura e da criação de pequenos animais. A avicultura se destaca porque tem comportamento mais direcionado, mais fixo, pois a cada 60 dias, mesmo realizando o vazio sanitário, o produtor tem rendimento, o que garante o fluxo de caixa, se assemelhando ao fluxo do trabalhador assalariado, com a diferença de que ele é o patrão. Comparada às outras culturas como milho, soja e café, a avicultura tem um retorno financeiro mais rápido. O pequeno proprietário que investe em avicultura garante sua permanência no campo em função desse retorno financeiro seis vezes ao ano", reforça.

 

Para avaliar as estratégias de mercado, sanidade e ambiência na avicultura de corte do Paraná, o Sindiavipar organiza em Foz do Iguaçu, neste dia 20 de agosto, um workshop com o tema "Avicultura de corte: do Paraná para o mundo". O evento conta com a participação de técnicos das indústrias avícolas paranaenses para a discussão de aspectos de ambiência, sanidade e mercado que atingem o setor.

O objetivo do encontro é capacitar e promover o desenvolvimento constante da cadeia da avicultura paranaense entre todos que integram o grupo. O encontro técnico também possibilitará aos participantes a troca de experiências visando o desenvolvimento da avicultura de corte no Paraná. Hoje, o estado é o maior produtor de frango de corte do país e é destaque em exportação avícola, comercializando seus produtos com 120 países de todo o mundo.

 

- Sanidade e Mercado Internacional (Dr. Inácio Kroetz)

- Sanidade Avícola: Mudanças na Instrução Normativa IN56 e IN59 (Ana Margareth Oliveira - MAPA)

- Implementações na Área de Sanidade Avícola (Dr. Hernani Melanda - ASA/SEAB-PR)

- Biologia Molecular no diagnóstico diferencial em sanidade avícola (Prof. Dr. Fábio J. Negrão)

- Promotores de Crescimento: abordagens alternativas (André Viana)

- Bem-Estar Animal (Prof. Dr. José Maurício França)

- Auditorias e Certificações na Avicultura (Juliana Federici)

- União Perfeita: Engenharia e Microbiologia (John Richard Aykroyd)