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Galinhas geneticamente modificadas para produzir proteínas humanas na clara do ovo

Publicado: 11 de março de 2020
Fonte : Thermo Fisher
Cientistas do Reino Unido conseguiram criar galinhas com genes modificados e cujos ovos contêm proteínas que combatem artrite e alguns tipos de câncer. De acordo com o estudo publicado no BMC Biotechnology, a produção dos ovos pode ser ampliada com tempo de sobra para liberar os medicamentos em quantidades comerciais.
Lissa Herron, da empresa Roslin Technologies afirma que a saúde das galinhas não é afetada, e que os animais não sofrem e vivem em cercados muito maiores do que os convencionais, sendo cuidados por técnicos treinados.
O estudo se baseia no fato de que algumas doenças são causadas pela deficiência (no organismo humano) na produção de alguma substância química ou proteína. Aí entram os medicamentos, que podem controlar as doenças oferecendo a proteína que está em falta, mas geralmente esse tipo de remédio é caro.
Com os resultados do estudo foi possível reduzir os custos ao inserir genes humanos (que produzem a proteína em falta) na parte do DNA das galinhas responsável pela produção dos ovos. 
Como funcionou o estudo?
Os pesquisadores concentraram seus esforços em duas proteínas que são essenciais para o sistema imunológico, a IFNalpha2a, que possui efeitos antivirais e anticâncer; e o macrófago-CSF, que está sendo utilizado para estimular tecidos danificados para autorreparação.
A pesquisa apontou que são necessários 3 ovos para produzir uma dose de remédio, e as galinhas são capazes de botar até 300 unidades por ano. Pensando nisso, os cientistas acreditam que com um número grande de aves é possível a produção de medicamentos em larga escala.
Porém, o desenvolvimento dos fármacos para os humanos e os documentos regulatórios necessários levam entre 10 e 20 anos para ficarem prontos. Até agora, os ovos produzidos são para fins de pesquisa e não serão postos à venda.
Animais com genes modificados 
Não é uma novidade na ciência a modificação de genes para produzir terapias proteicas, estudos anteriores já haviam demonstrado que cabras, coelhos e galinhas poderiam produzi-las a partir do seu leite e ovos. E de acordo com os cientistas essa é uma forma mais eficiente e com melhores rendimentos.
Isso se dá ao fato de que a criação e operação de galinhas, por exemplo, é bem mais barata do que salas estéreis e produção industrial. O que se espera agora, é que se consiga utilizar as galinhas para o desenvolvimento de medicamentos que estimulem o sistema imunológico de animais de estimação, como uma alternativa aos antibióticos.
Este feito diminuiria drasticamente o desenvolvimento de superbactérias resistentes. E ainda há o potencial de usar as propriedades curativas do macrófago-CSF para regeneração de fígados ou rins de bichos de estimação.
Fato é que já foi comprovado, mesmo que os medicamentos para humanos ainda não tenham sido produzidos, que as galinhas são comercialmente viáveis para a produção de proteínas e para outras aplicações na biotecnologia.
E você, o que acha desse tipo de estudo? Conte para a gente nos comentários e continue nos acompanhando para mais artigos sobre o universo da ciência. Até a próxima!
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Fonte
Thermo Fisher
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