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contaminação alimentação bovinos leiteiros

Estudo da contaminação por micotoxinas de alimentos volumosos utilizados na alimentação de bovinos leiteiros no ano 2011

Publicado: 13 de março de 2012
Sumário
O pastejo é forma mais econômica utilizada para fornecer forrageiras para os bovinos, porém devido a condições climáticas, épocas frias, secas ocorrem escassez de forragem. Para diminuir esta variação e para obter uma reserva de alimento são utilizadas várias formas de conservação de forrageiras, como a fena...
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Autores:
Jonas Bordignon
Agrifirm do Brasil
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amasnda
TEC INGRE NUTRIÇÃO ANIMAL
14 de marzo de 2012

Seria muito difici (impossivel)l a total descontaminação das ensilagens pelas Micotoxinas. Poderá haver uma redução significatica nas concentrações das micotoxinas se nos processos de armazenamento de volumoso e concentrado forem adotadas medidas e produtos corretos, funcionais, porém isso não resolverá os problemas que as Micotoxinas causam dentro do organismo animal, afetando diretamente a produtividade.

Trabalho na empresa há 3 anos, e acompanhei todos os testes de eficácia do nosso adsorvente de Micotoxinas. Posso dizer que no mercado atual, ele seria um dos melhores, adsorvendo as 3 principais micotoxinas encontradas nos alimentos fornecidos ao gado. Chama-se Mannsorb. O produto realmente possui um grande efeito positivo.

At:Amanda Alarcon Peres
Tecnica
Tec Ingre Nutrição Animal

Jonas Bordignon
Agrifirm do Brasil
14 de marzo de 2012

Bom dia Amanda, tudo bem?

Certamente, a descontaminação ou a eliminação das micotoxinas nas silagens é um processo que ainda não temos dominio. A utilização de Aditivos Anti Micotoxinas ainda é a forma mais eficiente de evitar as perdas por essas toxinas.
Este produto tem alguma avaliação in vivo com bovinos de leite?

Atenciosamente

amasnda
TEC INGRE NUTRIÇÃO ANIMAL
14 de marzo de 2012

Bom dia Jonas,

Este produto possui estudos para aves e suínos, como acontece com os tradicioanis adsorventes antimicotoxinas que eu conheço, e além das questões que envolvem custos, pois os testes são caros e demoram bastante tempo para serem consolidados, infelizmente, para bovinos leiteiros não temos testes in vivo (porém temos o in vitro que pela sua metodologia funcionaria para todas as espécies), mas não descartamos esta hipótese. O mercado em geral deu uma enxugada nos gastos, os produtores (principalmente os de suínos) estão enfrentando uma crise feia, então isso limita a vontade de fazer novos testes, pelo cenário vivido.
Vc sabe me dizer se existe algum adsorvente registrado para gado?

Att:Amanda

Luiz Celso Hygino Da Cruz
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
20 de marzo de 2012

Prezado Dr Jonas
Como professor e pesquisador militante na área de Micologia e Micotoxicologia de 1971 a 1997, quando me aposentei como Prof. Titular da UFRRJ e passei a atuar na Univ. Estácio de Sá, me sinto tentado a cooperar com qualquer profissional que esteja atuando nesta importante área da Sanidade animal. Ao ler o seu trabalho tomei um grande susto. Nunca imaginei que em silagens as aflatoxinas pudessem ser assim tão comuns. Durante todos esses anos de estudos, ensino, pesquisa e participação em inúmeros congressos nacionais e internacionais, jamais ouvi dizer que em silagens pudesse ocorrer tanta aflatoxina. As aflatoxinas sempre estiveram associadas aos grãos, ao amendoim e à castanha do Pará. Em silagens, a sua ocorrência nunca havia sido considerada importante. Apenas para ilustração, em uma pesquisa realizada na UFPR sobre a prevalência de micotoxinas em silagens de milho em cinco bacias leiteiras no Brasil e em 109 propriedades no Paraná, sudeste de Goiás, sul de Minas Gerais e oeste de Santa Catarina determinou-se que a micotoxina de maior incidência foi a ZEARALENONA (73% das amostras),seguida da FUMONISINA B1 (48,6%), DON (33,6%), FUMONISINA B2 (25,1%) e OCRATOXINA e AFLATOXINA B1 (menos de 10% das amostras).
É, de fato, espantoso que em um produto que não costuma conter cereais, mas somente matéria verde picotada e que deve ser bem prensada para a eliminação do oxigênio, possa ter ocorrido crescimento de Aspergillus flavus ou de Asp. parasiticus, reconhecidos como os principais produtores de aflatoxinas. Como se sabe, o público que participa do site da Engomix, além de numeroso, é muito ligado aos diversos temas de importância para a agropecuária e, devem estar tão ou mais preocupados do que eu. Quando uma publicação introduz informações tão impactantes quanto as que encontramos em seu trabalho, torna-se indispensável que elas venham acompanhadas de outras informações complementares que podem ser tão ou mais importantes do que os próprios resultados em si:
1. Que procedimentos analíticos foram empregados nas análises das micotoxinas?
2. Como foi eliminada a possibilidade de ocorrência de falsos positivos? Que testes confirmatórios teriam sido empregados, especialmente para as aflatoxinas, porque, como se sabe, produtos vegetais podem conter componentes químicos cujo peso molecular pode ser semelhante ao das aflatoxinas e, também, podem emitir fluorescência do mesmo modo que elas.
3. Que fungos foram encontrados nas silagens analisadas e em que proporção eles estavam presentes? Se não foram pesquisados, creio que seria muito importante que um trabalho complementar viesse a ser desenvolvido nessa área.
4. Em que condições as silagens se encontravam no momento da coleta de material para as análises?
5. Os criadores recebiam assitência técnica adequada? Eles as aplicavam? Ou os seus métodos eram empíricos e não seguiam as recomendações aproprtiadas?
6. Todas as silagens tinham a mesma composição? O que cada uma delas continha?
Como todo profissional da área bem sabe, a adoção de boas práticas de preparo e manejo das silagens é fundamental para a prevenção da contaminação por fungos e redução de suas toxinas. Estas práticas se iniciam com a seleção da matéria prima antes mesmo que ela seja plantada (variedades adequadas à região e, de preferência, resistentes à fungos, fazer adubação adequada e controle de pragas, proceder a colheita no momento adequado e imediatamente antes do enchimento do silo, encher o silo com rapidez e compactá-lo corretamente, utilizar inoculantes bacterianos que sejam produtores de ácido propiônico e ácido lático e, finalmente, vedar de forma a impedir que não ocorra entrada de ar). Se estas e outras atitudes complementares forem adequadamente aplicadas, o ambiente se tornará impróprio ao crescimento de fungos e a ocorrência de micotoxinas em silagens será minimizada e deixará de ser tão importante quanto os seus resultados procuram demonstrar. Aliás, micotoxinas em produtos vegetais estocados, se não tiver sido produzida ainda quando a planta estiver crescendo no campo (fungos endofíticos, por exemplo), só poderá ocorrer se o produto não tiver sido adequadamente submetido à secagem, se o transporte tiver sido feito de forma incorreta e a armazenagem não tiver seguido os critérios já definidos e, certamente, bem conhecidos por quem armazena.
Por tudo isso, acho que o problema micotoxinas/micotoxicoses é, em grande parte, uma questão educacional. Quando todos os profissionais ligados à produção animal tiverem pleno conhecimento das boas práticas de produção, armazenamento e utilização dos alimentos destinados a seus animais, a ocorrência de micotoxinas certamente será minimizada.
Não há a menor dúvida de que a solução para o grande problema que as micotoxinas representam para a saúde animal e humana está na prevenção. Prevenir o desenvolvimento de fungos, impedir que eles cresçam nos alimentos, esta é a verdadeira solução. Permitir que os fungos cresçam nos grãos e produza suas micotoxinas e só depois tentar descontaminá-lo, não é uma atitude apropriada. Qualquer tipo de tratamento para descontaminar um produto sempre exigirá gastos adicionais que influirão sobre os custos de produção: o pagamento de um consultor técnico, os gastos com as análises laboratoriais, os custos dos sequestrantes ou de outro produto capaz de desnaturar a toxina e também os custos com a sua aplicação. Mesmo assim, a incerteza de sucesso continuará. E se houver mais de uma toxina, será preciso usar mais de um sequestrante? Às vezes sim. E quanto a especificidade, os sequestrantes são absolutamente desprovidos de efeitos colaterias? É totalmente garantido que todos os sequestrantes absorvem seletivamente só as micotoxinas? Quando se sabe que sequestrantes são também empregados na indústria de bebidas para eliminar substâncias indesejáveis ao produto e que não são micotoxinas, quer dizer, elas também absorvem outras substâncias diferentes de micotoxinas, por que então elas não poderiam também absorver vitaminas e um ou outro fator essencial de crescimento?
Não tenho nenhuma dúvida de que a solução para este grande problema representado pelas micotoxinas tem de passar pela educação e pela informação. Para reduzir ou mesmo eliminar a contaminação de alimentos por micotoxinas, só existe um caminho - a adoção de medidas preventivas. Descontaminar não é solução, solução é não permitir que se contamine. Divulgue esta idéia.
Atenciosamente, Prof. Hygino

Jonas Bordignon
Agrifirm do Brasil
5 de abril de 2012

Olá Dr. Hygino,

Muito obrigado pela sua participação neste fórum de discussão.

Quero deixar claro que este texto teve por objetivo relatar os resultado analíticos do NutriLab. Apenas publicamos o resultado das análises em silagem que realizamos no período de Janeiro a Dezembro de 2012, totalizando 254 amostras, nos três estados do Sul do Brasil. Pela grande surpresas estes resultados é que resolvemos compartilhar com todos.
Observamos uma constancia grande amostras positivas de Aflatoxinas e Zearalenona durante todo o ano de 2011.
Abaixo segue os esclarecimentos das dúvidas levantadas acima:

1. Que procedimentos analíticos foram empregados nas análises das micotoxinas?
As análises foram realizadas pelo método de ELISA (Imunoensaio)

2. Como foi eliminada a possibilidade de ocorrência de falsos positivos? Que testes confirmatórios teriam sido empregados, especialmente para as aflatoxinas, porque, como se sabe, produtos vegetais podem conter componentes químicos cujo peso molecular pode ser semelhante ao das aflatoxinas e, também, podem emitir fluorescência do mesmo modo que elas.
A análise por ELISA (imunoensaio) para aflatoxina é competitivo direto, que permite obter concentrações em partes por bilião (ppb).Anticorpos específicos são utilizados nestas análises, desta forma, a fluorescencia e compostos de mesmo peso molecular não interferem na análise. Os pigmentos da silagem também não interferem nos anticorpos e ajustes de pH são realizados.
A Aflatoxina livre nas amostras e controles competem com a “aflatoxina marcada com enzima” (conjugado) pelos locais de ligação do anticorpo. O teste é lido num leitor de microplacas para produzir densidades ópticas. As densidades ópticas dos controles formam a curva padrão, e as densidades ópticas são traçados da amostra em relação à curva padrão para calcular a concentração de aflatoxina.

3. Que fungos foram encontrados nas silagens analisadas e em que proporção eles estavam presentes? Se não foram pesquisados, creio que seria muito importante que um trabalho complementar viesse a ser desenvolvido nessa área.
Não foram realizadas análises de fungos. As análises solicitadas pelo cliente eram apenas de micotoxinas.

4. Em que condições as silagens se encontravam no momento da coleta de material para as análises?
As coletas foram realizadas pelo cliente e não dispomos desta informação. Salientamos que estes números são um levantamento de dados analíticos de amostras recebidas pelo laboratório não tendo por objetivo um trabalho científico. Diante destes números, cabe a realização de um trabalho mais aprofundado e que contemple um maior número de dados para eventuais correlações.

5. Os criadores recebiam assitência técnica adequada? Eles as aplicavam? Ou os seus métodos eram empíricos e não seguiam as recomendações aproprtiadas?
Com relação a o nível técnico dos produtores podemos dizer que todos tem um nível de tecnificação razoável, aliando as suas propriedades as técnicas da melhor forma que é possível a cada realidade.

6. Todas as silagens tinham a mesma composição? O que cada uma delas continha?
Eram silagens de milho, pé inteiro.

Espero ter auxíado no esclarecimento das dúvidas.

Atenciosamente

Jonas

Jonas Bordignon
Agrifirm do Brasil
5 de abril de 2012

Bom dia Amanda, tudo bem?

Com relação a questão de aditivos anti micotoxinas aprovados para bovinos, o LAMIC tem um quadro no seu site que resume todos os testes realizados, em várias espécies, com esse objtivo.
Já foram realizados 166 em várias espécies.
Em bovinos apenas dois trabalhos foram realizados, muito provavelmente pelos custos e pela dificuldade de conduzir um trabalho desta magnitude. Destes dois testes apenas um produto foi aprovado e é o Toxfree Mikpower. Único produto testado e aprovado para ser utilizados em bovinos.

Atenciosamente

Jonas

Luiz Celso Hygino Da Cruz
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
7 de abril de 2012

Prezado Dr Jonas,
Obrigado por seus esclarecimentos a respeito dos procedimentos técnicos analíticos e pela forma como seus resultados foram obtidos.
É uma pena que seus resultados não tenham sido obtidos a partir de um protocolo de pesquisas, mas tenham sido "Apenas … o resultado das análises em silagem que realizamos no período de Janeiro a Dezembro de 2012". Eu esperava que você estivesse desenvolvendo projetos de pesquisas nessa área. Como se sabe, há poucas informações sobre as relações entre silagens/fungos/micotoxinas em nosso meio e eu já estava a imaginar que alguém estivesse a trabalhar com esse assunto de tão grande interesse para o nosso produtor. Mas, os resultados que você acabou de publicar, são muito úteis e servem de alerta, não somente para o criador como também para os profissionais da área.
Como você mesmo afirma, "… estes números são um levantamento de dados analíticos de amostras recebidas pelo laboratório não tendo por objetivo um trabalho científico. Diante destes números, cabe a realização de um trabalho mais aprofundado e que contemple um maior número de dados para eventuais correlações". Acho que você tem razão, o assunto merece um pouco mais de atenção e dedicação de pesquisadores da área e, por isso, espero que alguém se sinta estimulado por essa e outras discussões que estão acontecendo a todo momento, seja no meio acadêmico ou através da mídia e desenvolva pesquisas nessa área.
A propósito, quero convidá-lo a dar uma olhada de vez em quando em meu blog: micologia-micotoxicologia.blogspot.com que também pode ser acessado através do Google. Neste blog venho escrevendo alguns textos baseados em minhas experiências e em análises do que é publicado na literatura especializada. Gostaria de ter não somente a sua opinião como também a de todos aqueles que participam do Engomix. Atenciosamente,
Luiz Celso Hygino da Cruz

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