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Implicações econômicas e sociais da contaminação de alimentos por micotoxinas

Publicado: 1 de janeiro de 2002
Por: Luiz Celso Hygino Da Cruz, Dr. em Ciências Veterinárias e Professor aposentado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro -UFRRJ-.
Estimativas da FAO calculam que as perdas mundiais com a contaminação de alimentos por micotoxinas situam-se ao redor de 25% de toda a produção. Estas estimativas são teóricas porque não existe um país que mantenha um controle total sobre a qualidade dos alimentos que produz e nem avalie o valor de suas perdas. Entretanto, os números apresentados pela FAO podem ser considerados modestos se nesta avaliação fossem computados os diversos aspectos econômicos envolvidos com o problema micotoxinas. Na contabilização dos prejuízos advindos dos muitos procedimentos e consequências das contaminações dos alimentos por micotoxinas é necessário considerar os diversos aspectos relacionados com a produção do alimento de origem vegetal ou animal. Desta maneira é preciso contabilizar não somente as perdas diretamente ligadas a essa produção como também aquelas decorrentes da implantação de mecanismos de controle da contaminação por fungos toxígenos, o desenvolvimento de métodos, pesquisas, além de outros custos sociais. Para que se tenha uma visão global da maioria dos aspectos que devem ser considerados quando se faz uma análise sobre as implicações das micotoxinas na sociedade como um todo, apresentamos uma adaptação de um trabalho publicado pelo Council for Agricultural Science and Technology -USA (1989).
 
Efeitos econômicos adversos atribuídos às micotoxinas:.

I - CUSTOS DE PRODUÇÃO.

A. Produção de alimentos para os animais.
 1. Perdas na colheita e pós-colheita.
    -  Perdas de rendimento na produção – durante o crescimento da planta, a presença de fungos com metabolismo ativo em qualquer uma de suas partes faz com que nutrientes sejam desviados da planta para o sustento do fungo. Por este motivo ocorrerá menor rendimento da planta, seja em seu crescimento, seja na produção de suas sementes. 
   - Restrição na comercialização de produtos – Parte do mercado comprador, especialmente os grandes produtores de ração, já demonstram preocupação com relação à qualidade de seus produtos, e por isso estabelecem critérios de qualidade para a matéria prima que adquirem. Dentre os parâmetros avaliados encontram-se as micotoxinas. Desta maneira, o mercado vem se tornando restritivo a ponto de algumas indústrias já recusarem produtos contaminados com baixos níveis de micotoxinas, ou estabelecerem preços menores para eles. Há situações em que, devido à contaminação em níveis elevados, um produto pode não conseguir ser comercializado.
   - Custos de produção aumentados – Para se obter um produto de boa qualidade e com menor probabilidade de sofrer a ação de fungos toxicogênicos é indispensável investir no combate de insetos, que podem carrear fungos disseminando-os pelos grãos que estão sendo produzidos. Também é necessário investir em irrigação, adubação e outros procedimentos que contribuirão para o desenvolvimento de uma planta saudável e capaz de produzir grãos mais saudáveis e mais resistentes à ação dos fungos. 
   - Custos do pós-colheita aumentados – Reduzir a atividade de água nos grãos é a principal medida preventiva da contaminação de grãos por micotoxinas. Isto requer a secagem do produto quando ele ainda se encontra na fazenda, e deve ser realizada imediatamente após a colheita ter sido feita, o que requer investimentos em equipamentos e pessoal. É necessário fazer o controle do processo de secagem por meio de análises do nível de umidade presente no produto, o que requer um custo adicional.
    - Aumento dos custos de transporte – Já é bem conhecida a situação que ocorre dentro da carroceria de um caminhão graneleiro, durante o transporte de grãos. Por causa da exposição ao calor do sol, a lona torna-se quente e correntes de convecção são formadas dentro da carga. Por causa disso, o ar quente que sobe carreia vapor de água que irá se condensar nas áreas mais frias da carga, tornando esta parte da carga mais úmida e, desta maneira, favorável à proliferação de fungos. A correção deste problema poderia ser feito com a implantação de um sistema de aeração semelhante ao que se utiliza nos armazéns graneleiros.
  - Empréstimos sobre os grãos estocados – Muitos produtores utilizam de estoques de grãos como garantia para a obtenção de empréstimos junto ao sistema financeiro. Este lastro, entretanto, pode perder todo o seu valor se for detectada uma das micotoxinas cuja presença em alimentos e rações é regulada pela legislação pertinente.

2 - Custos de manipulação e distribuição.
   ? Capacidade de estocagem excedida - não comercializando o produto contaminado, os armazéns permanecem cheios, não havendo espaço para estocagem de novos produtos.
   ? Custos de secagem extra – Quando em um estoque de grãos há algum indício de crescimento de fungos, é indispensável que o processo seja interrompido. Para isso, é necessário determinar o nível de umidade em todo o estoque e providenciar imediatamente a sua secagem. Estes procedimentos implicarão em inesperado aumento nos custos do produto.
   ? Perdas em trânsito - No Brasil não há um sistema de transporte adaptado ao transporte de grãos que seja capaz de garantir que uma carga seja deslocada por longas distâncias sem que ocorra alteração em sua atividade de água. Por causa disso, durante o transporte de grãos, são criadas condições que favorecem o crescimento de fungos e, consequentemente, uma boa parte da carga chega ao seu destino já comprometida.
 
3 - Custos de processamento.
   - Recuperação do produto contaminado – Mesmo quando contaminados por Aflatoxinas, alguns produtos, se adequadamente tratados, podem ser usados para a alimentação animal, evidentemente, adicionando os devidos custos de manipulação e aplicação de produtos químicos. São dois os principais procedimentos adotados atualmente: a) inativação da micotoxina através de amoniação e b) adsorção com macromoléculas como os aluminosilicatos.
 - Além dos custos inerentes a cada um destes dois processos deve-se considerar, também, as probabilidades de ocorrência de efeitos secundários indesejáveis com a aplicação de amônia ou de silicatos junto com alimentos.
-  Custos com aditivos antifúngicos – Determinados produtos podem exigir para a sua preservação que sejam empregadas substancias antifúngicas para impedir o desenvolvimento de fungos e a consequente produção de suas micotoxinas.
   
B - Perdas na produção de animais.
Conforme consta de numerosas análises estatísticas realizadas por pesquisadores em todo o mundo, as micotoxinas são produzidas nos mais diversos alimentos, em concentrações bastante variáveis e também são encontradas com  uma distribuição muito irregular. Por causa disso, ao consumirem seus alimentos, os animais podem desenvolver micotoxicoses com um variado grau de gravidade. Podem ser observadas altas taxas de mortalidade, com prejuízos tão grandes que podem significar a falência do criador. Se houver baixas concentrações da micotoxina, os efeitos negativos podem ser menores, mas também muito significativos porque pode haver interferências negativas sobre o sistema metabólico em geral e, em particular, sobre o digestório com redução da eficiência alimentar e consequente redução do peso vivo alcançado pelos animais, menor produção de ovos ou de leite. Tentando melhorar a produtividade, o criador aumenta o fornecimento de alimentos e, com isto, aumenta os custos de alimentação. Outros efeitos também podem ser observados como problemas na área reprodutiva, imunodeficiência com aumento da suscetibilidade às doenças infecciosas e parasitárias.
Como forma de evitar os problemas decorrentes da ingestão de micotoxinas, há necessidade de investimentos em testes laboratoriais necessários ao monitoramento constante dos alimentos fornecidos aos animais.
 
II - CUSTOS PARA O CONSUMIDOR   
  ? Perdas na qualidade dos produtos alimentícios - a presença de micotoxinas em alimentos destinados ao consumo dos animais, pode fazer com que os produtos originados destes animais também possam conter a micotoxina que foi ingerida por eles, ou algum tipo de metabólito também tóxico. Desta maneira, micotoxinas podem estar presentes no leite, em queijos, em ovos, na carne e em vísceras. 
   ? Preços mais altos para os produtos – Em ocasiões em que as condições ambientais favorecerem a produção de micotoxinas em componentes essenciais às rações, poderá haver importantes perdas na produção, a ponto de provocar redução da oferta, aumentando os preços de mercado.
    ? Renda diminuída devido a dias de trabalho perdido por causa de micotoxicoses – Esta é uma situação pouco considerada porque os efeitos causados pelas micotoxinas, na maioria das vezes, não são percebidos ou identificados. Redução da eficiência alimentar, imunossupressão e diversos outros efeitos, não costumam ser atribuídos às micotoxinas. Entretanto, o sistema financeiro mundial inclui este problema em seu processo de avaliação quando analisa as possibilidades de investimento nos diversos países. O Banco Mundial, por exemplo, assim se refere ao problema em um relatório que produziu sobre necessidades de investimentos em saúde (Investing in Health, 1993): “... Estimativas sugerem que aproximadamente 40% do tempo de vida dos indivíduos de países em desenvolvimento é perdido em função de doenças mediadas por toxinas fúngicas”.
 ? Efeitos a longo prazo devido à contaminação em baixos níveis – Desde a década de 1960, alguns tipos de câncer vem sendo adicionados na conta das micotoxinas (aflatoxinas, fumonisina. patulina, esterigmatocistina, luteosquirina, rugulosina, ácido penicílico). Dentre elas, as aflatoxinas têm recebido um destaque especial, por ser relativamente comum em alimentos que são largamente consumidos pelo homem (milho, amendoim e castanhas), como também pelo seu alto poder carcinogênico. As aflatoxinas são consideradas pela Organização Mundial da Saúde como sendo as mais potentes substâncias carcinogênicas naturalmente produzidos que se tem conhecimento.
 
III - CUSTOS SOCIAIS.
 
Os custos que podem ser contabilizados como custos sociais provocados pela presença de micotoxinas em alimentos para consumo humano e animal, são muito elevados e também são muito variados.
  - Custos com a regulamentação – Uma vez que a presença de micotoxinas em alimentos passou a ser considerada indesejável, houve necessidade de estudos experimentais para que limites de tolerância pudessem ser estabelecidos. Evidentemente que, em primeiro lugar, neste investimento, deve ser considerado aquele que foi necessário à qualificação de pessoal em micotoxicologia. É mais do que evidente em nosso país, que este investimento não foi planejado e nem executado por qualquer entidade de ensino, pesquisa ou de qualquer outra natureza. Foi um movimento natural de pessoas que, individualmente ou em grupos, resolveram estudar, pesquisar e trabalhar com estas substâncias. Assim surgiram as equipes de pesquisadores nas universidades e em institutos de pesquisas. Claro que, ao fazerem a opção por trabalharem com micotoxinas e continuarem recebendo salários, parte do dinheiro recebido deve ser contabilizado na rubrica micotoxinas. Estes profissionais passaram a investir suas verbas de pesquisa em estudos sobre os diversos aspectos relacionados às micotoxinas: métodos analíticos, ocorrência, distribuição, produção, fungos produtores, métodos de controle, efeitos sobre animais, padrões de tolerância etc. Como resultados de suas pesquisas foram desenvolvidos procedimentos para a prevenção da contaminação por micotoxinas em diversos alimentos. Investimentos tiveram também de ser realizados para, através de ações de extensão, levar os conhecimentos adquiridos até os produtores.
Como parte do sistema de monitoração e controle é necessário manter equipes constituídas por pessoal qualificado para promover a coleta de material para análises. Deve-se considerar também, que um laboratório especializado neste tipo de análises, além de exigir pessoal altamente qualificado, requer um conjunto de equipamentos e de reagentes cujos custos são muito elevados.    
  - Custos com educação – Os conhecimentos gerados em pesquisas devem ser repassados aos estudantes que irão ser formados pelas diversas faculdades que formam profissionais para atuarem na área de saúde e produção animal e vegetal. Isto significa que os professores deverão dedicar parte de seu tempo, primeiro para se prepararem e depois para ensinarem nos diversos níveis do ensino superior. Investimentos devem ser feitos em  laboratórios que precisam ser equipados e em material bibliográfico que deve ser produzido e publicado.
 - Receitas mais baixas no comércio exterior – Produtos alimentícios contaminados com micotoxinas não conseguem ser comercializados no comércio exterior porque os países importadores estabelecem barreiras restritivas a produtos com micotoxinas. Um bom exemplo foi a influência das aflatoxinas sobre a produção de amendoim no Brasil. Nosso país era exportador de amendoim até os anos sessenta, quando ocorreu o bem conhecido episódio em que um grande número de aves morreu na Inglaterra após ter consumido ração contendo torta de amendoim contaminada com aflatoxinas. A suspensão da importação desta matéria prima fez com que a produção de amendoim no Brasil caísse a níveis muito baixos e assim se manteve até os dias de hoje.
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Autores:
Luiz Celso Hygino Da Cruz
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
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Luiz Celso Hygino Da Cruz
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
23 de agosto de 2012
Prezado Fabio, se, de alguma maneira, continuo a ser útil com as coisas que venho teimando em escrever e divulgar, esteja certo, este é exatamente o meu único objetivo. Infelizmente não sei lhe dizer quando o artigo foi publicado no site da engormix porque ele foi postado pela própria Engormix. Mas, posso informá-lo que essa publicação foi uma cópia autorizada de artigo que publiquei no dia 10 de abril de 2012 em meu blog: Micologia-Micotoxicologia.blogspot.com. Atenciosamente, Hygino
Luiz Celso Hygino Da Cruz
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
10 de julio de 2012

Prezado Marcelo, muito obrigado. Quando as opiniões expressadas por nossos colegas são positivas e elogiosas, passamos a ter de nos esforçarmos cada vez mais para que o que viermos a escrever em novos artigos, mantenha sempre o mesmo nível. Obrigado mais uma vez e um abraço do Hygino.

Luiz Celso Hygino Da Cruz
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
4 de julio de 2012

Prezado Dr José Eduardo. Agradeço por suas palavras elogiosas, é isto que nos estimula a continuar divulgando e discutindo as questões relacionadas à Micotoxicologia.
A propósito, gostaria de convidá-lo a dar uma olhada em meu blog: Micologia e Micotoxicologia. blogspot.com, Atenciosamente, Prof. Hygino

Walterley Neves
21 de octubre de 2012

Ilustre Dr. Hygino.

Parabéns pelo excelente artigo. Nele estão apresentados todos os fenômenos e problemas que ocorrem a partir da contaminação das sementes, ainda no campo.

A visão ampla dos problemas é fundamental para que percebamos a tragédia que se anuncia para os próximos anos.

Estamos estudando o efeito das micotoxinas a alguns anos e buscamos vias tecnológicas para a redução dos efeitos deletérios. Nosso projeto inicial era para reduzir as micotoxinas nos grãos.

Percebemos que, mesmo empregando nanotecnologias variadas, radiação por feixe de elétrons, radiação de cobalto 60, luz UV A, B e C, Fotocatálise heterogênea com TiO2 e lavação dos grãos com ozônio não conseguimos grandes resultados e em algumas condições aumentamos os custos de produção em vista da necessidade de eliminar os agentes químicos.

Nossa pesquisa visava reduzir a vomitoxina e DON na produção de cevada cervejeira, trigo, soja e milho e, ao final de dois anos, resolvemos mudar o processo buscando a causa principal do aumento da contaminação e a modificando alguns parâmetros no plantio.

Identificamos como causa principal o desenvolvimento do inóculo na palhada e nos restos remanescentes da colheita, que ficam no solo para proteção e adubação da terra.

Realizamos 3 pedidos de patentes no mês de setembro/12 de um equipamento esterilizador da palhada, acoplado a colheitadeira e a aplicação de fungos antagônicos para ocupar o espaço "limpo" deixado no campo.

Estamos evoluindo os testes no campo e no laboratório com o propósito de determinar a intensidade da energia a ser aplicada em cenários diferentes de plantações de milho, cevada, trigo, triticale, algodão, colza e canola (incluindo as safras de inverno.), além do antagonista adequado e da quantidade certa para enfrentar os diversos quimiotipos de fungos patogênicos.

Parabéns pela sua persistência e pela amplitude das análises realizadas.

Somos uma empresa particular de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia e atuamos em áreas de medicina, medicina veterinária, tratamento de câncer, eliminação de substâncias tóxicas no ar, na água e no meio ambiente, eliminação de odores e resíduos de medicamentos em águas residuais. Somos Físicos e estamos ao seu dispor para colaborar com nosso pequeno conhecimento.

Walterley Neves.

Fabio Moraes
22 de agosto de 2012
Prezado Prof. Dr Luiz Celso Hygino Da Cruz, tenho lido alguns artigos de sua autoria e todos têm contribuido muito para meus estudos. Seria possível informar a data da publicação deste artigo no site para eu adicioná-lo como referência. Atenciosamente, Fabio Moraes
Marcelo Cervieri Rebelato
6 de julio de 2012

Caro colega Luiz Celso Hygino da Cruz,
Excelente material colocando importantes fatores que implicam em perdas de um modo amplo, não somente citando animais, como comumente se veem artigos por aí.
Sinceramente são colegas e profissionais assim que elevam a qualidade e o profissionalismo nestes fóruns, parabéns!

José Eduardo Butolo
3 de julio de 2012

, Gostaria de parabenizar o colega Luiz Celso Hygino Da Cruz pelos excelentes comentários relativos às implicações ecõnomicas e sociais quanto à contaminação de alimentos por micotoxinas e é muito importante comentarmos que é um problema que temos enfrentado cotidianamente e gostaria que os colegas procurassem prestar orientações quanto aos cuidados preventivos pois uma vez instalado as contaminações,dificilmente conseguimos eliminar os seus efeitos negativos de suas implicãçoes tanto na saúde dos animais bem como na saúde humana,pois os alimentos devem devem ser seguros e saudáveis do campo ao prato do consumidor. 

Prof.Dr.José Eduardo Butolo

(Biólogo/Bioquimico/doutor em Ciências)-Prof.de Alimentos e Alimentação e Contrôle de Qualidade e Consultor em Nutrição Animal.

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