Explorar
Comunidades em Português
Anuncie na Engormix

Parâmetros que afetam o desenvolvimento embrionário de pintos de corte

Publicado: 25 de outubro de 2013
Por: Nayara Spíndola Francisco, Pós graduada em Zootecnia, Faculdade de Ciências Agrária da Universidade Federal da Grande Dourados -UFGD-, MS; Rodrigo Garófallo Garcia, Irenilza Alencar Nääs e Leonardo Oliveira Seno, Professores Doutores, Faculdade de Ciências Agrária da UFGD, MS, e Gisele Aparecida Felix, Pós graduando em Ciência Animal, Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás -UFG-, GO.
Sumário

Objetivou-se avaliar o efeito da idade da matriz pesada e do tempo de estocagem dos ovos sobre as características de incubação e desenvolvimento embrionário de pintos de corte. Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 3x3, com três idades de matrizes (33, 43 e 61 semanas) e três períodos de estocagem dos ovos (24, 72 e 120 horas). Foram incubados 900 ovos férteis de matrizes pesadas Cobb® 500. Aos 6, 13, 17 e 21 dias de incubação foram retirados 10 ovos de cada tratamento e registrados o peso do ovo, o peso do embrião, a mortalidade embrionária e a eclodibilidade. Houve efeito (p ≤ 0,05) da idade da matriz e do tempo de estocagem dos ovos sobre a mortalidade embrionária e a eclodibilidade, ocorrendo aumento na mortalidade e diminuição na eclodibilidade, proporcionalmente ao aumento da idade da matriz e do tempo de estocagem. Comprovou-se que a idade da matriz influencia as taxas de mortalidade dos ovos férteis, sendo este fator mais afetado quando os ovos são submetidos a um período mais longo de estocagem. Ovos provenientes de matrizes mais jovens e tempo de estocagem reduzido proporcionaram maiores taxas de eclodibilidade. O período de estocagem influenciou tanto a mortalidade dos embriões, quanto a eclodibilidade dos ovos férteis.

PALAVRAS-CHAVE: embrião, incubação, mortalidade, ovos férteis.

 

INTRODUÇÃO
Ovos férteis provenientes de matrizes pesadas apresentam variação de peso, tamanho, qualidade de casca e relação entre o peso da gema e o peso do ovo durante o ciclo produtivo, alterando o rendimento na incubação (VIEIRA & MORAN, 2001; ROSA et al., 2002; ROCHA, et al., 2008). Matrizes jovens têm ovos menores, apresentando menor quantidade de poros na casca, membrana e cutícula mais espessas, albúmen mais viscoso e menor fonte de nutrientes, além da redução da perda de umidade e das trocas gasosas o que contribui para a eclosão de pintos menores (BRAKE et al., 1997; SANTOS et al., 2009).
Tais fatores em associação à menor disponibilidade de nutrientes para o embrião, devido à baixa capacidade das aves jovens de transferir lipídios para a gema do ovo, podem comprometer a viabilidade embrionária nos estádios iniciais de desenvolvimento e reduzir a taxa de eclosão (BENTON & BRAKE, 1996; ROCHA et al., 2008). A qualidade da casca é um importante fator para o bom rendimento na incubação e a qualidade do pinto, apesar do período de armazenamento e as condições também influenciarem na mortalidade dos embriões (ROCHA et al., 2008; SANTOS et al., 2009).
O presente estudo teve por objetivo avaliar o efeito da idade da matriz pesada e do tempo de estocagem dos ovos férteis sobre as características de incubação e o desenvolvimento embrionário.
 
METODOLOGIA
O experimento foi conduzido em um incubatório experimental, localizado no município de Dourados – MS. Foram utilizados 900 ovos incubáveis de matrizes pesadas da linhagem Cobb® 500. Os ovos foram armazenados a 15 °C com 70% de umidade relativa nos períodos de 24, 72 e 120 horas. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado distribuído em arranjo fatorial 3x3 sendo ovos provenientes de três idades de matrizes pesadas (33, 43, 61 semanas) e três períodos de armazenamento (24, 72 e 120 horas).
Foi utilizada incubadora de múltiplo estágio, de marca CASP®, com capacidade de 1.400 ovos, regulada com termômetro de bulbo seco para 38 °C e umidade relativa de 65%. Todos os ovos foram pesados e identificados no início da incubação e distribuídos de forma aleatória nas bandejas dentro da incubadora. A viragem dos ovos foi realizada de forma automática no ângulo de 45º para ambos os lados a cada hora.
Aos 10 dias de incubação, utilizando o método de ovoscopia, foram removidos os ovos inférteis ou com embrião morto. Aos 18 dias de incubação, momento da transferência da incubadora para o nascedouro, os ovos foram novamente pesados, dispostos em bandejas, onde permaneceram por três dias.
As avaliações foram realizadas aos 6, 13, 17 e 21 dias de incubação. Foram coletados 10 ovos por tratamento sendo estes identificados, pesados e abertos. Os embriões foram sacrificados por deslocamento cervical e pesados em balança com precisão de 0,001g. Após a retirada dos pintos do nascedouro, os ovos remanescentes foram avaliados para a determinação da mortalidade embrionária.
A classificação utilizada para a mortalidade embrionária (ME) foi: ME(1): 0 a 7 dias; ME(2): 8 a 14 dias; ME(3): 15 a 18 dias e ME(4): 19 a 21 dias. O Total de Mortalidade Embrionária (TME) foi a soma das três mortalidades embrionárias para cada idade de matriz nos períodos de armazenamento. A eclodibilidade foi avaliada pela determinação do percentual de pintos viáveis nascidos.
Foi realizada a análise de variância com o auxílio do pacote estatístico GLM do programa SAS (1996). Quando identificadas diferenças estatísticas pela ANOVA entre os parâmetros avaliados (pesos dos ovos e dos embriões), as médias foram comparadas pelo teste de Tukey adotando-se significância para p ≤ 0,05. A mortalidade embrionária foi comparada pelo teste Qui Quadrado.
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Houve efeito da idade da matriz e do tempo de estocagem dos ovos sobre mortalidade inicial ME(1), mortalidade final ME(4), TME e eclodibilidade (%) (p ≤ 0,05; Tabela 1). Analisando os resultados de ME(1) verificou-se que, em todas as idades das matrizes avaliadas (33, 43 e 61) o índice de mortalidade dos embriões no primeiro período de estocagem foi menor (p ≤ 0,05), e houve aumento da mortalidade proporcionalmente ao aumento do período de estocagem (p ≤ 0,05). Valores altos de mortalidade precoce (1 a 4 dias), quando o tempo de armazenamento de ovos foi prolongado, também foram encontrados por PEDROSO et al., (2006).
Não houve diferença entre as mortalidades intermediárias ME(2) e ME(3) (p > 0,05). Estes resultados indicam que a mortalidade embrionária entre o oitavo e o décimo oitavo dias de incubação podem não estar relacionados à idade da matriz e nem ao tempo de estocagem dos ovos férteis. Desta forma, alguns fatores conhecidos são levantados como hipóteses na tentativa de justificar estes efeitos, como, por exemplo, a umidade no interior da incubadora, a eventual contaminação e ainda, a nutrição das matrizes (PEDROSO et al., 2006).
O período de estocagem (24 h) não influenciou a mortalidade embrionária final ME(4) nas idades das matrizes (p > 0,05). No entanto, no segundo período de estocagem (72 h) observou-se que houve maior mortalidade embrionária (p ≤ 0,05) dos ovos provenientes de matrizes mais velhas (61 semanas). Este fato sugere que o aumento no período de estocagem pode influenciar os índices de mortalidade embrionária, em ovos de matrizes com idade igual ou superior a 61 semanas. A mortalidade embrionária em ovos provenientes de matrizes com idades de 33 e 43 semanas foi menor no segundo período de estocagem (p > 0,05). No terceiro período de estocagem observou-se maior mortalidade embrionária (p ≤ 0,05) nos ovos provenientes de matrizes mais velhas (61 semanas). A mortalidade embrionária nos segundo e o terceiro período de estocagem (72 e 120 h) não diferiram entre si (p > 0,05) em todas as idades das matrizes. Porém, foram maiores que os valores observados no primeiro período de estocagem, confirmando que o tempo de armazenamento influencia a mortalidade dos embriões (LARA et al., 2005; ALMEIDA et al., 2006). Segundo SILVA (2003); ROCHA et al. (2008) as principais causas de mortalidade final, principalmente entre o 18° ao 21 ° dia, estão relacionadas às condições do interior da máquina de incubação, como oscilações de temperatura de umidade na incubadora ou no nascedouro, manejo inadequado da transferência.
 
TABELA 1- Idade da matriz pesada e período de estocagem dos ovos férteis sobre a mortalidade embrionária e a eclodibilidade.
Parâmetros que afetam o desenvolvimento embrionário de pintos de corte - Image 1
 
Houve efeito dos períodos de estocagem e das idades das matrizes na mortalidade embrionária total (TME; p ≤ 0,05). No primeiro período de armazenamento (24 h) foi possível observar que as matrizes mais velhas (61 semanas) apresentaram maior mortalidade embrionária total (p ≤ 0,05). No segundo e terceiro períodos de armazenamento (72 e 120 h) observou-se que ovos provenientes de matrizes com 61 semanas de idade apresentaram maior mortalidade embrionária total quando comparado com as matrizes de 33 e 43 semanas (p ≤ 0,05). Quando associado ao tempo de armazenamento dos ovos, a mortalidade embrionária total aumentou gradativamente com o aumento da idade das matrizes (p ≤ 0,05). A menor mortalidade embrionária foi observada para os ovos de matrizes com 33 semanas e com 24h de armazenamento, o que concorda com SCHMIDT et al., (2009).
A eclodibilidade (%) de ovos de matrizes com 33 semanas de idade foi semelhante (p > 0,05) no primeiro e no segundo período de armazenamento (24 e 72 h). A baixa eclodibilidade (%) está associada à qualidade inferior da casca dos ovos das matrizes mais velhas, fato já descrito na literatura (McDANIEL et al., 1979; CAMPOS, 2000; TONA et al., 2001; NAKAGE et al., 2002; ROSA et al., 2002; LOURENS et al., 2006; ROCHA et al., 2008).
Em todos os tempos de incubação avaliados (Tabela 2) houve efeito do período de estocagem sobre a variável peso do ovo. O peso do ovo diminuiu (p ≤ 0,05) com o aumento do período de estocagem para todos os tempos de incubação.
 
TABELA 2- Período de estocagem e tempo de incubação (dias) dos ovos férteis e o peso do ovo do embrião
Parâmetros que afetam o desenvolvimento embrionário de pintos de corte - Image 2
 
O peso do embrião proveniente de ovos estocados 120 h, nos tempos de incubação de 6 e 21 dias foi diferente (p ≤ 0,05). Desta forma, é possível compreender que o peso dos embriões de 0 a 6 dias e de 17 a 21 dias sofre maior influência do maior período de estocagem (120 horas). Autores diversos (VIEIRA & MORAN, 2001; SANTOS, 2003; JOSEPH & MORAN Jr., 2005; TANURE et al., 2009) estudando este tema, encontraram que, perda de peso na incubação em ovos produzidos por matrizes velhas, pode ser justificada pela maior porosidade e menor espessura da casca. Com relação ao peso dos embriões, SANTOS et al., (2009) verificaram aumento no peso médio em função da idade da matriz durante o período de incubação. Segundo LARA et al., (2005); ALMEIDA et al., (2006) a idade da galinha é o principal fator que influencia o peso dos pintos.
Referente ao período de estocagem (24, 72 e 120 h) sobre o peso dos embriões nos diferentes tempos de incubação, observa-se que os embriões provenientes de ovos estocados por 72 horas apresentaram aumento de peso a partir do terceiro tempo de incubação (17 dias). Estes resultados estão associados a uma aceleração no desenvolvimento embrionário nos ovos férteis durante a fase de estocagem (FASENKO et al., 2001; CHRISTENSEN et al., 2003; PEDROSO et al., 2006).
 
CONCLUSÕES
O aumento da idade da matriz e do tempo de estocagem dos ovos férteis prejudicou os parâmetros de incubação.
 
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, J. G.; DAHLKE, F.; MAIORKA, A.; FARIA FILHO, D. E.; OELKE, C.A. Efeito da idade da matriz no tempo de eclosão, tempo de permanência do neonato no nascedouro e o peso do pintainho. Archives of Veterinary Science, Curitiba, v.11, n.1, p.45-49, 2006.
BENTON, C. E.; BRAKE, J. The effect of broiler breeder age and lenght of egg storage on egg albumen during early incubation. Poultry Science, Champaign, v. 75, p.1069-1075, 1996.
BRAKE, J.; WALSH, T.J.; BENTON, C. E. Jr.; PETITTE, J.N.; MEIJERHOF, R.; PEÑALVA, G. Egg handling and storage. Poultry Science, Champaign, v.76, p. 144- 151,1997.
CAMPOS, E. J. Avicultura: Razões Fatos e divergências. Belo Horizonte: FEPMVZ, 2000, 311p.
CHRISTENSEN, V. L.; GRIMES, J. L.; WINELAND, M. J.; DAVIS, G. S. Accelerating embryonic growth during incubation following prolonged egg storage. 1. Embryonic livability. Poultry Science, Champaign, v.82, n.12, p.1863-1868, 2003.
FASENKO, G. M.; ROBINSON, F.E.; WHELAN, A. I.; KREMENIUK, K. M.; WALKER, J. A. Prestorage Incubation of Long-Term Stored Broiler Breeder Eggs:1. Effects on Hatchability. Poultry Science, Champaign, v.80, p.1406–1411, 2001.
JOSEPH, N. S.; MORAN Jr, E.T. Characteristics of eggs, embryos, and chicks from broiler breeder hens selected for growth or meat yield. The Journal of Applied Poultry Research, North Carolina, v. 14, p.275-280, 2005.
LARA, L. J. C.; BAIÃO, N.C.; CANÇADO, S. V.; TEXEIRA, J.L.; LÓPEZ, C. A. A.; DUARTE, F. D.; MICHALSKY, V. B. Influência do peso inicial sobre o desempenho e o rendimento de carcaça e cortes de frangos de corte. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 57, n.6, p.799-804, 2005.
LOURENS, A.; MOLENAAR, R, van den Brand H.; HEETKAMP, M.J.; MEIJERHOF, R.; KEMP, B. Effect of egg size on heat production and the transition of energy from egg to hatchling. Poultry Science, Champaign, v.85, p.770-776, 2006.
McDANIEL, G. R.; ROLAND, D.A.; COLEMAN, M. A. The effect of egg shell quality on hatchability and embryonic mortality. Poultry Science, Champaign, v.58, p.10-13, 1979.
NAKAGE, E. S.; CARDOZO, J. P.; PEREIRA, G. T.; QUEIROZ, A. S.; BOLELI, I. C. Efeito da forma física da ração sobre a porosidade, espessura da casca, perda de água e eclodibilidade em ovos de perdiz (Rhynchotus rufescens). Brazilian Journal of Poultry Science, Campinas, v.4, n.3, p.227-134, 2002.
PEDROSO, A. A.; CAFÉ, M. B.; L. N. S. M.; STRINGHINI, J. H.; CHAVES, L. S. Desenvolvimento embrionário e eclodibilidade de ovos de codornas armazenados por diferentes períodos e incubados em umidades e temperaturas distintas. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.35, n.6, p. 2344-2349, 2006.
ROCHA, J. S. R.; LARA, L. J. C.; BAIÃO, N. C.; CANÇADO, S. V.; BAIÃO, L. E. C, SILVA, T. R. Efeito da classificação dos ovos sobre o rendimento de incubação e os pesos do pinto e do saco vitelino. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 60, n.4, p.979-986, 2008.
ROSA, O. S. A.; GUIDONI, A. L.; LIMA, I. L.; BERCH, F. X. R. Influência da temperatura de incubação em ovos de matrizes de corte de diferentes idades e classificados por peso sobre os resultados de incubação. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 31, v.2, p.1011-1016, 2002.
SANTOS, J. E. C.; GOMES, F. S. G.; BORGES, G. L. F. N.; SILVA, P. L. S.; CAMPOS, E. J.; FERNANDES, E. A.; GUIMARÃES, E. C. Efeito da linhagem e da idade das matrizes na perda de peso dos ovos e no peso embrionário durante a incubação artificial. Bioscience Journal, Uberlândia, v.25, n.1, p.163-169, 2009.
SAS. Statistical Analysis Systems User´s Guide: Stat. Version 6. 4th ed.Cary: SAS Institute; v.2, 1996.
SCHMIDT, G. S.; FIGUEIREDO, E. A. P.; SAATKAMP, M. G.; BOMM, E. R. Effect of Storage Period and Egg Weight on Embryo Development and Incubation Results. Brazilian Journal of Poultry Science, Campinas, v. 11, n.1, p. 01- 05, 2009.
SILVA, E. N. Doenças de transmissão vertical. In: Manejo da Incubação. 2 ed. Jaboticabal: FACTA, p.378-393, 2003.
TANURE, C. B. G. S.; CAFÉ, M. B.; LEANDRO, N. S. M.; BAIÃO, N. C.; STRINGHINI, J. H.; GOMES, N. A. Efeitos da idade da matriz leve e do período de armazenamento de ovos incubáveis no rendimento de incubação. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v.61, n.6, p.1391- 1396, 2009.
TONA, K.; BAMELIS, F.; COUCKE, W.; BRUGGEMAN, V.; DECUYPERE, E. Relationship between broiler breeder´s age and egg weight loss and embryonic mortality during incubation in large-scale condictions. Journal of Applied Poultry Research, Athens, v.10, p.221-227, 2001.
VIEIRA, S. L.; MORAN, J. R. E. T. Broiler yields using chicks hatched from eggs weight extremes and diverse strains. Journal of Applied Poultry Research, Athens, v.7, n.4, p.339- 346, 2001.
Esse artigo técnico foi publicado originalmente em ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, N.16; p. 1655.
Tópicos relacionados
Autores:
Rodrigo Garófallo Garcia
Universidade Federal da Grande Dourados- UFGD
Siga
Irenilza Alencar Naas
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
Siga
Gisele Aparecida Felix
Siga
Junte-se para comentar.
Uma vez que se junte ao Engormix, você poderá participar de todos os conteúdos e fóruns.
* Dados obrigatórios
Quer comentar sobre outro tema? Crie uma nova publicação para dialogar com especialistas da comunidade.
Criar uma publicação
Thomas Calil
Pas Reform
18 de marzo de 2014
Amigo Paulo Martins, achei as suas colocações ótimas e o trabalho também, claro. Fiquei com algumas inquietudes. Notei que foi usada máquina estágio múltiplo. Mas notei também que a carga foi de estágio único (salvo má interpretação minha). Também notei que a programação da máquina foi de estágio múltiplo. Isso ficou meio confuso. Se a máquina é de 1.400 ovos e foram incubados 900 para o teste, como foram (ou estavam) incubados os outros 500 ovos da capacidade? Se realmente foi carga única com programação de múltipla, os resultados podem ter sido completamente diferentes do que ocorre na indústria, seja ela estágio múltiplo ou estágio único. Concordo perfeitamente que o termo "nas condições desse experimento" poderiam elucidar qualquer má interpretação. Outro ponto que fiquei bem curioso é que no final li que os embriões podem ter aceleração do desenvolvimento durante a estocagem. Será que entendi bem o que os autores quiseram dizer? Os ovos a 15°C tiveram aceleração do desenvolvimento? Se for assim, precisamos rever o zero fisiológico. Por favor, se algum autor puder me esclarecer, gostaria muito de entender essa parte. Obrigado.
Paulo Martins
Biocamp
5 de noviembre de 2013

Apesar de estabelecido o set point da temperatura da máquina, faltou verificar a temperatura embrionária diária. Com certeza seria observado que os ovos maiores / mais pesados (reprodutoras mais velhas) tardariam mais tempo para atingir a temperatura embrionária ideal 99,5° – 100,5° F, prejudicando o desenvolvimento embrionário e provocando maior mortalidade precoce (aborto embrionário). Para se evitar isso o pré-aquecimento técnico e uniforme, em sistema apropriado, poderia reduzir a mortalidade no período ME(1). Na outra ponta do período de incubação, os ovos de maior peso (matrizes mais velhas) produzem embriões maiores. No terço final de incubação o calor metabólico destes embriões chegam até 104°F na casca do ovo. Ou o embrião morre nesta fase (maior mortalidade ME4) ou ele sai da casca prematuramente (lei da sobrevivência) sem absorver a gema completamente, com umbigo aberto e manchas de sangue internas na casca. Como resultado, no campo (e aqui neste trabalho) chega-se à conclusão que ovos provenientes de matrizes mais velhas apresentam maior mortalidade embrionária. Seria verdade se nas Conclusões contivesse os termos: “nas condições deste experimento”, ou seja: em máquinas de cargas múltiplas onde é mais difícil atender às exigências de temperatura, umidade e ventilação de embriões de diferentes idades de reprodutoras. Em máquinas de estágio único (todos os fabricantes a possuem) que respeitam a temperatura embrionária, ovos de matrizes no terço final de produção, mesmo com casca de ‘qualidade inferior’ como se referem os autores, apresentam mortalidade embrionária mais semelhantes aos lotes de menor idade. Neste caso a diferença de eclosão é devido principalmente a fertilidade e não mortalidade embrionária.

Junte-se à Engormix e faça parte da maior rede social agrícola do mundo.
Iniciar sessãoRegistre-se