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Micotoxicose na bovinocultura leiteira

Publicado: 30 de março de 2011
Por: Jonas Bordignon (Médico Veterináro, Nutrifarma)
As micotoxinas são substâncias tóxicas produzidas por fungos. Os fungos estão distribuídos por todo o mundo e as micotoxinas podem ser encontradas em diversos alimentos concentrados (rações) e volumosos (silagens), consumidos com freqüência por vacas leiteiras. Em climas tropicais e subtropicais, como o nosso, o desenvolvimento fúngico é favorecido por vários fatores como, umidade e temperatura. Este crescimento fúngico e a produção de micotoxinas podem ocorrer nas diversas fases do desenvolvimento, maturação, colheita, transporte, processamento ou armazenamento dos grãos. Por isso, a redução da umidade dos cereais através da secagem é de fundamental importância para reduzir os níveis de contaminação.
 Existem várias micotoxinas, mas as principais para a nossa região podem ser divididas em dois grupos:
- As Aflatoxinas, produzidas por fungos do gênero Aspergillus como A. flavus e A. parasiticus;
- As Fusariotoxinas, que possuem como principais representantes a Zearalenona, as Fumonisinas, e os Tricotecenos (DON e T-2), produzidas por diversas espécies do gênero Fusarium;
Geralmente, os níveis de contaminação nos alimentos estão baixos, e os prejuízos estão associados a perdas subclínicas, que causam queda na produção leiteira, ao aumento na incidência de doenças e baixo desempenho reprodutivo. Em alguns casos, as concentrações de micotoxinas nos alimentos (rações e volumosos) são suficientemente altos para causar graves problemas, inclusive morte. O diagnóstico de micotoxicoses é difícil, pois estas causam sintomas inespecíficos, a amostragem e análise da dieta total são fundamentais, e ocorrem interações com outros fatores de estresse. Entretanto, micotoxinas devem ser sempre consideradas como possível fator causal quando existem problemas sem causa identificada.
Na Tabela 1 podemos observar um resumo dos resultados de 86 amostras de silagens coletadas no Sul do Brasil no ano de 2010. As concentrações e a percentagem de incidência das principais micotoxinas neste período estão muito elevadas, destacando-se a Zearalenona, T-2 e a Aflatoxinas, que estão presentes em quase todas as amostras analisadas, demonstrando a importância deste tema na bovinocultura leiteira atual. 
Micotoxicose na bovinocultura leiteira - Image 1
Em termos gerais, os sintomas das micotoxicoses em bovinos leiteiros variam dependendo da micotoxina envolvida e da interação com outros fatores de estresse. A categoria de animais mais "estressados", como vacas no pico de lactação, são mais afetadas, principalmente devido à supressão do sistema imune. Os sintomas podem não ser específicos. Eles podem incluir: redução de produção, redução do consumo de alimentos, diarréia intermitente, pêlos opacos e com aspecto arrepiado, redução da performance reprodutiva; incluindo ciclos estrais irregulares, mortalidade embrionária, demonstração de cios por vacas prenhas e redução da taxa de concepção, na Figura 1 podemos observar um exemplo de problema reprodutivo (aborto) causado por Zeararelona.  
Micotoxicose na bovinocultura leiteira - Image 2
Existe geralmente um incremento na incidência de doenças como, deslocamento de abomaso, cetose, retenção de placenta, metrite, mastite e fígado graxo. Um resumo dos sintomas estão descritos na tabela 2. Vacas que não respondem bem a os tratamentos veterinários, também são relatos comuns.
Um aspecto interessante das Aflatoxinas, em especial da Aflatoxina B1, que além de causar danos diretos a os animais com a sua ingestão ela também passa via leite, através do seu metabolito Aflatoxina M1, contaminando o leite de animais que são expostos a essa micotoxina.
Micotoxicose na bovinocultura leiteira - Image 3
A Nutrifarma e a Special Nutrients em parceria com o Instituto Samitec de Santa Maria - R.S., avaliou a eficiência do Aditivo Anti Micotoxinas (AAM) Toxfree MilkPower,  em reduzir a taxa de passagem da Aflatoxina M1 através da adsorção das Aflatoxinas que estavam presente nas dietas experimentais.
Foram utilizadas 24 vacas em lactação para executar este experimento, elas foram divididas em 4 tratamentos com 6 repetições. Foi avaliada a taxa de passagem da Aflatoxima M1 e o efeito do Toxfree MilkPower frente a contaminação experimental. O resumo dos resultados desta avaliação esta no gráfico da Figura 2 abaixo.
O Toxfree MilkPower reduziu significativamente os níveis de aflatoxina M1 no leite, em comparação aos animais que receberam somente aflatoxonas na dieta, mais de 70%.
A prevenção é a principal ferramenta adotada para reduzir os prejuízos causados pelas micotoxinas. A utilização de matérias primas de boa qualidade na composição das dietas é o primeiro passo para um rebanho mais saudável. A utilização de AAM, com ação comprovada, tem se tornado a principal alternativa, já que as grandes maiorias dos alimentos utilizados na composição das dietas estão contaminadas, como podemos observar na Tabela 1 acima.
Micotoxicose na bovinocultura leiteira - Image 4
A utilização de AAM como o Toxfree MilkPower, na dosagem de apenas 30 a 60 gramas/vaca/dia, dependendo do grau de desafio, se mostrou uma prática de manejo eficiente na redução dos ricos de perdas causadas pelas micotoxinas e aumentando a rentabilidade do rebanho leiteiro.
O Toxfree MilkPower foi o primeiro, e até o momento o único, produto com aprovação in vivo de eficácia na prevenção de problemas causados pelas micotoxinas. Sendo uma ferramenta eficaz na prevenção dos problemas causados pelas micotoxinas que afetam a saúde e a produtividade das vacas leiteiras. 
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Autores:
Jonas Bordignon
Agrifirm do Brasil
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Jonas Bordignon
Agrifirm do Brasil
9 de febrero de 2012

08/02/2012 | Bom dia Marcelo, tudo bem?

Que bom, vejo que você já conhece o nosso produto.

Com relação a questão da embalagem, o Toxfree MilkPower é o único produto registrado no Brasil específico pra bovinos, e o único que tem aprovação in vivo, como pode ser observado no site do Lamic. Prova esta realizada com Aflatoxinas. Como existe esta especificação o MAPA exige provas (in vivo) especificas com bovinos para incluir as demais micotoxinas na embalagem. Infelizmente, não temos ainda estruturas acadêmicas que consiga desenvolver trabalhos com Fumonisinas, Zearalenonas, DON .......... Porém como temos inúmeros relatos do bom desempenho do produto frente a estas micotoxinas em diversas propriedades de todo o Brasil, estamos mandando este material para o MAPA para incluir estas micotoxinas também na embalagem.
Infelizmente a legislação é controversa, se você registrar um produto sem focar uma espécie animal, apenas com laudos in vitro ele poderá constar na embalagem ação sobre todas as micotoxinas que tiverem laudos.

Portanto é importante observar além das micotoxinas que constam na embalagem a espécie que ele esta registrado. Volto a ressaltar o MikPower é o único produto aprovado in vivo para bovinos. É claro que temos provas in vivo nas outras espécies, como aves e suínos, como alguns dos outros produtos tem.
Com relação à adsorção, produtos de nova geração como é o caso do MilkPower, que são produtos altamente purificados, são capazes de adsorver micotoxinas através de diferentes mecanismos, não só o intercâmbio de cargas polares. Eles Forman enlaces covalentes, o que permite adsorver micotoxinas com cargas neutras não iônicas, como é o caso da Zearalenona. Outra vantagem é que devido a estes mecanismos de ação estes produtos são eficientes a doses mais baixas de inclusão do que os produtos que não possuem esta tecnologia.

Mas a melhor prova de funcionamento é observar o seu desempenho frente a um desafio de campo. Colocamos-nos a disposição para maiores esclarecimentos e para fazermos alguns trabalhos de campo. Temos observado uma aumento consideravel das amostras contaminadas e dos níveis de concentração de micotoxinas nas silagens, pricipalmente Aflatoxinas e Zearalenona.

Abraço

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Jonas Bordignon
Agrifirm do Brasil
9 de febrero de 2012

24/08/2011 |
Boa tarde Fernanda,
Se o fungo estiver presente na silagem a produção de micotoxina e constante, sempre que o fungo sofra alguma forma de estres.
Certamente estes abortos e reduções dos problemas reprodutivos devem estar envolvidos com esta silagem.
Se você tiver interesse podemos disponibilizar a análise de micotoxinas desta silagem, se você tiver interesse entre em contato conosco

Atenciosamente

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Jonas Bordignon
Agrifirm do Brasil
9 de febrero de 2012

Bom dia!

O melhor éconversarmos! Passa o teu contato
Ai posso te mandar algum material, como o laudo do teste in vivo.
Com relação a dosagem, 40 gramas/vaca/dia é o suficiente para este desafio.

Abraço

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Marcelo Cervieri Rebelato
8 de febrero de 2012

Boa tarde Jonas!
Gostaria de saber maiores informações sobre os trabalhos in vivo em ruminantes e os resultados obtidos no Brasil. Qual a diferença básica entre o toxfree standart e o milkpower? E qual a dosagem que você recomendaria para que se tenha um resultado satisfatório no uso do produto, por exemplo se uma análise laboratorial do samitec, apresentasse os seguintes resultados: FB1 de 4630, FB2 de 1290, ZEA de 45,9.

Abraço

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Marcelo Cervieri Rebelato
8 de febrero de 2012

Este produto realmente atua em Fusarium toxinas? Pois na embalagem fala somente em aflatoxinas, gostaria de entender o mecanismo de ação pelo qual o aluminiossilicato modificado," blend " ou como no caso do toxfree se trata de um purificado, poderá se ligar a moléculas apolares como estas em questão (Zearalenona e Fumonisina). Grato pela informação.

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Jonas Bordignon
Agrifirm do Brasil
5 de noviembre de 2011
Boa tarde Dr. Robson! Com relação a capacidade de adsorção dos AAM, não podemos generalizar. Algumas sílicas possuem uma grande capacidade de adsorver Fusarium, especialmente as que passam por um processo de purificação. E ainda tem a vantagem de não interferir na adsorção ou não adsorver vitaminas e minerais. Os AAM da Nutrifarma, produtos desenvolvidos pela empresa americana Special Nutrients, possui um vasto histórico de trabalhos in vivo e in vitro desenvolvidos junto a várias instituições de pesquisas do mundo, em especial o Laboratório Lamic da UFSM. Temos o único produto testado e aprovado in vivo no mundo para bovinos leiteiros. Os resultados prático que estamos obtendo a campo são muito satisfatórios. Fico a disposição para repassar mais informações se houver interesse. Abraço
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Jonas Bordignon
Agrifirm do Brasil
5 de noviembre de 2011
Boa tarde Dr. Marcos, tudo bem? Desculpe a demora em dar retorno sobre o seu questionamento. Com relação as amostras para identificação da micotoxinas, depende do objetivo. Se a intenção é monitoria creio que a análise da dieta total será o mais prático e econômico. Com relação as leveduras, elas tem uma função de melhorar a digestão e o aproveitamento dos alimentos. Com a presença de micotoxinas, especialmente as aflatoxinas, os resultados podem não aparecer pelo efeito tóxico que estas substâncias causam a nível hepático. Com relação a utilização de AAM, produtos mais elaborados com um nível de tecnologia maior, são utilizados em pequenas quantidades diárias ( Toxfree MilkPower, 30 a 60 gramas/dia) e não adsorvem vitaminas e minerais. Temos vários trabalhos práticos e em universidades com todas as espécies produtivas mostrando que os nosso produtos não apresenta este aspecto negativo. Obrigado pela participação. Qualquer dúvida estou a disposição. Atenciosamente
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Robson Pereira
28 de agosto de 2011
Nunca podemos esquecer que os AAM têm ação limitada sobre Fuzarium (Zearalenona e Fumonisina), muitas vezes essas ligações são fracas e instáveis, como citadas em alguns experimentos in vivo. No caso de adsorventes com. B-Glucanas, está proporciona uma melhor ligação principalmente sobre Zearalenona e Fumonisina que mantém a integridade reprodutiva e um sistema imune mais ativo devido a uma melhor liberação de citoquinas que desencadeia um maior aporte de macrófagos e demais células de defesa na corrente sanguínea mantendo sistema totalmente alerta e ativo. Os AAM são geralmente seletivos, pois a grande parcela destes é somente aluminossilicatos, ou seja, adsorve somente AFLA, pelo fato de ser uma molécula polar, já as fusarium toxinas (ZEA e FUMONIZINA) são apolares e necessitam de AAM que tenham ação sobre essas para que a IMUNIDADE e REPRODUÇÃO geralmente afetadas pela Fumonisina e Zearalenona seja adsorvidas, dentre os produtos que conheço o que melhor tem efeito de adsorção de AFLA, FUMO e ZEA tanto “in vivo” como “in vitro” é o Mastersorb Gold produzido pela GRASP, que além de ser adsorvente tem Silimarina na composição que age como protetor e regenerador hepático.
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Marcos Goulart Pereira
27 de agosto de 2011
Dr. Jonas Saudações Parabéns pelo artigo. Qual o procedimento recomendado para uma propriedade leiteira no que concerne as amostras que devem ser colhidas para analise das micotoxinas, silagem de milho, o milho moído, farelo de soja ou pode ser a dieta total na saída do misturador. Sobre a utilização de leveduras nos núcleos comerciais existem algum fator que possa interferir diretamente nas leveduras quanta a presença de micotoxinas. Existe uma orientação que se utilizar um volume alto de AAM nas dietas que ele pode sequestrar micronutrientes, este deve ser observado. Obrigado,
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Fernanda Borges
24 de agosto de 2011
Quanto tempo um fungo demora pra produzir micotoxina? Tenho uma silagem na fazenda que, por motivos de manejo, acabou sendo contaminada por fungos, mas toda silagem é consumida num prazo máximo de 10 dias. Esse tempo é suficiente para que micotoxinas se desenvolvam e afetem a produção dos animais?? Estamos tendo alta taxa de aborto, será que essa silagem pode ser a causa?
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