Entrevista: Enzima NSP, pesquisa em nutrição animal - Agnes Mori

O grande desafio da produção animal é produzir mais proteína animal, isto é, com maior eficiência, mas a custos reduzidos, mantendo-se a qualidade. Isso é um desafio cada vez maior frente ao aumento do custo das matérias-primas da ração, como soja e milho. Neste sentido a cada ano a utilização de enzimas do tipo PNA (ou NSP, do inglês) vem ganhando espaço, e constatamos que este aumento é proveniente principalmente do setor da avicultura, mais especificamente do setor de produção de frangos de corte. Os nutricionistas e produtores de frangos parecem mais receptivos em adotar novas tecnologias, como o emprego de enzimas NSP, que contribuam para essa maior eficiência da produção e conseqüentemente reduzam os custos da produção. Isso provavelmente porque exista maior volume de estudos comprovando a eficácia das enzimas NSP em frangos, seja pelo seu ciclo de produção muito rápido ou pela maior facilidade de se observar resultados significativos. Assim, já que o setor de frangos de corte, já altamente produtivo, se beneficia do uso de enzimas NSP para aumentar a digestibilidade da ração, reduzindo assim os custos da produção e se tornando mais competitivo, o setor da suinocultura seguramente também deveria se aproveitar desta tecnologia.

As principais razões que justificam o interesse em comprovar a eficiência de enzimas do tipo PNA (ou NSP) em suínos são a atual baixa utilização das mesmas na suinocultura, enquanto que por outro lado na avicultura de corte o emprego destas enzimas já é bem difundido, somado ainda ao aumento marcante de utilização a cada ano neste setor. O efeito e mecanismo de ação das enzimas NSP possui diferenças entre suínos e aves, mas em ambos os casos o resultado final é o aumento da digestibilidade da ração, aumento de índices produtivos e redução de custos de produção. Atualmente, os nutricionistas e produtores de suínos que decidiram inovar e adotar esta tecnologia são seguramente mais competitivos.

As genéticas brasileiras também têm base nestas raças estrangeiras (Duroc, Landrace, e Yorkshire), ainda da presença de outras como Large White, Hampshire, Pietrain, Wessex; além de é claro, das importantes raças nacionais. O interesse em se divulgar este estudo, realizado em uma granja experimental em Taiwan, é que além das dietas serem muito semelhantes às utilizadas aqui no Brasil, tal estudo mostra que potencial digestivo e resposta às enzimas nestes animais com tal genética não difere dos resultados verificados com o uso de nossas linhagens comerciais, nos nossos diversos estudos realizados no Brasil e outros países da América do Sul. Assim, é possível fazer inferência dos resultados do experimento de Taiwan na nossa realidade, sendo a utilização de enzimas NSP validada e viável, trazendo melhora de digestibilidade e conseqüentemente benefícios econômicos seja para a genética da pesquisa em questão ou para nossas condições brasileiras.

A área de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da Adisseo recebe a cada ano aumento de investimentos, sendo os mesmos divididos em proporções muito próximas entre os produtos já existentes e novos produtos em desenvolvimento. O objetivo desta forte e sólida P&D é fornecer suporte científico aos produtos e atender as expectativas dos clientes no desenvolvimento de inovações. A P&D da Adisseo conta com um centro de pesquisa próprio, localizado na França, capaz de realizar estudos aprofundados in vitro e in vivo, além de colaboração com principais institutos de pesquisa e universidades no mundo inteiro, inclusive claro no Brasil. Em relação aos produtos existentes, a área de P&D está voltada não apenas na comprovação da eficácia dos produtos da Adisseo, mas também na compreensão de seus mecanismos de ação, dos seus efeitos no metabolismo animal, além de estudos para aumentar a eficiência de produção dos mesmos.

A Adisseo ainda incentiva a pesquisa ao oferecer bolsas de pesquisa. Em relação aos estudos referentes à metionina, a Adisseo promove o Rhodimet Research Grant desde 2006. Em cada edição, que ocorre a cada 2 anos, são premiados projetos de estudo em pesquisa básica e aplicada de cientistas de diferentes países de todo o mundo, sendo o total de USD 230.000 (dólares) oferecidos em cada edição. Já em relação às enzimas, o Rovabio Research Grant teve sua primeira edição em 2009, e o prêmio foi de 280.000 USD. As conquistas provenientes destes projetos premiados são apresentadas nos seminários Advancia, que ocorrem anualmente. E muito mais ainda está por vir.